OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco no processo de desmame de lactentes matriculados em creches. MÉTODOS: Estudo analítico transversal com 56 crianças de nove a 18 meses de idade matriculadas em cinco creches de São Paulo. As mães das crinaças responderam ao questionário pré-testado que abordava questões demográficas, socioeconômicas, de gestação e nascimento, morbidade, aleitamento materno, alimentação complementar (quando/como foram introduzidos novos alimentos) e atividades da criança na creche. Os fatores associados ao desmame precoce e menor período de desmame (variável definida pela diferença entre tempo de aleitamento exclusivo e tempo de aleitamento total) foram avaliados em análises bivariadas. As variáveis com p<0,10 foram ajustadas em modelo conceitual hierárquico de regressão logística. RESULTADOS: Na análise multivariada, foram determinados os seguintes fatores de risco independentes para desmame precoce: renda familiar <3 salários mínimos (OR 3,73; IC95% 1,23-11,34); idade da mãe >25 anos (OR 4,91; IC95% 1,35-17,95); mãe morar sem companheiro (OR 6,42; IC95% 1,28-32,20) e uso de chupeta antes dos 30 dias de vida (OR 8,75; IC95% 1,90-40,23). Os fatores de risco para tempo insuficiente de desmame foram: frequentar creche pública (OR 3,20; IC95% 0,77-14,29) e início tardio do pré-natal (OR 4,13; IC95% 0,70-31,29). CONCLUSÕES: Características relacionadas à família e à instituição creche são fatores de risco para o desmame de crianças institucionalizadas. A abordagem desses determinantes para definir ações de saúde e nutrição é estratégica para favorecer a prática do aleitamento e qualificar o papel da creche como promotora de saúde e nutrição infantil.
The efficacy of a well-operated day care center in providing better nutrition to poor children in Brazil was assessed. We collected data for 9 months from 180 under-five children attending a day care center located in a slum. Every working day each child received at least 100% of the age-group recommended dietary allowances plus iron fortified milk and, every six months, treatment for helminth infections. Statistical analyses were restricted to the 168 children (93%) who had measurements from at least five months. As outcome variables, weight-for-height, height-for-age, and weight-for-age Z scores were dichotomized so that a Z score < -1 indicated a child was at risk of malnutrition. We examined the proportion of children at nutritional risk in each month and used multivariate statistical techniques to adjust for confounding and to account for intra-subject correlation. The percentage of children at nutritional risk decreased over time, from 10.1% to 3.4% for weight for height, 29.8% to 15.2 % for weight for age, and from 50.0% to 44.8% for height for age. Most of the reduction took place between the third and fourth months of enrollment. The correlated data models for the three dichotomized outcomes showed a two to three-fold reduction in the occurrence of wasting and underweight. We concluded that attendance to well-operated daycare protects against nutritional risk, and approximately four months are required for a benefit to be seen.
OBJETIVO: Avaliar a associação de padrões alimentares com alterações metabólicas em adolescentes obesos. MÉTODOS: Estudo transversal envolvendo 76 estudantes (ambos os sexos, 14-19 anos, IMC³P95 e Tanner ³4) de escolas públicas da cidade de São Paulo, Brasil. Foram coletados dados antropométricos e bioquímicos, e aplicados questionários com informações sociodemográficas e registro alimentar de 4 dias, entre 2006 e 2007. Escores fatoriais foram obtidos na análise fatorial e, após ajustes, três padrões alimentares identificados foram associados a fatores de risco biológico por regressão linear múltipla. RESULTADOS: O padrão Tradicional (arroz e massas, feijões, carnes vermelhas, embutidos, óleos e doces) foi positivamente associado com insulina, glicemia e triglicérides e negativamente associado com lipoproteína de alta densidade. O padrão Em Transição (peixe, aves, ovos, pães, manteiga, leite e derivados, hortaliças, frutas, sucos de frutas e açúcar refinado) apresentou as mesmas associações, além de associação similar com a pressão arterial diastólica. O padrão Fast Food (cafeteria, hambúrguer, maionese, bolacha, bolos e tortas, chocolate e refrigerantes) apresentou associação positiva com o colesterol, lipoproteína de baixa densidade e pressão arterial sistólica e diastólica, e associação negativa com insulina e lipoproteína de alta densidade. CONCLUSÃO: Os padrões Tradicional e Em transição apresentaram associações diferentes com o metabolismo lipídico e glicídico quando comparados com o padrão Fast Food. Os três padrões podem ser considerados obesogênicos, porém o padrão Fast Food pareceu ser o mais aterogênico e promotor de hipertensão arterial.
