O artigo apresenta reflexões teóricas a partir das contribuições de Lev Semionovich Vigotski e Baruch de Espinosa. O aprofundamento em torno da teoria de Vigotski revela que ele encontrou em Espinosa a sustentação filosófica que explica a relação entre afeto e intelecto no desenvolvimento do psiquismo humano. Com base nisso, propomos um diálogo entre Vigostki por meio da categoria vivência, e Espinosa a partir da categoria afetação. O estudo vem sendo realizado por meio de pesquisa bibliográfica com base na obra Éticade Espinosa e nos textos pedológicos escritos por Vigotski, precisamente La crisis de los siete años, A questão do meio na pedologia e Psicologia pedagógica. Os resultados apontam que vivências alegres aumentam a potência de agir de alunos e professores. O aumento da potência de agir significa também o aumento da potência de pensar, ou seja, significa maior consciência na atividade. Para o aluno, significa vivenciar aprendizagens que façam sentido para sua vida, ou seja, o que lhe traz felicidade. Para o professor, significa saber o que faz, isto é, maior autonomia no trabalho. Portanto, as vivências que constituem encontros alegres produzem afetações que ajudam na constituição de sujeitos mais emancipados.
RESUMOO texto reúne parte dos resultados de pesquisa realizada com o objetivo de investigar mediações constitutivas de professores e alunos que desenvolvem com sucesso práticas educativas. O significado de prática educativa bem-sucedida no qual nos apoiamos encontra-se ancorado nas ideias de L. S. Vigotski e do filósofo Baruch de Espinosa. Com base nos teóricos, compreendemos práticas educativas bem-sucedidas aquelas que, além de gerar aprendizagem e desenvolvimento, possibilitam a expansão de afetos alegres que potencializam mentes e corpos humanos. A pesquisa aconteceu entre os anos de 2011 e 2014. Neste artigo, apresentamos parte dos resultados alcançados com os alunos. Esses resultados apontam que, quando são alegres, as vivências educativas convergem para o aumento da potência de ser aluno. O aumento dessa potência reorienta a produção de novos sentidos que alteram de forma significativa a relação dos educandos com os estudos, com a escola e com a vida.
Este artigo discute dados de pesquisa bibliográfica e empírica com o objetivo de analisar a categoria vivência e sua relação com as práticas educativas escolares. Essa discussão, fundamentada nas ideias de Vigotski (2017, 2009, 2004, 2000, 1991), Espinosa (2008, 2007) e comentadores permite a compreensão de que o desenvolvimento da consciência é processo, ao mesmo tempo, racional e afetivo, ligado à vida real das pessoas, ou seja, à dialética objetividade e subjetividade que expressa e determina a existência humana. Os dados da pesquisa empírica envolvem um professor de educação básica na área de matemática e quatro alunos. Na produção de dados foram utilizados memoriais e entrevista reflexiva. Núcleos de Significação foi o procedimento de análise. Os resultados apontam que, mediados pelo social, professores e alunos produzem afetos que orientam a produção de novos sentidos sobre ser professor e ser aluno na escola e alteram a relação com a atividade escolar. A mudança dos estados afetivos gera transformações que comprovam existência de algo novo, algo particular e peculiar que modifica a relação social, e que é, segundo Vigotski, o principal indicativo da existência de perejivânia (vivências).
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