RESUMO. Diante do aumento da prevalência de condições crônicas na população idosa, crescente atenção é dada à identificação dos fatores psicológicos e sociais que podem afetar o bem-estar e a qualidade de vida de indivíduos mais velhos com incapacidades. Os recursos psicológicos e sociais de que o indivíduo dispõe são um caminho na determinação das implicações da incapacidade funcional na vida das pessoas afetadas. Esta revisão tem como objetivo apresentar algumas maneiras pelas quais os indivíduos enfrentam suas perdas em funções físicas e papéis sociais e a extensão em que os recursos psicológicos e sociais operam sobre os efeitos negativos das condições crônicas na qualidade de vida dos idosos. Entre as variáveis explanatórias apresentadas estão o suporte social, as crenças e estados emocionais positivos, a regulação afetiva, o mecanismo de comparação social, o senso de auto-eficácia percebida, o mecanismo de seleção-otimização-compensação e mecanismos de coping.
Os objetivos foram investigar indicadores psicométricos de validade de nova versão da CASP-19 para brasileiros com 55 anos e mais e estudar relações entre pontuações na escala e sexo, idade, escolaridade e status conjugal. Trezentos e sessenta e oito frequentadores de programas educacionais para a 3ª idade responderam à CASP-19 (controle, autonomia, autorrealização e prazer), traduzida e adaptada do inglês por cinco especialistas e testada em 19 mulheres (α = 0,730). Os dados foram submetidos a análises fatoriais exploratórias (AFE) e confirmatórias (AFC) pelo método de equações estruturais para variáveis latentes; de consistência interna e de correlação com instrumentos de conteúdo similar. Foram comparadas as pontuações dos grupos de sexo, idade, escolaridade e status conjugal. AFC produziram modelo com 19 itens e 2 fatores (autorrealização/prazer e controle/autonomia), com bons índices de ajustamento (GFI = 0,8; AGFI = 0,7606; CFI = 0,7241; NNFI = 0,6876; SRMR = 0.0902; RMSEA = 0,0928; IC90%: 0,0827-0,1031). Os α de Cronbach foram 0,837 para o fator 1 e 0,670 para o 2; 0,874 na escala total para os de 9 anos ou mais de escolaridade, 0,834 para os de 5 a 8 anos e 0,772 para os de 1 a 4 anos. Foram observadas correlações altas e significativas com os escores em escalas de satisfação e felicidade subjetiva. Homens tiveram pontuação mais alta em autorrealização/prazer do que mulheres; os mais velhos e os mais escolarizados, pontuação mais baixa em controle/autonomia; os sem cônjuge, mais alta em controle/autonomia. A nova versão da CASP-19 foi eficaz para avaliar a qualidade de vida percebida em indivíduos de 55 anos e mais, residentes nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do país.
Foi feito um levantamento dos estudos brasileiros e estrangeiros publicados entre 1996 e 2005 que relacionavam bem-estar subjetivo, senso de ajustamento psicológico e acidente vascular cerebral, com o objetivo de identificar variáveis mediadoras dessa relação em idosos. Estudos transversais e prospectivos indicaram que os afetados por acidente vascular cerebral apresentam menor bem-estar subjetivo quando comparados com a população geral. Boa capacidade cognitiva, suporte social efetivo, continuidade de uma ocupação produtiva, manutenção da competência em atividades instrumentais de vida diária e humor positivo são fatores que podem melhorar o bem-estar subjetivo e psicológico. Variáveis que podem piorar o bem-estar subjetivo e psicológico são incapacidade funcional, déficits cognitivos, depressão, dificuldade em restabelecer a identidade e restrição à possibilidade de desempenhar atividades e papéis que contribuem para a auto-definição. O conhecimento das implicações psicológicas de sofrer acidente vascular cerebral pode beneficiar pacientes, familiares e profissionais no gerenciamento do evento.
