O projeto Investigando a competência tradutória de aprendizes em formação: levantamento de dados e análise contrastiva de resultados de pesquisas em universidade alemã e brasileira (PVB10375-2019) buscou contribuir com estudos sobre competência tradutória (PACTE, 2003, 2005, 2008). De agosto de 2019 a julho de 2020, foram sistematizados dados colhidos na Alemanha em 2018 (Leipnitz & Pickbrenner, 2020) e comparados com resultados da primeira coleta de estudo longitudinal no Curso de Tradução da UFPB (Liparini Campos et al., 2015; Liparini Campos & Leipnitz, 2017; Liparini Campos et al., 2017). Apresentam-se aqui as análises dos processos de segmentação cognitiva de estudantes alemães na realização de tarefa tradutória, organizada para a pesquisa aplicada em 2018. Participaram da coleta em Leipzig 23 sujeitos, que traduziram um texto técnico-científico curto no formato abstract. Cinco estudantes traduziram do inglês para o alemão o texto anteriormente utilizado na coleta no Brasil em 2014. O processo tradutório desses sujeitos foi registrado pelo Translog e as etapas aqui apresentadas correspondem a: 1) análise da segmentação do texto pelo registro das pausas; 2) classificação dos segmentos em Palavra, Sintagma, Oração, Complexo Oracional, Transentencial ou Não Sintático, de acordo com Dragsted (2004), Rodrigues (2009) e Pimentel Neto e Liparini Campos (2017); 3) análise do tamanho médio dos segmentos produzidos; 4) comparação com resultados da segmentação de estudantes brasileiros na primeira coleta na UFPB. A hipótese inicial de processamento cognitivo semelhante entre estudantes alemães e brasileiros em início de formação em Tradução foi confirmada. Observaram-se aprendizes com comportamentos tradutórios semelhantes, presos ao texto de partida e com segmentação cognitiva mais expressiva em categorias como Palavra, Sintagma e Oração. As análises da segmentação cognitiva de aprendizes de Tradução revelaram-se, aos participantes do projeto de pesquisa, como possibilidade metodológica na formação de tradutores.
Este artigo apresenta reflexões sobre a intervenção teatral realizada no ano de 2019, em uma escola pública da cidade de João Pessoa, Paraíba, dentro da proposta do Setembro Amarelo (campanha de prevenção ao suicídio). A intervenção da Cia. Artística Alotropicus, em parceria com o projeto extensionista Janelas da Interculturalidade da Universidade Federal da Paraíba, buscou promover a reflexão e o diálogo a partir de atividades cênicas que pensassem a valorização da vida. Para contextualizar o ambiente escolar de realização das ações extensionistas e, mais especificamente, da atividade teatral da Cia., fez-se necessário resgatar e problematizar questões da estrutura da nação brasileira, marcada por desigualdades econômicas, políticas, culturais e sociais. As análises propostas pretendem auxiliar na compreensão do preconceito estrutural no Brasil e pensar o teatro como dispositivo de reflexão, resistência e combate a desigualdades, para buscar o desenvolvimento da cidadania pelo empoderamento do indivíduo e consolidar a democracia. Com este objetivo, o aporte teórico do texto foi construído a partir das contribuições de Augusto Boal (1980, 2002, 2005), Grotowski (1971), Bourdieu (1996, 2003) e Paulo Freire (1987, 2000, 2006) para pensar o teatro e a educação. A apresentação do Projeto contextualiza o ambiente escolar e o grupo alvo das ações desenvolvidas na Escola Chico Xavier. A intervenção teatral se insere neste ambiente e apresenta o bullying em esquete conduzido a partir dos conceitos do Teatro do Oprimido, do Teatro-Fórum e do Teatro Pobre, apresentando a figura do curinga e chamando o alunado à proposição de desfechos para a cena apresentada. Ao final da ação, uma roda de conversa convida à reflexão sobre as escolhas individuais e o respeito ao outro e a sua diversidade. Como conclusão, é possível afirmar que as artes cênicas influenciam as práticas sociais e individuais, no sentido de proporcionar condições para o empoderamento de sujeitos cujos papéis sociais são constantemente questionados e confrontados. O teatro conforma-se como pedagogia e técnica no processo de construção de relacionamentos afetivos e/ou interpessoais, na busca por individuação e pertencimento a um espaço educacional e social.
