O presente artigo tem por finalidade colocar em problematização o colonialismo invisível presente nas práticas de pesquisa. Inspirados pela perspectiva decolonial e pela perspectiva da filosofia da diferença, os autores optaram por utilizar elementos ficcionais para colocar em questão o lugar do pesquisador, principalmente, do pesquisador-trabalhador no seu encontro com o campo de pesquisa. O texto se move através do problema que se coloca por entre-sujeitos, entre-lugares e entre-saberes da e na pesquisa, buscando discutir se é possível uma pesquisa decolonial. O artigo propõe, mesmo para metodologias em que o pesquisar e o pesquisador se constituem no processo da investigação, que o pesquisador esteja atento ao “colonizador que o habita”. Trata-se de estar atento ao fato de que sua simples presença no campo marca uma diferença com relação ao outro, colocando-o neste limiar colonizador/não colonizador.
Este artigo trata de apresentar e problematizar a experiência do Projeto Ítaca Escola de Redução (ERD), onde tem sido possível desenvolver um processo de experimentação e invenção de uma perspectiva educacional sobre o campo das drogas que emerge dos saberes oriundos das práticas dos redutores de danos do Rio Grande do Sul. Para isso, realizou-se um recorte de tal experiência, que o ocorreu entre os anos de 2013 e 2015. Como método a apresentação deste percurso, dois momentos foram traçados. Num primeiro, realizou-se uma genealogia do projeto Ítaca, apontando suas proveniências e momento de sua emergência num cenário de transição da Redução de Danos. Num segundo momento, a partir de um olhar cartográfico apresentamos alguns pontos de aprendizado a partir das práticas da Ítaca ERD, apontando para um movimento de atualização da Redução de Danos (RD), a qual se dá a partir das pessoas envolvidas com a RD, na articulação da noção de RD com outros dispositivos do SUS e da reconfiguração da noção de campo.
Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS ad). Objetivou-se compreender os efeitos da relação entre o CAPS ad e o Judiciário no cuidado em saúde mental. Além disso, o estudo buscou conhecer as principais demandas que chegam a um CAPS ad, a partir do Judiciário, e compreender as especificidades do cuidado em saúde mental, quando este é produzido na interface entre o Judiciário e o CAPS ad. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, utilizando como instrumentos de coleta de dados diário de campo e entrevistas semiestruturadas com trabalhadores de um CAPS ad. Para tanto, a interpretação dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo. Os resultados demonstram que a principal demanda que chega até o CAPS ad, por meio do Judiciário, é para avaliação psiquiátrica para pedido de internação compulsória. Sendo que tal internação não tem sido utilizada apenas quando todos os recursos extra-hospitalares se tornam ineficientes. Diante disso, é preciso que todas as instituições envolvidas estejam articuladas, no que se refere ao cuidado de pessoas que fazem uso de drogas. Conclui-se que esta pesquisa contribui na compreensão da interface entre um CAPS ad e Judiciário no cuidado em saúde mental de pessoas com problemas decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Neste relato de experiência, é apresentada uma cartografia de uma experiência de estágio de um estudante de psicologia em uma escola do interior do Rio grande do Sul durante o ano de 2015. O qual tem como objetivo geral problematizar a respeito das práticas da Psicologia na escola e como objetivos específicos, demonstrar as práticas da educação de Jovens e Adultos (EJA) bem como analisar o papel da Psicologia ao proporcionar local de diálogo e discussões aos estudantes no âmbito escolar. A metodologia foi construída na perspectiva cartográfica, com uso dos diários de campo e dos conceitos de análise de implicação e analisador propostos por Baremblit ( 2002) e do conceito de Desejo em três movimentos (ROLNIK, 2014). Os resultados demonstraram que a presença do estagiário causava no início certa desconfiança porém ao se colocar à disposição da equipe de psicologia da escola e começar a atuar junto ao PIBID foi criada uma relação de confiança e as demandas existentes começaram a surgir e reconhecer no saber trazido pelo estudante um lugar de escuta e acolhimento, o qual pode contribuir através de dispositivos e do uso do conceito intercessores, em múltiplos aspectos da escola retirando o pensamento dos indivíduos de sua imobilidade. A conclusão demostra que o território tão buscado pelo estagiário na escola não se revelou como este desejava ou imaginava que devesse acontecer, foi preciso criar um outro modo de coexistir no espaço escolar onde a liberdade de transitar em diversos lugares seria a sua prática fundamental.
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