pensar outros possíveis entre infâncias e necropolíticas ellen lima souza 1 universidade federal de são paulo, são paulo, brasil orcid id: https://orcid.org/0000-0002-7945-9353 alexandre filordi carvalho 2 universidade federal de lavras, lavras, minas gerais, brasil orcid id: https://orcid.org/0000-0003-4510-9440 resumo Ao se objetivar a publicação do presente dossiê, intenta-se colocar em cena uma série de investigações cujos desafios e cujas abordagens, problematizações e experimentações levem em consideração o amplo espectro da necropolítica. Entretanto, ao se enfatizar os lugares das infâncias contemporâneas em tal cenário, sublinha-se o complexo nódulo que as crianças negras ocupam na necropolítica. Numa via, pelo fato de serem, contra suas vontades, capacidades humanas e decisões, herdeiras de uma situação histórico-social de matriz necropolítica. As crianças negras, assim, nascem territorializadas num contexto necropolítico inequívoco. Em outra via, as crianças compõem relevante aceno na formação de estratégias de tensão e de modificação nos quadros necropolítico. Se as crianças aprendem a ser racistas, desde a mais precípua socialização, na ampla lógica necropolítica, também podem aprender a não ser racistas. Indagar por outros possíveis, tomando por centralidade as crianças, é atentar-se para toda experimentação que as crianças são capazes de empreender como desterritorialização necropolítica. Para tanto, sustenta-se que outros possíveis para uma comunidade de vida, movida por políticas de afetos, sensíveis às singularidades e diferenças humanas, produzindo valores para além da cova profunda da herança maldita colonial, não se faz sem a educação. Assim, a sucessão dos artigos que este dossiê apresenta, por perspectivas múltiplas e diferentes, com abordagens peculiares e preocupações próprias, tonalizando ênfases variadas e originais, traz um esforço coletivo de se produzir outros possíveis para as crianças no mundo contemporâneo.palavras-chave: infâncias; necropolítica; outros possíveis; educação.pensar otros posibles entre infancias y necropolíticas resumen Con el objetivo de se publicar este dossier, se intenta colocar en escena una serie de investigaciones cuyos retos y cuyas abordajes, problematizaciones y experimentaciones, lleven en consideración el largo espectro de la necropolítica. Todavía, al enfatizarse los lugares de las infancias contemporáneas en todo ese escenario, se subraya el complejo nódulo ocupado por los niños negros en la necropolítica. En una vía, pelo hecho de existieren, contra sus voluntades, capacidades humanas y decisiones, como herederas de una situación histórica-social de matriz necropolítica. Los niños negros nascen territorializados por un contexto necropolítico innegable. En otra vía, los niños componen relevante gesto en la formación de las estrategias de tensión y de modificación en los cuadros necropolíticos. Si los niños aprenden a ser racistas, a partir de la más precipua socialización, en la larga lógica necropolítica, también pueden aprender a no ser racistas. Cue...
As culturas infantis interrogam a formação docente: tessituras para a construção de pedagogias descolonizadoras Resumo O presente artigo tem como objetivo problematizar de que modo o reconhecimento das culturas infantis possibilita repensar os modelos canônicos de exercer a docência na educação infantil, tomando como ponto de partida o desvelamento das vivências de crianças negras e não negras, nas creches e pré-escolas, e em uma casa de candomblé. Trata-se de um estudo qualitativo com interlocução crítica entre os estudos pós-colonialistas, as relações étnico-raciais e a pedagogia da infância. Para tanto, partimos das tensões entre o marxismo e o pensamento pós-colonialista, procurando apresentar aportes e possibilidades de construções de pedagogias descolonizadoras que tenham como gênese a intempestividade das infâncias. Os resultados apontam para a necessidade de construção de pedagogias que propiciem a escuta das diferentes infâncias na educação infantil e que possibilitem ouvir o que as crianças pequenininhas e pequenas querem dizer, com suas diferentes linguagens, assim como a possibilidade de estabelecer relações entre os princípios da cosmologia de mundo yorubá, oralidade, ancestralidade e corporalidade com o parecer CNE/CP/03/2004, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, bem como com o parecer CNE/CB/20/2009, que estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Neste contexto, lançamos um convite à construção de pedagogias descolonizadoras que colaborem para a equidade na educação infantil e inspirem novas políticas públicas de superação do racismo e de distorções que transformam diferenças em desigualdades.
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