A prática da etnografia de rua implica um processo de pesquisa de campo em contextos urbanos para a captação de imagens fotográficas, videográficas e sonoras. Estas práticas etnográficas são desenvolvidas no âmbito de oficinas de antropologia visual com duração de um semestre ou um ano. Apresentamos o resultado da Oficina desenvolvida em 2017 pelos pesquisadores do Núcleo de Antropologia Visual (NAVISUAL) do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esta experiência de pesquisa foi finalizada com a montagem de uma exposição fotográfica no hall da Reitoria da UFRGS de novembro 2017 a janeiro 2018 e um filme intitulado Crônica com Tridente, artista urbano de Porto Alegre.
Sinopse: As mulheres e a fibra é um videodocumentário etnográfico com o grupo de mulheres Art&Mãe - vinculado a Cooperativa 20 de Novembro do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), na cidade Porto Alegre – Brasil. Mostra a dinâmica de trabalho do grupo com a fibra de garrafa PET e sua produção de sentido no mundo contemporâneo, a etnografia como relação de troca, aprendizado e formação de rede. No decorrer do processo etnográfico, a fibra de garrafa PET é alçada ao status de elemento diacrítico-estético, o qual carrega em si a expressividade máxima do encontro de mundos, por isso a fibra é o principal elemento da instalação etnográfica que resulta de todo o processo. A produção audiovisual versa também sobre sociabilidade urbana e feminina, economia solidária, amizade, imagem e arte. Synopsis: Women and fiber is an ethnographic videodocumentary with the group of women Art&Mãe - linked to the November 20 Cooperative of the National Movement for Struggle for Housing (MNLM), in the city of Porto Alegre - Brazil. It shows the work dynamics of the group with PET bottle fiber and its production of meaning in the contemporary world, ethnography as a relation of exchange, learning and formation of network. In the course of the ethnographic process, PET bottle fiber is elevated to the status of a diacritic-aesthetic element, which carries within itself the maximum expressiveness of the meeting of worlds, so fiber is the main element of the ethnographic installation that results from all process. The audiovisual production also deals with urban and feminine sociability, solidarity economy, friendship, image and art. Palavras-chave: imagem, trabalho, etnografia, arte, economia solidária Key-words: image, work, ethnography, art, solidarity economy Ficha técnica: Autor:Diogo Dubiela. Direção: Diogo Dubiela. Câmera e montagem: Diogo Dubiela. Trilha sonora original: Felipe Bischoff. Gravação e mixagem da trilha: Kevin Brezolin. Produção: Diogo Dubiela e Grupo Art&Mãe Participaram do filme: Cenira Vargas da Silva, Neiva Regina Canabarro, Eloina Souza, Eva Lopes, Jussara Costa da Silva, Adriane Fernandes de Melo, Vanilda da Rosa, Marli Klippel Ramos, Maria Conceição Lima, Maria Terezinha Guimarães, Isabel Silva, Marilene Dias, Rosa da Silva Moreno, Lúcia das Graças Soares, Terezinha de Jesus, Eliane Fernandes de Melo. Apoio: Art&Mãe/Cooperativa 20 de Novembro/MNLM e NAVISUAL/PPGAS/UFRGS. Credits: Author:Isabela Andrade de Lima Morais Direction: Diogo Dubiela. Camera and mount:Diogo Dubiela. Soundtrack: Felipe Bischoff. Track recording and mixing:Kevin Brezolin. Production: Diogo Dubiela and Grupo Art&Mãe Participated in the movie: Cenira Vargas da Silva, Neiva Regina Canabarro, Eloina Souza, Eva Lopes, Jussara Costa da Silva, Adriane Fernandes de Melo, Vanilda da Rosa, Marli Klippel Ramos, Maria Conceição Lima, Maria Terezinha Guimarães, Isabel Silva, Marilene Dias, Rosa da Silva Moreno, Lúcia das Graças Soares, Terezinha de Jesus, Eliane Fernandes de Melo. Support:Art&Mãe/Cooperativa 20 de Novembro/MNLM e NAVISUAL/PPGAS/UFRGS.
IntroduçãoÉ cada vez maior no mundo contemporâneo a adesão de formas sensíveis ao círculo antropológico. Desde Malinowski através da imagem o campo antropológico vem a ser atravessado pela presença destas formas e cada vez mais o resultado etnográfico é dado nos termos de uma "estética do imaginário", algo além da palavra escrita, "num modo de dizer através das imagens aquilo que não pode ser aprendido de outra forma" (Rocha e Eckert, 2015: 84).No âmbito de um processo de descolonização, a crise da representação na segunda metade do século XX, na Antropologia trazida à tona de maneira muito forte pelo projeto Writing Culture não se limitou ao âmbito da escrita. A própria crise em si impele à abertura a novas possibilidades de representação e interpretação, e por isso repercutiu também no plano da produção visual e sensorial. É neste contexto que se busca refletir em maior profundidade acerca dos modos de exibição da produção etnográfica e, por sua vez, as próprias bases constitutivas desta produção, no sentido de uma presença maior da interlocução na cena antropológica.Novas formas de produzir conhecimento antropológico, novas maneiras de documentar e expressar a relação com o outro se revelam necessárias. Neste sentido, busco refletir sobre a noção de instalação etnográfica como uma nova possibilidade de representação e interpretação visual. Na busca por uma relação dialógica e simétrica na prática etnográfica, a instalação etnográfica coloca-se como inovação, advém de um espaço epistêmico intersticial e, desta forma, constitui-se quase como uma provocação à forma de materialização canônica do conhecimento antropológico.Como condição básica, a instalação etnográfica brota da experiência etnográfica, e vice-versa. Pode ser o resultado ou início de um trabalho de campo, esse movimento paradoxal de envolvimento e distanciamento, mais ou menos objetividade, nunca neutralidade, sempre negociação. Desde (Clifford, 1998) entende-se o curso geral da pesquisa etnográfica como uma grande negociação. A etnografia passa cada vez mais 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.
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