RESUMO Este artigo traz uma reflexão acerca do processo de implantação de usinas hidrelétricas no Rio Tocantins, considerando a participação dos agentes envolvidos no processo (Governo Federal, empreendedores, agentes fiscalizadores e a população atingida) e as estratégias de negociação ocorridas nesses empreendimentos: as Usinas Hidrelétricas de Lajeado, São Salvador e Estreito. Para essa análise recorreuse aos documentos oficiais do licenciamento e entrevistas com os agentes citados. A questão norteadora desse estudo foi saber se as populações atingidas tiveram participação nos processos decisórios e nas fases de implantação desses empreendimentos. A conclusão do trabalho aponta para uma evidente desigualdade no acesso às informações, comprometendo a participação social na tomada das decisões.
Nos últimos anos, a expansão de empreendimentos hidrelétricos no Brasil, em especial na Região Norte, vem acarretando perdas irreversíveis para as populações ribeirinhas em virtude do deslocamento compulsório que resulta na ruptura dos laços de vizinhança das comunidades atingidas. Os objetivos da pesquisa foram registrar as perdas simbólicas e os “saberes tradicionais” da comunidade ribeirinha do rio Tocantins, no entorno do município de Porto Nacional (TO), uma década depois da formação do reservatório da UHE Luís Eduardo Magalhães (Lajeado), analisando a trajetória de deslocamento e reassentamento de algumas famílias e buscando compreender a dinâmica das populações ribeirinhas com o rio e o que essa população qualifica como perdas simbólicas. Utilizou-se pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo para a coleta de dados, com entrevistas semiestruturadas em História Oral. Através da coleta e análise dos dados, constatou-se que as perdas, tanto materiais quanto simbólicas, foram suficientes para deixar as comunidades ribeirinhas em condições socioeconômicas precárias, pois perderam meios e modos de vida, suas relações de vizinhança e laços familiares, o lugar vivido e construído socialmente e a paisagem cultural construída ao longo da convivência com o rio. Numa perspectiva humanista, entende-se que é preciso priorizar os saberes tradicionais e o modo de vida dessas populações. Palavras-chave: memórias, perdas simbólicas, hidrelétricas
Neste artigo, abordamos, através das "Cartas de Petrópolis" escritas, em 1886, por Joaquim Nabuco para o jornal O País, a temática da natureza e da sensibilidade. O ponto de partida para nossa análise são as reflexões de Nabuco sobre a devastação ambiental, o desperdício das finanças públicas e o saneamento urbano em Petrópolis no final do século XIX. Destacamos também os cronistas que coadjuvavam com o pensamento do jornalista em relação ao que podemos caracterizar por "crimes ambientais" denunciados pela imprensa da época.
As mudanças climáticas e socioculturais vêm gerando variações climáticas em várias regiões além de influenciar na dinâmica do ciclo hídrico das bacias no bioma amazônico. Essas mudanças desencadeiam reações de ajustes nos ciclos hidrológicos, assim o estudo propõe estabelecer conexões entre o funcionamento biológico da floresta e o clima produzidos naturalmente e/ou pela ação antrópica (socioculturais), considerando como variáveis ambientais a temperatura, precipitação e emissão de CO2 e como variáveis socioculturais as queimadas e o desmatamento progressivo e por corte raso. Metodologia: O estudo considerou, apenas, o bioma amazônico brasileiro, com recorte temporal de janeiro de 2004 a janeiro de 2016. Os dados foram coletados nos bancos de dados do INPE, INMET, NOAA, IBGE, PRODES, e DETER. Resultados e discussão: Foi observada correlação entre a densidade populacional e desmatamento, justificado basicamente por uma “nova” lógica de ocupação vinculada ao grande empreendimento – frente pioneira de expansão sobre o território. O corte raso possui correlações inversas com a temperatura média máxima, e a razão de densidade populacional por área. Correlações positivas foram observadas com a precipitação total e a ocorrência das queimadas e a elevação de CO2. Obtiveram-se correlações positivas na elevação de CO2 e a razão de densidade populacional por área. As variáveis de mudanças climáticas apresentaram correlações positivas nas médias de temperatura máximas com o desmatamento progressivo e na razão de densidade populacional por área, a concentração de CO2 e principalmente com a ocorrência das queimadas. Fracas correlações e inversas com o desmatamento por corte raso e uma forte correlação inversa com a quantidade de precipitação. Considerações Finais: Deve-se atentar a retirada da cobertura vegetal no bioma Amazônia, em conjunto com as práticas de antropização socioculturais de cunho pirogênicas observadas no período de estudo. Demonstram haver correlações diretas e inversas e que estão fortemente relacionadas com o cenário econômico-social. E esses fatores reúnem o conjunto com potencial de contribuir na ampliação na ocorrência de eventos climáticos extremos como da estiagem (secas) e inundações impacta diretamente no ciclo hidrológico da Região Amazônica.
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