A educação, uma das necessidades básicas da humanidade, ainda é negada a determinados seguimentos da sociedade (Camolesi, 2004). Dentre esses seguimentos estão os mais de 12 milhões de homens, mulheres e crianças brasileiras com deficiência (IBGE, 2015). Afim de prover condições de acesso aos direitos fundamentais a esse público, no Brasil foram criadas leis, políticas e programas, muitos deles específicos a determinadas deficiências. A trajetória do ensino agrícola no Brasil inicia em 1907, a partir da criação da Escola Superior de Agricultura em Socorro em Jaboatão dos Guararapes no estado de Pernambuco. Ao longo dos anos foram criados os centros de educação superior, médio ou teórico prático, escolas especiais de agricultura, escolas domésticas agrícolas e cursos conexos com o ensino agrícola (LIMA, 2014). No período da ditatura, o ensino agrícola passar a ter uma dimensão tecnicista, o processo educativo é compreendido como instrumento de capacitação para inserção do povo do campo na lógica da revolução verde (SILVA, 2006). As escolas agrícolas atuais, ainda em constantes transformações e continua busca por uma educação dialógica e inclusiva, são fruto desse processo. Hoje, dentro de um contexto que não deve permitir mais a confusão entre educação, no seu sentido mais amplo, e treinamento para o mercado, existem instituições responsáveis pelo Ensino Agrícola, a exemplo do IFPE, guiadas por princípios democráticos, que asseguram condições de permanência e sucesso escolar, bem como justiça social, educação e trabalho: inclusão, diversidade e igualdade (IFPE, 2017). É usufruindo desse direito historicamente constituído que estudantes surdos