Resumo: Três pesquisas, distintos corpus de análise e um mesmo objeto teórico. Assim sendo, tecemos algumas reflexões sobre uma noção tão cara à Análise de Discurso e que não se fecha em si mesma: o discurso. Percorrendo alguns pontos desde a proposição da noção que embasa esse campo de estudos, em 1969, deteremo-nos em uma caminhada histórica a partir de um olhar voltado às obras Análise Automática do Discurso (1993) e Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio (2009), do autor Michel Pêcheux. Buscamos, a partir dessas obras, a compreensão dos efeitos de sentido que a proposição de uma nova teoria, pensando sua relação com a historicidade do disciplinar, (re)formula em práticas e saberes nos estudos da linguagem.
Efeitos da Língua em Discurso, organizado pelas professoras pesquisadoras Amanda Scherer, Lucília Souza, Vanise Medeiros e Verli Petri, é um livro fruto da parceria entre o Laboratório Arquivos do Sujeito (UFF), o Laboratório Corpus (UFSM) e o E-l@dis - Laboratório Discursivo do Sujeito (USP). Ao longo de dezesseis artigos divididos em quatro partes, o leitor pode desfrutar de pesquisas que tomam a língua como arquivo pelo viés discursivo da Análise de Discurso. O resultado é uma obra pulsante que proporciona olhares sobre a língua em rede, seja na mídia ou em documentos oficiais; enquanto um saber institucionalizado, uma memória ou ainda uma materialidade constituída de espessura política.
Neste artigo, proponho-me a refletir sobre o funcionamento da memória discursiva a partir de um filme que marca a institucionalização do cinema no Brasil, durante os anos 30: O descobrimento do Brasil (1937), de direção de Humberto Mauro, com produção do Instituto de Cacau da Bahia. Minha perspectiva teórico-metodológica é fornecida pela Análise de Discurso pecheuxtiana, a qual me possibilita compreender o objeto fílmico em questão como um imbricamento de materialidades significantes. Minha análise se constrói a partir de dois recortes em que tomo o funcionamento do significante descobrimento de forma a compreender como ele mobiliza sentidos na e da língua, fazendo com que o próprio enredo reproduza na materialidade significante do audiovisual um discurso fundador de Brasil.
Resumo: Como trabalhar com o funcionamento da materialidade fílmica? Como analisar imagens em movimento? Como identificar as marcas e estabelecer recortes nesse tipo de material? Com essas questões como base, este texto tem por objetivo apresentar formas de compreender a leitura de arquivo em Análise de Discurso de linha pecheuxtiana quando nos deparamos com um material de ordem fílmica, na prática do pesquisador ou do professor de língua portuguesa. Para tanto, propomos um passeio entre as noções de leitura, autoria e recorte, visando construir caminhos de reflexão para o cinema como discurso, tanto posto metodologicamente em análise, como inserido no ensino básico.
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