RESUMO O objetivo do artigo foi apresentar o processo de construção da interdisciplinaridade na saúde a partir da experiência das rodas de conversas no enfrentamento da pandemia da Covid-19. A crise pandêmica atingiu toda a população e exigiu a organização de estratégias e repostas aos problemas apresentados nos serviços municipais, porém, os impactos sociais atingiram segmentos populacionais em situação de vulnerabilidade de maneira profunda, como a população em situação de rua. Diante da complexidade desse cenário e da intenção de desvendar essa realidade, o Grupo de Estudo sobre Política de Saúde e Serviço Social e o Grupo de Estudo sobre Participação nas Políticas Sociais, da Universidade Estadual Paulista de Franca, São Paulo, mobilizaram coletivamente estudantes, pesquisadores, docentes, trabalhadores e usuários para o debate interdisciplinar. A proposta das rodas de conversas foi construída no movimento dessa realidade, a partir do exercício dialético e dos problemas vivenciados da pandemia, realizadas de forma remota e mensal, em 2020 e 2021. As discussões e os resultados demonstraram que a roda é um dispositivo potente para estudos, reflexões, troca de experiências e conhecimentos, na construção da interdisciplinaridade em saúde e das estratégias intersetoriais para essa população. Um espaço que se configurou de fortalecimento e resistência dos sujeitos.
O manuscrito tem como objetivo socializar a experiência coletiva do projeto “Rodas de Conversas sobre o SUS: educação permanente em saúde no enfrentamento da pandemia” de 2020. Construído a partir das necessidades de trabalhadoras(es) da linha de frente da saúde e assistência social, envolveu estudantes, docentes, movimentos sociais, conselhos de direitos. O cenário da pandemia tornou as demandas mais expressivas nos serviços municipais e provocou sentimento de indignação diante do descaso do Estado na ausência de respostas à crise sanitária e da barbárie explícita do projeto neoliberal e conservador que avança no país e na destruição do Sistema Único de Saúde. A aproximação e integração – estar juntas(os) em isolamento social – foi uma atitude de resistência e fundamental para defesa do direito à saúde e à vida. As rodas de conversas são dispositivos significativos e foram adotadas para integração formação-trabalho e potencialização dos sujeitos, na estratégia da Educação Permanente em Saúde. A problematização da realidade, nas 12 rodas realizadas, demonstrou como resultados os impactos da pandemia que aprofundou a crise estrutural em curso, falta de apoio a trabalhadoras(es) da linha de frente e violação de direitos da População em Situação de Rua, no nordeste paulista de Franca e Região. Evidenciou, que o enfrentamento da pandemia exige ações interdisciplinares e intersetoriais, coletivas e solidárias, espaços de diálogos e troca de experiências. As rodas produzem novos sentidos e os sujeitos se fortalecem, permitem rever conceitos, valores, significados, coletivamente compreendem essa realidade contraditória e possibilidades que podem ser construídas no cotidiano do SUS.Palavras-chave: Sistema Único de Saúde; Rodas de Conversas; Educação Permanente; Pandemia.
O artigo tem como objetivo discutir a relevância da Educação Permanente em Saúde como política e estratégia do Sistema Único de Saúde para formação de trabalhadoras(es), no contexto de crises da pandemia da Covid-19. A partir da perspectiva crítica e dialética, aponta elementos para desvendar essa realidade em sua totalidade, a importância da integração formação-trabalho, com referência em estudos, pesquisas e extensão, no período de 2020 e 2021, da universidade pública do interior de São Paulo. Os resultados evidenciam um cenário de precarização das condições de vida, ausência de preparação de recursos humanos da saúde, negacionismo da técnica e da ciência. A discussão destaca a potencialidade do Sistema que, mesmo subfinanciado e precarizado, deu respostas às demandas e necessidades da população. A estratégia tem potencialidade para transformar a realidade, apropriar o conceito ampliado de saúde e construir espaços de diálogos, para dar conta do enfrentamento da pandemia. Palavras-chave: Sistema Único de Saúde. Educação em Saúde. Pandemia.
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