Esta dissertação tem como objetivo investigar se há distinção gramatical, foneticamente realizada, entre as categorias nome e verbo em Libras. A fim de verificar a existência ou não de morfemas categorias para nome e verbo em Libras, realizamos uma investigação por meio de um teste com imagens em contexto, no intuito de eliciar frases em Libras contendo os 25 pares de nome e verbo a serem analisados. O teste foi aplicado a 10 surdos (4 com aquisição da língua no período considerado crítico e 6 com aquisição em período considerado tardio) e também 9 ouvintes que adquiriram a Libras como L2, perfazendo um total de 19 sujeitos[1]informantes. Para constituição do aporte teórico, fundamentamo-nos na Teoria Gerativa e seus estudos de aquisição da linguagem (CHOMSKY, 1995; KATO, 2005), bem como estudos a respeito da gramática da Libras (SUPALLA; NEWPORT, 1978; QUADROS; KARNNOP, 2004; PIZZIO, 2011; LESSA-DE-OLIVEIRA, 2012). Diversamente ao que propõem alguns autores, como Quadros e Karnopp (1994), que assumem que existe distinção entre nome e verbo a partir do parâmetro de movimento (curto e reduplicado para nome, e único e alongado para verbo), defendemos a hipótese de que a Libras não possui marcas morfofonológicas definidoras de categorias gramaticais. Com base nessa perspectiva, assumimos que os sinais são desprovidos de qualquer material morfofonológico. A transcrição dos dados se deu via Sistema de Escrita para Línguas de Sinais-SEL, desenvolvido por Lessa-de-Oliveira (2012). Este sistema de escrita foi de grande importância, porque a SEL captura a estrutura interna do sinal. Os resultados de nossa análise evidenciam que em Libras, em termos de articulação, o sinal pode ocorrer em posição nominais ou verbais com a mesma articulação, ou seja, a diferença categorial não se dá por marcas morfológicas articuladas. Verificamos que diferenças categoriais, como as apontadas por Quadros e Karnopp (Ibidem), apresentam-se em volume muito irrisório. Dessa forma, com base nos resultados de nossos dados e na pesquisa de Pizzio (Ibidem), assumimos que tais diferenças não constituem um paradigma produtivo em Libras. Sendo assim, as variações encontradas são de natureza estilística ou decorrentes do contexto semântico-pragmático. Por tanto a categorização nesta língua se dá de forma estrutural, definida dentro do contexto sintático, independentemente do período ou contexto de aquisição de seus falantes.
Objetivando caracterizar nome e verbo em Libras, fundamentados na Teoria Gerativa e em proposta de estrutura articulatória do sinal (LESSA-DE-OLIVEIRA, 2012, 2019), investigamos essas categorias, hipotetizando que, em Libras, marcam-se nomes e verbos apenas sintaticamente. Analisamos corpus experimental, utilizando, para transcrição e observação morfofonológica, o sistema de escrita de Libras SEL. Os resultados indicam que, em Libras, os sinais em posições nominais ou verbais são morfofonologicamente idênticos. Observamos certas variações fonológicas entre sinais, que não implicam categorização, as quais analisamos como decorrentes de aspecto estilístico ou semântico-pragmático. Concluímos que a categorização nessa língua não é definida morfofonologicamente, mas pela sintaxe.
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