Resumo Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, desenvolvido em um assentamento rural do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da região centro-ocidental do Rio Grande do Sul. Busca apresentar e discutir as concepções das mulheres assentadas em relação ao trabalho no interior do assentamento, abordando suas implicações na saúde da mulher. Os dados foram reunidos no decorrer de 2011, com nove mulheres residentes no assentamento, por meio de entrevista semiestruturada. Com base na análise temática, os resultados indicaram que o trabalho da mulher assentada é amplo e nem sempre reconhecido. No que se refere à saúde, constatou-se que as cidadãs na condição de assentadas estão expostas a vulnerabilidades, pois vivem em um espaço no qual o trabalho é eminentemente braçal, expostas aos fenômenos e instabilidades da natureza. Outra constatação resultante da pesquisa é a ampliação do espaço de participação da mulher nos negócios da família, inclusive com linhas de crédito específicas para as agricultoras, o que contribui para a emancipação feminina. Portanto, parece relevante a união de esforços no sentido de ampliar ações que subsidiem a elaboração de políticas públicas abrangentes ao contexto da realidade em que essas mulheres se inserem. Palavras-chave assentamento; trabalho; mulheres; saúde.Abstract This is a qualitative, exploratory, and descriptive study carried out in a rural settlement of the Landless Rural Workers' Movement in the mid-western region of Rio Grande do Sul, Brazil. It aims to present and discuss the views settled women have with regard to the work done within the settlement, addressing implications for women's health. The data were gathered in 2011 through semi-structured interviews conducted among nine women living in the settlement. Based on the analysis of the theme, the results indicated that the work done by settled women is broad and not always recognized. With regard to health, it was found that female settled citizens are exposed to vulnerabilities, because they live in an area where work is eminently manual and are exposed to the weather and other instabilities of nature. Another finding is the expansion of women's space of participation in the family business, including specific credit lines for female farmers, factors contributing to the emancipation of women. Therefore, it seems relevant to join efforts to expand actions that support the development of comprehensive public policies to address the reality of the context in which these women are located.
RESUMO:Com o presente texto, discorremos sobre a trajetória formativa de integrantes do MST, detendo-nos na análise da força aglutinadora e formadora de um discurso-ação constituído na experiência e constituidor da experiência em questão. Perguntamos: Como este discurso-ação pôde convocar homens e mulheres, excluí-dos do rural brasileiro, a um "vir-a-ser" inusitado, produto de ruptura e criação? Consideramos tal trajetória no âmbito ampliado das ações educativo-formativas do MST; de uma "escola de vida" que possibilitou a muitos vislumbrar a singularidade do seu "vir-a-ser" como indivíduo, companheiro e como movimento social. Trabalhamos com os pensamentos de Gramsci, Heller, Arendt e Foucault, mediante interface temática, ao problematizar e analisar a experiência. No plano empírico, movemo-nos da análise documental a depoimentos de grupos de assentados do MST.Palavras-chave: Movimento social. MST. Educação-formação. Discursoação. Amizade ético-política. MST, EDUCATION IN MOVEMENTABSTRACT: This text explores the formative path of the members of the Brazilian Landless Worker's Movement (MST). It analyzes the formative and linking force of a "discourse-action" that both constitutes and is constituted by experience to understand how such "discourse-action" could bring men and women excluded from rural areas into an unusual "coming into being", product of rupture and creation. It considers this path by examining the broad range of MST's formative-educational actions. Such experiences have allowed many people to understand the singularity of their development ("coming in to being") as individuals, as partners and as a social * Doutora em Ciências Humanas e professora do Departamento de Pedagogia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ).
O texto foi escrito com o propósito de contribuir para o debate no âmbito da Educação do Campo, concebendo-a como uma proposta educativa dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, constituída a partir de suas necessidades educativas, experiências pedagógicas e trajetória de lutas de suas organizações. Apresenta reflexões sobre o diálogo/ dialogicidade, em Paulo Freire, e discussão e polêmica em Michel Foucaut, mediante interface temática, acreditando que o aprofundamento desses conceitos possa canalizar forças nos planos pedagógicos, ético e político para as práticas educativo/ formativas em andamento e à rede das Escolas do Campo que dão vida a essa proposta de Educação do Campo. Palavras-chave: Educação do Campo, Diálogo. Discussão. Movimento Social.
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