<p>Este artigo tem como objetivo refletir sobre a tradução, dialogando com alguns teóricos contemporâneos e com a linha desconstrutivista, levantando questões que lhe são fundamentais, tais como a subjetividade do tradutor e o papel das línguas envolvidas no processo tradutório, de modo a entendermos a tradução como um processo de interpretação e de constante reescritura, que envolve diferentes sujeitos e culturas.<strong></strong></p>
Neste estudo de natureza discursiva, nossa proposta é, partindo do dizer de alunos-professores em formação, identificar parte do imaginário construído e descrito por eles sobre o aprender línguas, utilizando-nos de conceitos básicos da psicanálise (desejo e necessidade) e de Foucault (principalmente, o das tecnologias de si). Através da análise de recortes selecionados de entrevistas orais, podemos concluir que aprender línguas implica muito mais do que a aquisição de saberes, habilidades e competências, mas toda a reconfiguração de processos subjetivos e identitários que constituem o sujeito-professor, processos inconscientes que remetem ao caráter ameaçador do desejo e ao caráter regularizador/normatizador das necessidades, que se constituem a partir das relações simbólicas e imaginárias produzidas na e pela história.
Este trabalho, numa perspectiva discursiva, tem como objetivo discutir o funcionamento da ironia dentro do discurso jornalístico, o qual rompe com a pretensa linearidade e imparcialidade desse discurso. Para a constituição de nosso corpus de pesquisa e análise, selecionamos recortes de reportagens e quadrinhos extraídos de diferentes edições diárias de um jornal, os quais se relacionam a um acontecimento muito narrado e comentado pela mídia. Através da análise da materialidade lingüística, no confronto entre diferentes discursos e textos, podemos concluir que o discurso jornalístico, constitutivo da memória discursiva, está sujeito também à porosidade da língua e seu caráter equívoco, aflorados nos efeitos de estranhamento e de humor provocados pela ironia.PALAVRAS-CHAVE: Ironia; Discurso Jornalístico; Memória Discursiva.
Durante o período das eleições presidenciais de 2018 no Brasil observou-se um grande movimento de polarização, principalmente no segundo turno, que se concentrou na oposição entre os grupos que apoiavam os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Nesse sentido, o presente artigo busca abordar de que modo esses grupos polarizados construíram representações a respeito do grupo oposto e estabeleceram sua relação com o (O)outro no espaço discursivo do Twitter, visto que foi um espaço de grande circulação e (re)produção dos discursos polarizados. Apresenta-se como corpus recortes retirados de postagens no Twitter, circuladas no dia 7 a 27 de outubro de 2018. Além disso, a Análise do Discurso, principalmente via estudos do discurso de linha francesa, é tomada como dispositivo teórico-analítico, afim de trabalhar com a materialidade da língua e da imagem desses enunciados. O estudo qualitativo e interdisciplinar busca apoio na perspectiva metodológica da etnografia digital, no modo de conceber e estudar essas comunidades polarizadas que permeiam a rede social. Os grupos “apelidados” de “comunistas” e “bolsominions”, de acordo com representações criadas nesse período, estabeleceram uma relação de hostilidade com esse (O)outro, apresentando dizeres que ofendiam, deslegitimavam e, muitas vezes, retiravam o (O)outro de sua posição de sujeito. A defesa de uma “verdade” absoluta pelos grupos acabou por contribuir para a emergência de uma violência discursiva, com o uso de palavrões e ataques ad hominem. No período das eleições de 2018 o (O)outro foi colocado como um “de fora”, assumindo, muitas vezes, uma posição de “estranho”, “abominável”.
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