Este artigo aborda registros de viagens e de passeios localizados em cadernos de alunos de um acervo específico. Os cadernos correspondem ao que hoje se denomina de anos iniciais do Ensino Fundamental e cobrem o período dos anos de 1950 até os dias atuais.Assim, procura-se analisar, sob a ótica infantil, os registros tanto de viagens -entendidas como deslocamentos de mais longa distância, ou seja, intermunicipais e interestaduais -, quanto de passeios -entendidos como deslocamentos na própria cidade ou na zona de localização da casa e/ou da escola. São apresentados, primeiramente, textos que permitem problematizar as experiências familiares das crianças -portanto pessoais e privadas -com passeios ou viagens.De tal modo, foi possível apreender como elas se referem a essas atividades, feitas, em geral, durante as férias, às redes de relações familiares ampliadas que vivenciam e a alguns acontecimentos que consideram relevantes de serem registrados, especialmente no que tange às brincadeiras, ao estudo e a pequenas tarefas executadas no âmbito doméstico. Na sequência, são destacados textos das crianças que indicam viagens e passeios realizados na esfera escolar. Uma das conclusões possíveis é a de que a escola promove, via de regra, passeios culturais (cinema, teatro, biblioteca) e "passeios-informação", a fim de trabalhar determinados conteúdos curriculares.
Neste artigo trabalha-se com anúncios de jornais das primeiras décadas do século XIX com o objetivo de identificar onde, como e com quem, homens, mulheres e crianças escravizadas aprendiam a ler e a escrever. A pesquisa indica que, via de regra, nas próprias residências, padres, senhoras, moças vindas da Europa, por exemplo, estavam entre as pessoas que ensinavam escravos e escravas as habilidades da leitura e da escrita. Além disso, um dos resultados do estudo revela a relação entre o ensino das primeiras letras e o ensino de tarefas domésticas e de ofícios especializados, como indicam os próprios anúncios analisados.
O propósito deste trabalho é apresentar os resultados de uma pesquisa realizada em 2010 sobre práticas de alfabetização em uma turma do 1º ano da rede municipal de Pelotas-RS. Os procedimentos metodológicos foram realizados através de análise documental (LE GOFF, 1992) e da abordagem etnográfica (COHN, 2005; GEERTZ, 2008), considerando principalmente os estudos sobre alfabetização desenvolvidos por Soares (2001a, 2004a), Kramer (2006) e Peres (2009). Os dados foram coletados através da análise dos cadernos das crianças, dos documentos expedidos pelo Ministério da Educação que tratam da proposta para o ensino fundamental de nove anos e dos documentos da Secretaria Municipal de Educação (SME). Os resultados da pesquisa indicam que a alfabetização desenvolvida no cotidiano da turma de 1º ano investigada não corresponde à proposta do governo federal e da Secretaria Municipal de Educação de Pelotas.
RESUMO Tratando os livros didáticos, em específico as cartilhas para o ensino da leitura e da escrita, como parte constitutiva e importante da cultura material escolar, o objetivo deste artigo é apresentar uma análise comparada da Cartilha Mestra e da Cartilha Samorim - Recreativa e Instructiva, ambas de autoria do professor gaúcho Samorim Gustavo de Andrade, sendo a primeira de 1919/1913, na 12ª edição, e a segunda, a 1ª edição, de 1921. Produzidas no contexto da consolidação do governo positivista no Rio Grande do Sul, da constituição do sistema público de ensino e do crescimento de uma “indústria escolar”, as cartilhas aqui em pauta foram amplamente utilizadas em escolas gaúchas e expressam parte da cultura material escolar do período em questão. Para este artigo, ambos os exemplares indicados foram cotejados tendo o livro como objeto de estudo na perspectiva de uma história de sua edição e da cultura material escolar. O estudo permitiu evidenciar que a Cartilha Samorim é uma versão ampliada da Cartilha Mestra. Contudo, as edições apresentam especificidades, como, por exemplo, o acréscimo, na versão de 1921, da letra cursiva e de textos para o desenvolvimento da fluência da leitura. É provável que as mudanças observadas estivessem articuladas aos discursos da época no que tange aos métodos para o ensino da leitura e da escrita e às demandas sociais e pedagógicas.
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