Este trabalho tem como objetivo principal apresentar uma tradução comentada do conto The First Day, de Edward P. Jones, para o português brasileiro, introduzindo a narrativa no cenário Pessoense contemporâneo. Ao apresentar uma tradução juntamente com a discussão sobre o projeto tradutório e as escolhas de tradução feitas, este trabalho busca dar visibilidade à tradução, ao mesmo tempo em que reflete sobre a importância do cenário na construção da história e sobre as possibilidades em lidar com elementos da cultura afro-americana presentes no conto em uma situação de tradução. A proposta deste trabalho (em traduzir um conto e problematizar a tradução) se baseia nas propostas teóricas de Berman (1995) — sobre como projetos de tradução se articulam às crenças, posições e limitações do tradutor frente a um texto —, de Venuti (1995) — no embasamento sobre apropriação textual e visibilidade da tradução — e de Baker (2014) — ao refletir sobre o papel da tradução reduzir a marginalidade cultural de grupos sociais (no caso do conto aqui trabalhado, de grupos de cultura afro-americana). Sem a pretensão de encerrar o debate sobre as escolhas tradutórias, este artigo possibilita: aventar questionamentos visando uma maior conscientização sobre o papel social da tradução; refletir sobre o/a tradutor/a enquanto autor/a e agente social; e, suscitar a escrita de outros projetos tradutórios que abordem questões étnico-raciais.
O presente artigo analisa como as tecnologias digitais afetam as relações sociais de um grupo da terceira idade, dentro do espaço acadêmico e no cotidiano – a partir da relação corpo, mídia e envelhecimento. Tendo como objeto de estudo os alunos do curso de Francês do Núcleo de Estudo e Pesquisa da Terceira Idade (NIETI), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), busca-se entender, assim, as complexidades e demandas da pessoa idosa por uma ressignificação em torno do que é ser terceira idade no cenário atual. Como percurso metodológico, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e observação participante. Dentro do arcabouço teórico, há diálogos com autores da sociologia, antropologia, comunicação e educação, como Campelo (1996), Buckingham (2010), Stepansky (2012), Martín Barbero (2014) e Longhi (2018). Conclui-se que as tecnologias digitais modificam as práticas sociais da terceira idade, transformando-se em pedagogias no processo de relacionamentos afetivos, nos anseios por uma interação com outros grupos e na busca de pertencimento a um espaço educacional.
Ao longo das últimas décadas, diferentes discussões vêm sendo realizadas, dentro dos Estudos da Tradução, sobre a noção de Competência Tradutória e seus componentes. Este artigo adota o modelo de competência tradutória do grupo Procés d’Adquisició de la Competència Traductora i Avaluació PACTE (2003) e toma como ponto de partida o relativamente baixo número de investigações específicas sobre o subcomponente psicofisiológico desse modelo. Associando essa lacuna ao fato de se tratar de um componente não facilmente observável ou mensurável por meio de exames ou métodos externos ao indivíduo, este artigo busca discutir como a Pesquisa Narrativa pode contribuir para o campo disciplinar, fornecendo métodos que permitam uma melhor compreensão desse subcomponente e dos processos de desenvolvimento da Competência Tradutória de tradutores e tradutoras em formação. O artigo se ancora em discussões sobre os métodos e possibilidades oferecidas pela Pesquisa Narrativa — como Clandinin et al. (2017), Connelly e Clandinin (2006) e Dutra e Mello (2008) —; em discussões sobre Competência Tradutória — como PACTE (2003) e Lara (2016) —; e discute a narrativa de uma tradutora em formação, com vistas a mostrar a viabilidade da proposta de pesquisa aqui apresentada. A discussão do caso é realizada a partir do registro bibliográfico da narrativa — em que são discutidas as percepções da discente sobre seus processos de desenvolvimento da Competência Tradutória, suas percepções sobre sua capacidade de segmentação textual e sua insegurança em empreender tarefas de tradução. Este artigo sugere que, no médio-longo prazo, um trabalho sistemático de coleta e análise de narrativas de tradutores e tradutoras em formação poderá elucidar questões relativas ao desenvolvimento da Competência Tradutória e, assim, suprir a lacuna aqui identificada.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.