RESUMO: O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre a insatisfação com a imagem corporal, por excesso de peso e pela magreza, e diferentes indicadores antropométricos de obesidade em adolescentes do sul do Brasil. Caracterizou-se com um estudo transversal, realizado na cidade de Criciúma – SC, com 575 adolescentes de 11 a 17 anos, de ambos os sexos. A imagem corporal foi avaliada por meio de escala de silhuetas. Os indicadores antropométricos de obesidade Índice de Massa Corporal, Relação Cintura-Estatura, Perímetro da Cintura e Índice de Conicidade foram avaliados conforme protocolo da Sociedade internacional para o Avanço da Cineantropometria. Adolescentes do sexo masculino, de 11 a 13 anos insatisfeitos pela magreza, apresentaram menores chances de ter Relação Cintura-Estatura elevada (RC: 0,1; IC95%: 0,04 - 0,51) e maiores chances de ter Índice de Conicidade elevado (RC: 4,4; IC95%:1,28-15,20) quando comparados com adolescentes satisfeitos com a imagem corporal. Adolescentes do sexo feminino, de 11 a 13 anos insatisfeitas pela magreza, apresentaram menores chances de ter Índice de Massa Corporal (RC: 0,1; IC95%: 0,02 - 0,58) e Índice de Conicidade (RC: 0,2; IC95%: 0,05 - 0,94) elevados e maiores chances de ter Relação Cintura-Estatura elevada (RC: 23,6; IC95%: 3,35-166,85) quando comparadas às adolescentes satisfeitas com a imagem corporal. Concluiu-se que existe associação entre a imagem corporal e indicadores antropométricos de obesidade para adolescentes de 11 a 13 anos, principalmente nos insatisfeitos pela magreza. No sexo masculino, distintos indicadores antropométricos de obesidade abdominal trazem interpretações distintas na associação com a imagem corporal. No sexo feminino, indica distorção da própria imagem corporal, que pode levar as adolescentes a adotarem comportamentos alimentares inadequados, levando à riscos à sua saúde.