O objetivo desse estudo foi analisar a velocidade e a amplitude dos movimentos mandibulares durante a fala, antes e depois da frenectomia lingual, em uma amostra composta por 10 sujeitos entre 15 e 21 anos, com diagnóstico de anquiloglossia. Inicialmente foi realizada a aferição da abertura máxima de boca com paquímetro, bem como, da velocidade de abertura e fechamento de boca e da amplitude dos movimentos mandibulares durante a fala, com eletrognatógrafo- BioEGN. Os sujeitos diagnosticados com anquiloglossia foram encaminhados para realização da frenectomia lingual. Após 30 dias do procedimento cirúrgico, novos registros foram obtidos. Para análise dos dados foram aplicados os testes Shapiro-Wilk e o teste t-Student. Quando comparados os movimentos mandibulares antes e depois da frenectomia lingual, a análise das variáveis mostrou que os sujeitos apresentaram diferença estatisticamente significante dos movimentos mandibulares durante a fala, mostrando que a anquiloglossia interfere na realização desses movimentos. O presente estudo mostra que a velocidade e amplitude dos movimentos mandibulares durante a fala foram melhoradas após frenectomia lingual em pacientes com anquiloglossia.
Introdução: Pacientes com alterações do frênulo lingual são observados distúrbios da fala que podem comprometer os movimentos mandibulares. Objetivo: Descrever a amplitude, lateralidade e velocidade dos movimentos mandibulares durante a fala, pré e pós frenectomia lingual. Para avaliação dos movimentos mandibulares, este estudo analisou e comparou os parâmetros quantitativos. Material e métodos: Estudo comparativo, descritivo e transversal, realizado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CAAE: 91536418.8.0000.5208). Avaliados 10 pacientes entre 15 e 21 anos, na Clínica Integral II de Odontologia da UFPE. Incluídos pacientes com anquiloglossia e alteração de fala. Excluídos aqueles com perda dentária de mais de um elemento por quadrante; deformidade dentofacial: overbite (sobremordida), overjet (sobressaliência); mordida cruzada e aberta; uso de prótese dentária removível e/ou total; tratamento fonoaudiológico, aprimoramento de fala ou frenectomia prévios; presença de qualquer histórico de déficits comunicativos e neurológicos. Foi aplicado o Protocolo de Avaliação de Frênulo da Língua proposto por Marchesan (2014). Para as provas gerais/funcionais deste, utilizou-se câmera fotográfica. Para obtenção das medidas de amplitude máxima de abertura de boca, usou-se o paquímetro digital; e dos movimentos mandibulares (amplitude vertical no plano frontal e sagital, desvio em lateralidade para esquerda e direita, velocidade de abertura e fechamento), durante a fala, usou-se o eletrognatógrafo. Realizada a frenectomia lingual e após 30 dias, novos registros foram obtidos pelos métodos aplicados inicialmente. Resultados: Quando comparados os movimentos mandibulares dos pacientes pré e pós frenectomia lingual, a análise das variáveis mostrou que eles apresentaram diferença estatistica¬mente significante nas variáveis de Amplitude Vertical Plano Frontal (AVPF) e da Velocidade de Fechamento (VF), bem como nas variáveis de Abertura Máxima de Boca (AMB) e Abertura Máxima de Boca com língua tocando em papila incisiva (AMBpi). Discussão: A análise da dinâmica mandibular é apontada em alguns estudos como um importante meio de avaliação do estado funcional do sistema estomatognático, assim como uma ferramenta auxiliar no diagnóstico correto de possíveis alterações (Okeson, 2008); (Anelli, 1997). As pesquisas realizadas com o intuito de verificar a movimentação mandibular apresentam uma diversidade de situações clínicas estudadas, o que demonstra a confiabilidade do uso da eletrognatografia na obtenção de dados clínicos relativos à velocidade e à amplitude destes movimentos (Pinheiro et al., 2012). Conclusão: O estudo mostrou que pacientes com anquiloglossia apresentaram uma melhora na cinesiologia mandibular após a realização da frenectomia lingual, caracterizada pelo aumento de amplitude em plano vertical frontal, diminuição dos desvios em lateralidade e aceleração da velocidade de fechamento mandibular.
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