A pesquisa intitulada “As coisas-memória na arte da performance” desenvolvida no PPGAVI/UFPel é vinculada à linha de pesquisa Processo de Criação e Poéticas do Cotidiano, sob orientação da Profa. Dra. Eduarda Gonçalves e versa sobre o processo poético da performance como resultado de resgate de memórias vividas no contexto familiar e adquiridas no contato com produções artísticas. A prática artística desta pesquisa, em específico nos seus processos performáticos, conduz ao conceito de coisas-memória imbricando a linguagem das artes visuais e da dança. A reflexão é articulada à produção de performance evidenciando o conceito de coisa, revisto por Foucault e Deleuze, assim como o conceito de memória evidenciado pelo filosofo Henri Bergson. Colocando questões do presente e de um passado (infância com a avó, através de vídeos, objetos, roupas e fotografias), o conceito de coisas-memória reinventa as percepções ao se tornar ação performática. As vestimentas e objetos são algumas das visibilidades que vão dar a ver as dizibilidades expressadas nos atos em performances. Por estas questões se versa sobre duas performances realizadas: O que é daqui? Processos e Trajetos; Voz e Matéria, são igualmente evidenciadas nas referências artísticas de Marina Abramovic e Sophie Calle, abordando aspectos referentes à linguagem da performance que tem como disparo as relações interpessoais e da memória.
Compositor, letrista, cantor e escritor brasileiro, Vitor Ramil é natural de Pelotas, onde nasceu em 7 de abril de 1962. Autor de doze álbuns, Estrela, Estrela (1981), A paixão de V segundo ele próprio (1984), Tango (1987), À beça (1995), Ramilonga - A estética do frio (1997), Tambong (2000), Longes (2004), Satolep Sambatown (com Marcos Suzano - 2007), délibáb (CD+DVD - 2010), Foi no mês que vem (duplo - 2013), Campos Neutrais (2017) e Avenida Angélica (2022), álbum recente e de canções inéditas compostas a partir de poemas da poeta pelotense Angélica Freitas. Além disso, Vítor é autor de dois songbooks: Vitor Ramil (2013) e Campos Neutrais (2017). Vitor tem como temas recorrentes de suas músicas: o tempo, a paisagem, a melancolia e o cotidiano, muitas vezes constituindo imagens inundadas por subjetividades que compõem a experiência ao sul do Brasil. Seus trabalhos também são reconhecidos por reunir artistas e sonoridades brasileiras, argentinas e uruguaias. A ligação com a cidade e a cultura Pelotense são abordadas nas novelas Pequod (1995), Satolep (2008) e A primavera da pontuação (2014). Seu ensaio, apresentado na Conferência Porto Alegre, un autre Brésil, no Théâtre Saint-Gervais em Genebra: A estética do frio (2004), é um marco no pensamento sulino, porque propõe, a partir da música, uma nova forma de investigarmos o território ao sul do sul, onde a experiência da frialidade anuncia um ciclo sazonal, e sua percepção, um processo de criação em construção permanente. É nesse ensaio que Vitor afirma: “Não estamos à margem de um centro, mas no centro de uma outra história”, uma reflexão explorada na chamada dessa revista, e em diversos trabalhos que compõem a Pixo 21: Ao sul do Sul. Desde o início da Pandemia, Vitor Ramil trabalha em uma revista à conferência “A Estética do Frio”.
Estamos ao Sul do Sul. Nos constituindo como agentes de uma centralidade não apenas geográfica, mas artística, urbana e arquitetônica. Como palpita Vitor Ramil, em A Estética do Frio: "Não estamos à margem de um centro, mas no centro de uma outra história". E queremos reconhecê-la, descrevê-la ou inventá-la. Assim, querendo receber as muitas versões que dizem sobre esse território, esboçamos uma chamada aberta, mas não genérica. Ao incitar esse pensamento, nosso interesse estava na não precisão e no diálogo possibilitado pela heterogeneidade. Se estamos aqui, ao Sul do Sul, reconhecendo o que torna um território plural e significante, buscamos na diferença caminhos para movimentar as certezas. Longe de estipular uma versão unitária que especifique uma ideologia, tipologia ou estereótipo, convidamos os muitos a propor um novo território textual-imagético-poético ao sul do sul. A movimentação nos interessa e é parte de um giro epistemológico em processo. Partirmos.Nossa navegação começa ao encontro da literatura, da filosofia e da estética em VIAGEM AO FIM DO MUNDO, de Fernando Freitas Fuão. Em uma excursão ao extremo sul da América do Sul, o pensamento extrapola os conceitos de continuidade, natureza, collage e a própria noção de fim para nos provocar a pensar. Complementando a experiência sulista, Marlise Buchweitz nos convida a partir de TRAÇOS, OBJETOS, RASTROS E MEMÓRIAS QUE COMPÕEM UMA IDEIA DE SUL DO SUL, a olhar para a memória e a literatura para suscitar o que pode ser um lugar, a partir de uma paisagem cultural comum do sul.A parede branca, seção visual que compõe essa edição, é iniciada com os provocantes trabalhos de Federico Hurtado AVISTAMIENTOS DE OLIGARCAS. O artista argentino instiga, a partir de suas collages, a satirizar a imagem dos grandes oligarcas, surpreendentemente atualizados, que encontra em ilustrações de revistas europeias do final do século XIX. Expõe a proposição também na obra coleção de barcos (en una costa sin barcos), navegações bricoladas feitas com achados do mar de la plata.1 Graduanda em Artes Visuais -licenciatura (UFPel). Doutoranda em Arquitetura (PROPAR/UFRGS). Mestra em Arquitetura e Urbanismo (UFPel/2021). Arquiteta e Urbanista (UFPel/2018). 2 Doutora em Artes Visuais pelo PPGAV/UFRGS. É artista, professora e pesquisadora do campo das Poéticas Visuais. Sua produção artística é composta por trabalhos que articulam objetos, desenho, escrita e fotografia, e buscam através de um tom ficcional pensar sobre a produção de objetos e suas implicações com a memória, a casa e os modos de vida. É líder do Grupo de Pesquisa Lugares-livro: dimensões materiais e poéticas, CNPq/CA -UFPEL. Coordena o Projeto de Pesquisa OBJETOCOISA: reflexões sobre a criação e produção de materialidade na Arte. É professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, no Mestrado em Artes Visuais -CA/UFPEL, onde também é professora na graduação, em disciplinas voltadas à percepção do espaço tridimensional e a criação de relações entre arte e cidade.
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