O trabalho apresenta os resultados de uma investigação sobre as relações entre a burocracia escolar e as famílias dos estudantes durante os processos de matrícula na rede municipal do Rio de Janeiro. Nela, há escolas com diferentes desempenhos e reputações; por isso, há diferenças de demanda pelas vagas oferecidas. Embora exista legislação específica para a matrícula que inclui, inclusive, regras para desempate entre famílias no caso de maior demanda do que oferta, nossos dados permitem afirmar que existem diferentes estratégias utilizadas pelas famílias para escolher e acessar as melhores escolas, ora regidas exclusivamente pelo acompanhamento das regras e normas da regulamentação de matrícula, ora através do contato pessoal com profissionais da burocracia estatal e/ou com pessoas conectadas a eles. A análise desse cenário de escolha e acesso às escolas revela um conjunto de sociabilidades entre as famílias e o Estado. Nosso objetivo é descrever e analisar esse cenário e os resultados objetivos das ações empreendidas pelas famílias e pelos profissionais da escola. Concluímos que as famílias que estabelecem contatos pessoais diretos ou indiretos com a burocracia escolar têm maiores chances de acessar as vagas nas escolas mais disputadas. Isso ocorre porque as ações discricionárias da burocracia, em conjunto com as ações familiares, definem as trajetórias dos estudantes com base em critérios por vezes antagônicos à lógica republicana que deveria organizar a distribuição de vagas em escolas.
A disseminação de avaliações externas e mecanismos de responsabilização fazem parte de uma agenda política, que prevê uma nova gestão pública baseada em resultados. Assim, há uma crescente demanda pelo uso dos resultados das avaliações, tanto pela gestão das redes de ensino, como das escolas. A partir da revisão de literatura nacional e internacional, objetivamos mapear os usos que vem sendo feitos e categorizamos dois tipos: superficial e pedagógico. Relacionamos ainda fatores que podem favorecer cada tipo de uso e possíveis conseqüências para as práticas escolares e aprendizagem dos alunos.
O artigo analisa o acesso às Creches e Centros de Atendimento à Infância Caxiense. São escolas para crianças desnutridas ou em risco nutricional. Oferecem educação infantil, assistência social e alimentação. Trata-se de uma política intersetorial do município de Duque de Caxias/RJ. Observamos a pesagem das crianças e mapeamos as ações e decisões discricionárias dos gestores escolares, nutricionistas e assistentes sociais envolvidos no processo. As interações entre os profissionais e as famílias definem a ocupação das vagas, sobretudo quando a demanda é maior do que a oferta.
We analyzed the conceptions and assessment practices of elementary school teachers, aiming to investigate the uses of the results of the learning assessments in schools and the results of the Provas Bimestrais (Bimonthly Exams) – instruments of the Assessment System of the Rio de Janeiro Municipal Educational System – for planning and taking pedagogical decisions. We are based on the theories of formative assessment, which indicated assessment as a tool to improve learning and not just to measure it. We conducted interviews and participant observation in two schools, describing and analyzing contradictions between discourse and practices. The teachers’ conceptions approached formative assessment, focusing on defense of diversification of assessment instruments, yet they mainly conduct traditional exams and, frequently, they work in a similar way to the Provas Bimestrais (Bimonthly Exams). The results of both assessments were basically to give superficial feedback to the students and to calculate their grades, distancing the assessment practice from the theoretical conception of formative assessment.
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