Este artigo traz resultados de estudos e pesquisa sobre as mudanças e as permanências da história de Soure como componente curricular nas séries iniciais do ensino fundamental, entre os anos de 1985 a 1989, por meio da experiência da Escola em Regime de Convênio Instituto Stella Maris. Constituída como pesquisa do tipo histórico educacional, ancorou-se no referencial teórico da história das disciplinas escolares e da história do currículo propostas por André Chervel e Ivor Goodson, respectivamente. As análises sinalizam que, durante o processo de redemocratização no Brasil, os estudos da História, nesse nível de ensino, são apresentados com mais centralidade, contudo a concepção de história nacional centrada na história dos grandes centros urbanos é responsável pela diminuta presença da história local no currículo escolar.
É intenção deste texto apresentar os modos como os conteúdos relativos à história de Soure se manifestaram na disciplina Integração Social, na E.R.C. Instituto Stella Maris a partir da reforma educacional instituída pela Lei 5.692/71 imposta pela ditadura civil militar no Brasil e no Pará. A inserção do conteúdo da história local será apresentada como elemento marcado pelas relações de poder presentes na elaboração de currículos. O conhecimento sobre o local, articulado como conteúdo escolar é tratado como resultado de disputas sociais que são estabelecidas, produzidas, negociadas e reproduzidas na escola. O texto segue destacando dois tempos de feitura curricular. O primeiro que articula as formas de fazer a história local com documentos relativos aos anos de 1974 a 1990, o segundo apresentando a documentação escolar de 1983 a 1985, apresentando os sinais de mudanças e permanências nessa história, seguindo o processo ditatorial para a redemocratização brasileira.
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