RESUMO: O presente artigo tem como objetivo compreender a partir dos pressupostos teóricos da Sociologia da Infância e dos estudos das Ciências Sociais, relacionados às relações raciais no Brasil, a violência do processo de racialização sobre a construção das culturas infantis. Trata-se de uma pesquisa com uma abordagem etnográfica realizada com crianças pequenininhas de três anos, em um Centro de Educação Infantil da região metropolitana de Campinas. Os resultados apontam que na instituição investigada existem uma reprodução dos preconceitos referentes à categoria racial e a legitimação das hierarquizações sociais que legitimam as desigualdades. Indicam, também, como as crianças pequenininhas negras percebem o racismo presente nas posturas pedagógicas adotadas pelos(as) docentes e deixam explícita, por meio de diferentes linguagens, a não aceitação dos enquadramentos que as fixam em posições subalternas na sociedade. Palavras-chave: Racismo. Crianças pequenininhas negras. Educação infantil. Culturas infantis.*http://dx
A Marcos Vinicius, menino negro da Maré (Rio de Janeiro), que foi assassinado pela polícia e antes de falecer disse: "Mãe, eles não viram que eu estava de uniforme?" AGRADECIMENTOSÀ Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)/CAPES, pelo fomento ao processo nº 2015/02464-0 que incluí uma Bolsa Estudos e Pesquisa no Exterior (BEPE), processo n° 2016/25474-3, tornando possível a produção desta tese.À Claudina, minha mãe, por todo o amor, às vezes sufocante para ambos, e muitas vezes incompreendido por mim, e outras vezes sufocante pelos investimentos materiais e espirituais que nunca relutou em fazer para a minha formação, desde a mais tenra idade. A senhora é a minha maior referência quanto à superação de obstáculos e possibilidades de refazer uma nova situação que a vida nos coloca. Ao Celso, meu pai, por me ensinar a arte da multiplicação, por todo o afeto e pelos investimentos materiais na minha formação como humano. Aprendi com o senhor que a firmeza não significa não afeto, mas um outro modo de expressar um sentimento de amor. Ao Fábio, meu irmão, com quem construí um plano maluco de nos tornarmos doutores. Logo nós, dois filhos da classe trabalhadora; pois é, acho que deveríamos continuar a planejar outras coisas, afinal, hoje nós somos doutores: e diplomados. À Ana Laura, por me mostrar que na vida é possível mudar tudo a todo tempo e, principalmente, nos colocar no mundo de um modo com que nos sintamos felizes. Ao Artur, menino que tem me ensinado a arte do afeto ou, melhor dizendo, o poder de reconhecermos que somos pessoas afetuosas e que a amizade não é somente um tema de pesquisa; a amizade é revolucionária. Não poderia deixar de mencionar nossas tardes diárias de risadas e piadas desprendidas; somos a expressão máxima da palhaçada. À Beatriz, por me ensinar que não merecemos meios amores e que somos maravilhosos, e por me fazer pensar e refletir diversas vezes a respeito do meu papel social enquanto pesquisador branco. Ao Daniel Gonzaga, expressão de amor e generosidade, o qual me faz ver que a grandiosidade está além do porte físico, e se constitui no instante em que se procura ter para com o outro o respeito que desejo a mim mesmo. À Gabriela, fonte de inspiração para a minha vida, aquela cuja anima não se prende, pois grades não seguram o ar! As suas risadas, em nossos telefonemas longos, me fazem sorrir em meio ao caos de amores inventados e paixões vividas. À Ellen, pelos encontros e desencontros que a vida nos proporcionou, pela amizade construída ao longo de muitos anos, nos quais aprendemos a nos conhecer no olhar e pensamento. Nem sempre estar longe significa estar distante; os caminhos nos fizeram cruzar e descruzar infinitas vezes, e nos fazem sempre nos (re)conhecer e aprender mais a respeito de nossa amizade. À Kathryn (acho que escrevi certo seu nome), por me ensinar a me ouvir e, principalmente, a me permitir novas experiências; com você aprendi que sou o senhor dos destinos e o dono de todas as encruzilhadas que a vida me possibilita estar. Também não poderia deixar de...
RESUMO O discurso da branquitude construiu o homem branco e adulto como modelo hegemônico da humanidade, representação do legado eurocêntrico. Os pressupostos apresentados neste ensaio trazem inquietações construídas a partir de uma pesquisa etnografia, desenvolvida com crianças de zero a três anos, em uma creche pública do estado de São Paulo, Brasil. Com base nas análises, destaco que a experiência foi marcada pela leitura social do meu corpo, possuidor de traços fenotípicos brancos, os quais foram lidos a partir das imagens racialmente propagadas pela branquitude, bem como se pode observar a conservação de privilégios às crianças brancas pequenininhas.
ResumoEste artigo tem como objetivo, a partir dos estudos sobre relações raciais, debater a presença de mecanismos racistas na educação infantil, primeira etapa da educação básica. Trata-se de uma reflexão construída a partir de uma pesquisa etnográfica, realizada em uma creche da região metropolitana de Campinas, Brasil, envolvendo crianças pequenininhas de três anos e suas/ seus docentes. As análises dos dados apontam a existência de processos racistas que contribuem para o afastamento dos aportes afro-brasileiros e africanos dos espaços da educação infantil e na exclusão de meninas pequenininhas negras e meninos pequenininhos negros do campo social permissível às experiências relativas à aceitação do seu corpo, de sua ancestralidade. Nesse contexto, podemos, ainda, perceber a presença de uma pedagogia "embranquecedora", já fortemente denunciada pelo movimento negro a partir da década de 1980, que se embasa num modelo educacional com propósitos de reprodução de preconceitos referentes às crianças pequenininhas negras e a cultura e história africana e afro-brasileira. Palavras-chave: Racismo, Culturas infantis, Criança pequenininha negra, Creche.
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