Resumo:No presente artigo traçaremos o panorama histórico-social dos programas de auditório, mais especificamente, da trajetória de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, cujos programas nos remetem a textualidades do circo, do teatro de revista, do rádio e da televisão. Tendo como ponto de partida essa trajetória do apresentador, poderíamos também pensar o programa de auditório como dispositivo independente em relação a outros dispositivos (teatro de revista, rádio, circo, TV), mas também relacionado e encaixado a eles. Este movimento de convergência e transformação dos dispositivos é duplo: o programa de auditório é modificado por outros dispositivos, como também os outros dispositivos sofrem transformações vindas da relação com o programa de auditório. Propomos, portanto, pensar como a carreira do Chacrinha -artista que vem do rádio, passa pelo circo e chega a TV e ainda aciona outros "textos" ao se tornar tema de canções ou de crônicas literárias e jornalísticas -pode nos dar a ver pistas sobre possíveis encaixes de dispositivos midiáticos distintos.Palavras-chave: dispositivos midiáticos; Chacrinha; programa de auditório. No ar e na lona: os programas de auditórioComo um dos elementos constitutivos da cultura da mídia e da nossa experiência no mundo, o rádio está presente desde a década de 1920 no Brasil. Naquela época, em que as primeiras emissoras de rádio foram implantadas no país, o veículo era considerado refinado e elitizado, voltado à veiculação da chamada alta cultura, a cultura erudita de origem europeia.Os estudos de José Ramos Tinhorão (1981) e Elias Saliba (2002) apontam essa característica e destacam que, desde a década de 1930, a programação do rádio brasileiro começaria a mudar: deixaria de ser cultural-elitista para se tornar popular, jocosa e calorosa, baseada no humor anárquico oriundo do sucesso do teatro de revista e dos folhetins brasileiros. Este riso provocado no ouvinte vinha de esquetes humorísticos, da apresentação de piadas no ar, das paródias musicais, dos jingles engraçados, das radionovelas de gêneros diversos, do show de calouros e de um lugar que 1Trabalho apresentado no GT
Esta obra tem como objetivo discutir diferentes manifestações culturais vivenciadas como lazer, tais como o cinema, o teatro, a fotografia, a brincadeira, os jogos digitais, a festa, o esporte e a capoeira, entre outras. no campo de estudos do lazer, seja no Brasil ou em outros países, essas atividades são denominadas de "conteúdos culturais do lazer" quando tomam como referência a classificação organizada pelo sociólogo Joffre Dumazedier (1976, 1979).Para classificar as atividades de lazer, o autor francês distinguiu cinco categorias, dependendo do interesse central de cada uma delas. Mesmo que Dumazedier tenha salientado que essas categorias não são estanques e que as atividades de lazer deveriam ser classificadas de acordo com o conteúdo cultural predominante, elas foram divididas em interesses físicos, artísticos, intelectuais, práticos ou manuais e sociais. no Brasil, essa classificação ainda é bastante difundida, tendo sido complementada por Camargo (1980) com os interesses turísticos e, posteriormente, por Schwartz (2003) com os interesses virtuais.Diversificar o nosso lazer é essencial, ampliando o leque de possibilidades. É também um cuidado necessário a ser tomado pelos profissionais inseridos no campo de atuação profissional do lazer, evitando que os planejamentos contemplem apenas um tipo de interesse, pois isso restringiria a participação das pessoas que não o apreciassem. Contudo, pelo menos três ressalvas podem ser feitas à classificação dos conteúdos culturais do lazer.
ResumoEste trabalho propõe investigar as entidades sonoras que se relacionam para compor o texto audioverbovisual e as textualidades de um dispositivo específico: o programa televisivo de auditório Cassino do Chacrinha, veiculado nos anos 1980 pela Rede Globo de Televisão. Entendendo o programa de auditório como um dispositivo independente e multidimensional, composto por textos diversos, interessa-nos observar principalmente as textualidades sonoras que o constituem. Para tanto, discutimos inicialmente os conceitos de texto audioverbovisual e textualidades que norteiam o trabalho. Em seguida, traçamos um breve panorama dos programas de auditório, desde a sua origem no rádio, buscando perceber o encaixe com dois outros dispositivos: o circo e o teatro de revista. Finalmente, propomos uma análise da performance e da estética radiofônica dos textos sonoros de trechos selecionados do programa. Palavras-chave programa de auditório; Chacrinha; dispositivo; paisagem sonora; textualidades. Os textos verboaudiovisuaisEtimologicamente, o termo vem do latim "textus", "textum", o que aponta para tecido, teor, contextura de um discurso, obra formada de diversas partes que produzem coerência de sentido. Nos estudos sobre a ontologia dos textos e suas textualidades, Gracia (1996) entende que os textos são formados por grupos de entidades relacionadas e usadas como signos. Contudo, entidades não são signos, elas ganham significado quando usadas ou tomadas como signos. Um texto é resultado da relação dessas entidades que o constituem. Consideramos aqui como "textualidades" as articulações destas diversas entidades (sons, imagens e corpos /objetos) que, em movimento, constroem um texto aberto a leituras diversas, como o show de calouros, por exemplo. Um texto é algo rico, dinâmico, efêmero e, portanto, um objeto bastante complexo para análise, que "distingue-se de outros tipos de expressão por sua maior
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