As informações da paisagem de microbacias hidrográficas condizentes a hidrogeomorfometria e a dinâmica de cobertura da terra, são fundamentais para o planejamento e uso sustentável dos recursos naturais. Neste sentido, objetivou-se com o presente estudo, realizar a análise das características geométricas, topográficas, hidrográficas e a dinâmica temporal de cobertura da terra da microbacia do rio Boa Sorte. Para tal, foram utilizadas ferramentas geotecnológicas e equações consolidadas pela literatura especializada. A microbacia possui área de 19,73 km2, perímetro de 24,79 km, forma alongada, baixa susceptibilidade a enchentes do ponto de vista geométrico, altitudes entre 195 e 251 m, predominância de relevos suave ondulado e plano, rede de drenagem de 15,85 km, padrão dendrítico de 3ª ordem, baixa densidade de nascentes, média densidade de drenagem, canal principal muito reto, coeficiente de manutenção de 1.244,8 m2 m-1 e tempo de concentração de 3,2 h. Em 37 anos (1984 a 2021), constatou-se supressão contínua da cobertura de floresta nativa, de 18,92 km2 (95,9%) para 3,52 km2 (17,8%), principalmente para a implantação de sistemas agropecuários, os quais ocupam no ano de 2021 uma área de 16,00 km2 (81,1%). A microbacia apresenta potencial para o desenvolvimento da produção agropecuária, todavia, o avanço destes sistemas produtivos nas Áreas de Preservação Permanente, gera preocupações acerca da disponibilidade e qualidade dos recursos naturais em longo prazo, para atender as demandas das gerações futuras.
As informações referentes às características da paisagem nas microbacias hidrográficas são essenciais para a identificação de regiões com potencial agropecuário e com fragilidade ambiental e, consequentemente, auxiliar no planejamento do uso e ocupação da terra e na gestão dos recursos naturais. O objetivo deste estudo foi avaliar as características hidrogeomorfométricas e a dinâmica da cobertura do solo na microbacia do rio Tamanduá por meio de geotecnologias e equações. A microbacia tem 17,48 km2, perímetro de 25,35 km, forma alongada, altitudes entre 220 e 296 m e predominância dos relevos suave ondulado e ondulado. Também apresenta rede de drenagem de 17,08 km, padrão de drenagem dendrítico de 3ª ordem, baixa densidade de nascentes, média densidade de drenagem, canal principal reto, coeficiente de manutenção de 1.023,4 m2 m-1 e tempo de concentração de 2,99 h. Foi constatado que em 1984 o espaço físico ocupado pela floresta nativa era de 69,22%, e com o avanço da agropecuária foi reduzido para 24,14% em 2021. A microbacia do rio Tamanduá tem potencial agropecuário, inclusive para a adoção de mecanização agrícola na maior parte de sua área (98,11%), contudo, observou-se a presença de atividades agropecuárias em regiões de elevada vulnerabilidade ambiental, com destaque para a utilização de colinas com relevo declivoso e a zona ripária. Portanto, o cenário atual gera uma série de preocupações a respeito dos impactos ambientais, indicando comprometimento do desenvolvimento sustentável da região.
A análise da cobertura do solo permite identificar e delimitar as áreas com maior vulnerabilidade ambiental. Em face ao exposto, objetivou-se com este trabalho, analisar a dinâmica da cobertura do solo na microbacia e zona ripária do Rio Azul, para auxiliar no planejamento e gestão dos recursos naturais. A análise foi realizada com o software QGIS 2.10.1 e imagens dos satélites Landsat 5 (1984) e Landsat 8 (2022). A microbacia tem área de 407,55 km2. No ano de 1984, a microbacia apresentava 77,81% da área coberta com floresta nativa, 17,34% com agropecuária, 4,84% com campo nativo e 0,01% com água. No ano de 2022, as áreas de agropecuária, floresta nativa, água e campo nativo abrangeram 77,39, 20,55, 1,08 e 0,98% da área total, respectivamente. A zona ripária tem área de 46,87 km2, sendo observado que no ano de 1984, 87,24% desta área era coberta com floresta nativa, 11,65% com agropecuária, 1,07% com campo nativo e 0,04% com água, e no ano de 2022, constatou-se que as áreas de floresta nativa, agropecuária, água e campo nativo abrangeram 68,74, 22,92, 8,15 e 0,19% da área total, respectivamente. Conclui-se que a área de agropecuária cresceu na microbacia e na zona ripária, sendo esta última a região mais vulnerável do ponto de vista ambiental. Portanto, recomenda-se a recomposição da vegetação nativa na zona ripária que está ocupada com agropecuária (10,74 km2).
A caracterização da paisagem de microbacias é muito importante para o planejamento e gestão dos recursos naturais, por permitir a obtenção de informações sobre as características hidrogeomorfométricas, e, consequentemente, a identificação da fragilidade ambiental e do potencial agropecuário. O presente estudo teve como objetivo a caracterização da paisagem do rio Lagartixa, utilizando geotecnologias e equações. A microbacia do rio Lagartixa tem área de 11,02 km2, perímetro de 15,49 km, forma intermediária, altitude média de 213 m, predominância dos relevos suave ondulado e plano, padrão de drenagem dendrítico, rios de até 3° ordem (baixa probabilidade de secar durante o período de estiagem), 11 nascentes, 1 nascente km-2 (baixa), densidade de drenagem de 1,23 km km-2 (média), coeficiente de manutenção de 810,9 m2 m-1, índice de sinuosidade de 17,19% (canal principal muito reto) e tempo de concentração de 3,39 h. As características da paisagem confirmam aptidão para o desenvolvimento de atividades agrícolas, com 99,91% da área exercendo baixa influência na propagação de incêndios e apta a extremamente apta à mecanização agrícola, contudo, esta microbacia está localizada no pantanal do rio Guaporé e pode passar por problemas de enchentes no período das chuvas. Portanto, recomenda-se uma análise da cobertura do solo para se identificar as áreas suscetíveis às enchentes, e juntamente com as informações adquiridas neste trabalho, selecionar as práticas de manejo mais eficientes para conciliar a conservação dos recursos naturais e o desenvolvimento de atividades econômicas.
É de suma importância conhecer as características da paisagem da microbacia para determinar o seu potencial agropecuário e suas limitações naturais, possibilitando o planejamento e a gestão ambiental em prol do desenvolvimento sustentável. Assim, objetivou-se com o presente trabalho disponibilizar informações sobre a dinâmica da cobertura do solo da microbacia e zona ripária do rio Maritaca. Foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 (1984 e 2003) e Landsat 8 (2022), e o software QGIS. No período de 1984 a 2003, ocorreu o crescimento da área de agropecuária, a redução da área de floresta nativa e a identificação da área de espelho d’água na microbacia e na zona ripária, e no período de 2003 a 2022, ocorreu o inverso para as áreas de agropecuária e floresta nativa e a manutenção da área de espelho d’água. No ano de 2022, a cobertura do solo na microbacia era formada por 78,43% de agropecuária, 21,26% de floresta nativa e 0,31% de espelho d’água, e a zona ripária era composta de 50,61% de floresta nativa, 48,17% de agropecuária e 1,22% de espelho d’água. Conclui-se que a baixa quantidade de floresta nativa na microbacia e o avanço da agropecuária sobre a zona ripária comprometem a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos da região, e consequentemente, a sustentabilidade dos estabelecimentos agropecuários. Recomenda-se a manutenção da floresta nativa remanescente, a recuperação da floresta nativa nas áreas protegidas por lei e a adoção de práticas conservacionistas e de sistemas agroflorestais.
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