ResumoA doença crônica, maior causa de incapacidade entre os idosos, é de grande interesse porque é influenciada por fatores médicos, psicológicos e sociais. O objetivo desta revisão é mostrar a relevância da crença de auto-eficácia como mecanismo protetor ou mediador no ajustamento de idosos incapacitados. Pesquisas indicam que quanto maior as crenças de auto-eficácia, menor a incapacidade, o distress psicológico, os sintomas depressivos, o declínio em atividades básicas e instrumentais da vida diária; e maior a saúde percebida, o ajustamento à dor, o esforço despendido em atividades requeridas, o ajustamento pessoal e a capacidade de mobilização de recursos de enfrentamento. Palavras-chave: Auto-eficácia; Incapacidade funcional; Idosos.Self-efficacy, cronical diseases and functional disability in the old age Abstract Cronical diseases, the major cause of disability among the elderly, are of greater interest because it is influenced by medical, social and psychological factors. The aim of this review is to show the relevance of self-efficacy belief as a protective or mediator mechanism in the adjustment of disable elderly people. Researches show that the higher the self-efficacy beliefs, the lower the disability, the psychological distress, the depressive symptoms, the decrease in daily life basic and instrumental activities; and the higher the perceived health, the pain adjustment, the effort made in required activities, the adjustment and the capacity of personal coping. Keywords: Self-efficacy; Functional incapacity; Elderly. IntroduçãoÉ comum nas pessoas com idade avançada um quadro de enfermidades complexas e onerosas, o que implica maior utilização de serviços de saúde e maior número de problemas de longa duração. Segundo estudo descritivo de Lima-Costa, Barreto e Giatti (2003) sobre as condições de saúde e o uso de serviços de saúde da população brasileira, 69% dos idosos relatam ter pelo menos uma doença crônica, sendo a hipertensão e a artrite as mais comuns. A doença crônica é dominante e a maior causa de incapacidade, especialmente entre os mais velhos. Segundo Melzer e Parahyba (2004), a prevalência de incapacidade funcional na população idosa brasileira é maior em mulheres, aumenta com o avançar da idade e a disparidade econômica e educacional são seus indicadores mais importantes.A saúde e a funcionalidade física na velhice são uma preocupação central no campo do envelhecimento, uma vez que são muitas as dificuldades cotidianas que a incapacidade funcional decorrente de problemas de saúde trazem tanto para os próprios idosos quanto para suas famílias. Incapacidade funcional é comumente definida como a restrição da capacidade do indivíduo de desempenhar atividades normais da vida diária e quantifica o impacto de doenças ou acidentes. Refere-se também a limitações específicas no desempenho de papéis socialmente definidos e de tarefas dentro de um ambiente sociocultural e físico particular. Estão incluídas as atividades básicas e instrumentais de vida diária, os papéis no trabalho, os papéis não-ocup...
Objective: The aim of the present study was to analyze the relationship between family configuration, the physical and psychological health conditions of the elderly and their satisfaction with family relationships. Methods: A study was undertaken of 134 older people from the city of Santo Antônio de Jesus, Bahia, without cognitive deficits suggestive of dementia. Cluster analysis was performed by the partition method (three groups). Results: The majority of the elderly persons were heads of household (72.4%), who contributed to the financial upkeep of their family (total: 49.2%; partially: 44%), lived in multigenerational arrangements (64.9%), had good physical functionality, did not suffer from depression (82.9%) or anxiety (76.9%) and judged their family to have good functionality (85.8%). The variables that most contributed to the formation of clusters were basic activities of daily living (R 2 =0.725) and family functionality (R 2 =0.757). Clusters were: 1) elderly persons who needed help to perform instrumental activities of daily living, who suffered from anxiety and were dissatisfied with family relationships; 2) elderly individuals who were dependent for the performance of activities of daily living, who suffered from anxiety and were satisfied with family relationships; 3) independent elderly persons who were satisfied with family relationships. Conclusions: There were reciprocal relationships between the satisfaction of the elderly individuals with their family relationships and their levels of physical functionality and mental health.
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