As mudanças climáticas e socioculturais vêm gerando variações climáticas em várias regiões além de influenciar na dinâmica do ciclo hídrico das bacias no bioma amazônico. Essas mudanças desencadeiam reações de ajustes nos ciclos hidrológicos, assim o estudo propõe estabelecer conexões entre o funcionamento biológico da floresta e o clima produzidos naturalmente e/ou pela ação antrópica (socioculturais), considerando como variáveis ambientais a temperatura, precipitação e emissão de CO2 e como variáveis socioculturais as queimadas e o desmatamento progressivo e por corte raso. Metodologia: O estudo considerou, apenas, o bioma amazônico brasileiro, com recorte temporal de janeiro de 2004 a janeiro de 2016. Os dados foram coletados nos bancos de dados do INPE, INMET, NOAA, IBGE, PRODES, e DETER. Resultados e discussão: Foi observada correlação entre a densidade populacional e desmatamento, justificado basicamente por uma “nova” lógica de ocupação vinculada ao grande empreendimento – frente pioneira de expansão sobre o território. O corte raso possui correlações inversas com a temperatura média máxima, e a razão de densidade populacional por área. Correlações positivas foram observadas com a precipitação total e a ocorrência das queimadas e a elevação de CO2. Obtiveram-se correlações positivas na elevação de CO2 e a razão de densidade populacional por área. As variáveis de mudanças climáticas apresentaram correlações positivas nas médias de temperatura máximas com o desmatamento progressivo e na razão de densidade populacional por área, a concentração de CO2 e principalmente com a ocorrência das queimadas. Fracas correlações e inversas com o desmatamento por corte raso e uma forte correlação inversa com a quantidade de precipitação. Considerações Finais: Deve-se atentar a retirada da cobertura vegetal no bioma Amazônia, em conjunto com as práticas de antropização socioculturais de cunho pirogênicas observadas no período de estudo. Demonstram haver correlações diretas e inversas e que estão fortemente relacionadas com o cenário econômico-social. E esses fatores reúnem o conjunto com potencial de contribuir na ampliação na ocorrência de eventos climáticos extremos como da estiagem (secas) e inundações impacta diretamente no ciclo hidrológico da Região Amazônica.
Resumo Este artigo versa sobre o perspectivismo ameríndio como modelo de desenvolvimento e sustentabilidade, em oposição ao modelo capitalista ocidental entranhado nas estruturas socioprodutivas. A natureza é apresentada no espectro descolonizador que promove a reconexão do humano como estrutura integrada aos processos naturais. Portanto, pretende-se apresentar um contraponto entre o domínio cosmológico ocidental, que estabelece o padrão colonial-moderno-capitalista de poder sobre a natureza e o perspectivismo ameríndio, o qual pretende refundar o humano à natureza. A compreensão do domínio epistemológico ocidental permite comparar e deslocar os conceitos de precificação e de objetificação da natureza, para transvalorar a outra escala de desenvolvimento e sustentabilidade para uma ecologia pachamama. No aspecto metodológico, este estudo faz uma revisão bibliográfica e apresenta de forma interdisciplinar os textos de teóricos decoloniais, na maioria, latino-americanos, de grande visibilidade acadêmica. Destarte, o artigo indica que o modelo de desenvolvimento e sustentabilidade perpassa pela mudança de modelo societário fundado no multicultutralismo ocidental para a adoção da interculturalidade como exigência da capacidade de criar formas de compreensão, colaboração, reciprocidade e solidariedade, através de um novo paradigma societário. Palavras-chave: Perspectivismo ameríndio. Descolonização da natureza. Cosmologia. Interdisciplinaridade. Interculturalidade. Abstract This article discusses Amerindian perspectivism as a model of development and sustainability, in opposition to the Western capitalist model embedded in the socio-productive structures. Nature is presented in the decolonizing spectrum that promotes the reconnection of the human as an integrated structure to natural processes. Therefore, it is intended to present a contraposition between the Western cosmological domain, which presents a colonial-modern-capitalist pattern of power over nature and the Amerindian perspectivism, that aims to deepen the human to nature. Understanding the Western epistemological domain allows a comparison between pricing and objectification of nature, and shifts their concept through pondering them to another scale of development and sustainability, such as the pachamama ecology. In the methodological aspect, a bibliographic review was carried out, and it was presented, in an interdisciplinary way, the writings of decolonial theorists, mostly latin americans, with high academic visibility. It is possible to assert along these lines, that the development and sustainability model involves a change in the corporate model based on western multiculturalism to adopt interculturality as a requirement for the ability to create new forms of understanding, collaboration, reciprocity and solidarity, through a new corporate paradigm. Keywords: Amerindian perspectivism. Decolonization of nature. Cosmology. Interdisciplinarity. Interculturality. Resumen Este artículo trata sobre el perspectivismo amerindio como modelo de desarrollo y sostenibilidad, en oposición al modelo capitalista occidental enraizado en las estructuras socioproductivas. La naturaleza se presenta en el espectro descolonizador que plantea la reconexión de lo humano como estructura integrada a los procesos naturales. Por lo tanto, se pretende presentar una contraposición entre el dominio cosmológico occidental, que establece el marco colonial-moderno-capitalista de poder sobre la naturaleza y el perspectivismo amerindio, que pretende reconducir lo humano a la naturaleza. La comprensión del dominio epistemológico occidental permite comparar y alejar los conceptos de precificación y cosificación de la naturaleza, para revalorarla, en otra escala de desarrollo y sostenibilidad, en una ecología pachamana. Desde el punto de vista metodológico, este estudio hace una revisión bibliográfica y presenta de forma interdisciplinaria los textos de teóricos decoloniales, en su mayor parte latinoamericanos, de gran visibilidad académica. De esa manera, el artículo indica que el modelo de desarrollo y sostenibilidad implica el cambio del modelo societario fundado en el multiculturalismo occidental para la adopción de la interculturalidad como exigencia de capacidad para crear formas de comprensión, colaboración, reciprocidad y solidaridad, por medio de un nuevo paradigma societario. Palabras-clave: Perspectivismo amerindio. Descolonización de la naturaleza. Cosmología. Interdisciplinariedad. Interculturalidad.
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