Este artigo apresenta os resultados de um projeto de pesquisa que objetivou criar um sistema de escrita para línguas de sinais, que pudesse ser grafado de formar manuscrita e digital e que pudesse ser adquirido por seres humanos com relativa facilidade. Concentramos esforços na investigação da natureza articulatória do sinal da Língua Brasileira de Sinais (Libras) a fim de poder produzir um sistema de representação escrita dessa língua que pudesse se submeter à automatização do processamento. Nossa investigação nos levou à identificação da estrutura articulatória dos sinais da Libras, constituída em quatro níveis hierárquicos. Com base nessa estrutura, elaboramos o sistema de escrita para línguas de sinais SEL, que, além desse critério, fundamenta-se nos aspectos arbitrariedade e linearidade. Como resultado, obtivemos um sistema capaz de representar a Libras na modalidade escrita, de forma linear, abarcando sua tridimensionalidade com alto grau de precisão e atendendo à condição de automatização do processamento na leitura e na escrita.
Esta pesquisa se compõe de uma análise da Child-directed signing (CDSig.) na língua brasileira de sinais (Libras), a partir de um mapeamento dos aspectos prosódicos. Para entender o fenômeno da fala dirigida à criança, baseamos nos estudos de línguas orais dentro do qual se observa alterações de fala nos diferentes níveis linguísticos (ELLIOT, 1982; FERNALD, 1989; KUHL, 1997; CAVALCANTI, 1999; BAIA, PACHECO, FERREIRA; 2019). Ademais, no que diz aos aspectos prosódicos na CDSing., apoiamo-nos nos estudos de Holzrichter, Meier (2000) e Fuks (2019) com base em outras línguas de sinais, revelando modificações fonéticas na sinalização. O corpus desta pesquisa se constituiu a partir de um experimento de nomeação de palavras realizado por 5 pais usuários da Libras. E os resultados indicam alterações fonéticas no sinal, tais como, modificação dos movimentos de braços e mãos, alteração de configuração da mão, reconfiguração das expressões não manuais, além da iconicidade.
Este trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla, que investiga o status de língua em 'sinais caseiros'. Trata-se de uma revisão de pesquisas anteriores, considerando-se a relevância em conhecer os trabalhos desenvolvidos na área, os fenômenos enfocados e quais aspectos ainda carecem de estudo. Objetivamos inventariar e analisar as dissertações e teses, que abordam ‘sinais caseiros’, constates prioritariamente na base da Capes, do período entre 2003 e 2019. Para tanto, optamos pela pesquisa bibliográfica do tipo ‘estado da arte', que tem como propósito mapear certa produção acadêmica. Como resultado, encontramos 11 pesquisas, entre as quais 18,18% apresentam análises sobre ‘sinais caseiros’; e as demais investigam sinais indígenas. Constatamos, a partir dos dados, que, apesar da grande contribuição desses estudos no cenário acadêmico, no tocante à natureza linguística dos sistemas de ‘sinais caseiros’, este tema é discutido de forma ainda incipiente, o que corrobora a necessidade de mais investigação.
Resumo: A partir de resultados de dois trabalhos de pesquisas, que investigaram objetos inter-relacionados sobre a Libras, acerca da natureza gramatical dos elementos linguísticos: sinal, classificador e ações construídas (OLIVEIRA-SAMPAIO, 2020) e sobre consciência sintática em Libras (GURUNGA, 2020), discutimos sobre consciência linguística em falantes dessa língua, surdos e ouvintes, quanto à percepção de sinais em frases nas quais podem haver também classificadores e ações construídas. Tanto essas pesquisas quanto a discussão aqui realizada baseiam-se na Teoria Gerativa (CHOMSKY; 1995), no que diz respeito à verificação de aspectos sintáticos, e no modelo fonológico de línguas de sinais proposto por Lessa-de-Oliveira (2012; 2019), na verificação de aspectos relativos à estrutura fonológica da Libras. Como conclusão, verificamos que classificadores e ações construídas podem ser confundidos com sinais, devido a certas características articulatórias e semânticas, o que é indicativo de um grau de consciência linguística médio ou baixo.
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