Objective: To identify and quantify isolated and combined risk factors for anemia, providing a comprehensive view of the likelihood of its occurrence. Methods:Cross-sectional study with 482 children aged 4 to 29 months attending the nurseries of philanthropic and public daycare centers in the city of São Paulo, Brazil, who participated in two surveys (2004 and 2007). Mothers were interviewed, blood was collected using digital puncture, and anthropometry was performed. Anemia was characterized by hemoglobin levels below 11 g/dL. Unconditional logistic regression was adjusted for anemia risk factors. A value of p ≤ 0.05 indicated statistically significant associations. Post-test odds and likelihood ratios were calculated to define post-test probabilities. Epi-Info TM 2000 and Stata 10.0 software packages were used for statistical analysis.Results: Prevalence of anemia was 43.6% (95%CI 39.1-48.1). The final logistic model included five categorical variables: mother's age less than 28 years (OR = 1.50; p = 0.041), per capita income below half a minimum wage (OR = 1.56; p = 0.029), exclusive breastfeeding less than 2 months (OR = 1.71; p = 0.009), decrease in weight/age z score from birth to survey (OR = 1.47; p = 0.050), and age less than 17 months (OR = 2.44; p < 0,001). Post-test probabilities in the associations of isolated and combined risk factors for anemia ranged from 54.5 to 100%. Conclusions:The probability of anemia progressively increased as the identified risk factors were added. This calculation provides a simple and rapid tool for suspicion of anemia in children both in clinical practice and population screening. Resultados: A prevalência de anemia foi de 43,6% (IC95% -39,1 a 48,1%). O modelo logístico final incluiu cinco variáveis: idade materna inferior a 28 anos (OR = 1,50; p = 0,041), renda per capita inferior a meio salário mínimo (OR = 1,56; p = 0,029), aleitamento materno exclusivo inferior a 2 meses (OR = 1,71; p = 0,009), perda de escore z peso/idade do nascimento ao inquérito (OR = 1,47; p = 0,050) e idade inferior a 17 meses (OR = 2,44; p < 0,001). As probabilidades pós-teste nas associações de fatores de risco de anemia isolados e agregados apresentaram-se entre 54,5 e 100%. J Pediatr (Rio J) Conclusões:A probabilidade de anemia aumentou quanto mais agregados estiveram os cinco fatores de risco identificados. Esse cálculo disponibiliza instrumento simples e rápido de suspeição de anemia em crianças em triagem clínica ou populacional. Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste artigo. Artigo submetido em 31.10.08, aceito em 27.01.09. J Pediatr (Rio J)
OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo avaliar associações entre a cárie dentária e a introdução de alimentos complementares em crianças de 11 a 34 meses matriculadas em creches. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal com 288 crianças de oito creches do município de São Paulo, realizado em 2007. Para o diagnóstico da cárie dentária foi utilizado o Índice de Cárie Modificado, que foi investigado por uma equipe de três cirurgiãs-dentistas treinadas quanto à precisão e acurácia. A introdução de alimentos foi avaliada por meio de questionário pré-codificado e pré-testado. Para quantificar as associações foi utilizado o teste Quiquadrado. Para análise multivariada foram ajustados modelos de regressão logística (p<0,05). RESULTADOS: Foram examinadas 228 crianças com idade entre 11 e 34 meses (M=24 meses; Dp=6,02), das quais 53,9% eram do sexo masculino e 57,45% frequentavam creches filantrópicas. A maioria da amostra (77,0%) apresentou Índice de Cárie Modificado igual ou superior a 1, enquanto o índice médio encontrado foi de 3,8 cáries por criança. Como fatores de risco significantes, foram identificados o sexo masculino (OR=1,815; p=0,03) e a escolaridade paterna inferior a oito anos (OR=1,94; p=0,02). O modelo de regressão logística identificou a exposição a carboidratos simples como fator de risco independente após o controle dos efeitos de sexo e escolaridade paterna, responsável por aumento de 2,5 vezes nas chances de apresentar o Índice de Cárie Modificado igual ou superior a 1. CONCLUSÃO: Atenção especial deve ser dada a esse grupo de indivíduos, adotando-se políticas preventivas em saúde bucal e formação de hábitos alimentares saudáveis nas creches.
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