Descritores: Extração de catarata/efeitos adversos; Membrana de Descemet; Fluorocarbonetos /administração & dosagem; Edema da córnea/quimioterapia; Injeções INTRODUÇÃO A membrana de Descemet é uma lâmina basal de cerca de 10 µm de espessura que reveste a porção posterior do estroma e o separa do endoté-lio, responsável por sua secreção. Encontra-se frouxamente aderida ao estroma, é homogênea, altamente refrátil, flexível e elástica (apesar de não ter fibras elásticas). Identificam-se duas zonas distintas: anterior, elástica, e a posterior, constituída de lâmina basal. Esta membrana é resistente a infecções e possui uma capacidade parcial de se regenerar, embora muitas vezes de maneira imperfeita (1) .O descolamento da membrana de Descemet não é uma complicação freqüente, mas devastadora após uma cirurgia de catarata. Descolamentos pequenos e periféricos raramente são problemáticos, mas os extensos e/ou próximos ao eixo visual podem afetar em muito a visão dos pacientes, sendo necessário recorrer a transplante penetrante de córnea (2-3) . Uso de C3F8 no descolamento da membrana de Descemet pós-facectomiaIntrodução: O descolamento da membrana de Descemet é complicação rara, mas devastadora após facectomia. Algumas alternativas têm sido usadas para reposição da Descemet: bolha de ar, sutura com transfixação da córnea, viscoelástico associado com bolha de ar e gás SF6 ou C3F8. O transplante de córnea é o último recurso utilizado. Objetivo: Avaliar os resultados anatômicos e funcionais, do descolamento iatrogênico da membrana de Descemet, com uso de C3F8 (16%) na câmara anterior em seis olhos pós-facectomia. Métodos: Após colocação de 0,5 ml do gás em câmara anterior avaliou-se localização justa-estromal da membrana de Descemet em lâmpada de fenda. Os olhos com deslocamento superior/ central eram orientados a ficar em decúbito elevado por dois dias e no caso do deslocamento inferior solicitamos decúbito dorsal com leve supraversão. Resultados: A média de idade foi de 71,3 ± 9,3 anos, sendo quatro do sexo feminino e dois do sexo masculino. Todos os olhos tiveram sucesso com a colocação do C3F8, havendo aumento da pressão intra-ocular em um caso. O edema corneano regrediu a partir do segundo dia com resolução completa até o quarto dia. A acuidade visual melhorou em todos os casos logo após regressão do edema, sendo reavaliada quarenta e cinco dias depois. Conclusão: A introdução unicamente do gás C3F8 não expansivo para colar a membrana de Descemet é citado pela primeira vez na literatura brasileira. O restabelecimento da acuidade visual é rápida, o método é seguro, efetivo e de fácil execução, sendo realizado sob anestesia tópica. RESUMO
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