Este artigo é fruto de dissertação desenvolvida no
Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Realizou-se um mapeamento de documentários
com personagens lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais produzidos na região Sul do Brasil entre 2000
e 2014. A pesquisa objetivou analisar as representações
LGBT, buscando compreender em que medida estes
filmes partilham de narrativas/estéticas queer. Pôde-se
observar que os 19 documentários analisados exploram
as seguintes temáticas: memória/história, geração e
envelhecimento, discriminações e resistências e, por
fim, espaços de sociabilidades. Há um conjunto de
documentários empenhados na incorporação política do
outro-abjeto em uma cidadania generificada, sexuada
e heteronormativa. De outro lado, existe um grupo de
documentários experimentais (performáticos, poéticos e
reflexivos) dispostos a quebrar com as inteligibilidades e
normatividades culturais de sexo/gênero.
Este artigo é fruto de dissertação desenvolvida no
Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Realizou-se um mapeamento de documentários
com personagens lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais produzidos na região Sul do Brasil entre 2000
e 2014. A pesquisa objetivou analisar as representações
LGBT, buscando compreender em que medida estes
filmes partilham de narrativas/estéticas queer. Pôde-se
observar que os 19 documentários analisados exploram
as seguintes temáticas: memória/história, geração e
envelhecimento, discriminações e resistências e, por
fim, espaços de sociabilidades. Há um conjunto de
documentários empenhados na incorporação política do
outro-abjeto em uma cidadania generificada, sexuada
e heteronormativa. De outro lado, existe um grupo de
documentários experimentais (performáticos, poéticos e
reflexivos) dispostos a quebrar com as inteligibilidades e
normatividades culturais de sexo/gênero.
Proponho, neste ensaio, refletir sobre como alguns filmes queer brasileiros contemporâneos nos levam a deixar de lado as perspectivas logocêntricas ocidentais e as políticas de representação a fim de compreender os cinemas queer enquanto operações da política da imagem. Aproprio-me, então, da ideia de política da imagem do historiador e filósofo Jacques Rancière para sugerir que: 1) a política em filmes queer é possível de ser verificada, sobretudo, na sua eficácia estética de cunho dissensual; 2) as relações entre estética e política, engendradas por filmes queer contemporâneos, se desvencilham do paradigma de “cinema político” que nos foi herdado do cinema brasileiro moderno, mais especificamente do Cinema novo; e 3), a produção contemporânea de filmes queer nacionais constituem uma cena polêmica que provoca um dano no visível e no dizível das cenas consensuais, as quais, durante muito tempo, enquadraram “o Brasil” a partir de uma macropolítica situadamente branca, cisgênera, heterossexual e de classe média.
Este ensaio elabora, a partir da minha posição de bicha, um manifesto em defesa da produção de um conhecimento cientifico posicionado e localizado. Neste sentido, busco expor e contestar os mitos de imparcialidade e objetividade da ciência canônica branca e masculinista, visualizando também uma profanação da figura do intelectual em um contexto contemporâneo de disputa política e luta por reconhecimento.
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