Este trabalho buscou relatar a experiência da rede de humanização atuante no Sistema Único de Saúde da Bahia (SUS-BA) durante o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Essa rede realizou diversas estratégias para colocar em prática os dispositivos e as diretrizes das Políticas Nacional e Estadual de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS. O objetivo é descrever o processo de implementação da humanização nas unidades de saúde no estado da Bahia, durante a pandemia da Covid-19. A partir de análise documental, foi desenvolvido um estudo descritivo de metodologia qualitativa, que utilizou as técnicas de observação participante e coleta de dados secundários, registrados em um formulário desenvolvido na plataforma virtual Microsoft Form. O formulário foi respondido por trabalhadoras(es) e gestoras(es) das unidades da rede assistencial, gestão direta e indireta da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e outras unidades importantes para a rede de humanização do SUS-BA. A partir das experiências, foi possível perceber a forte atuação da rede no enfrentamento à pandemia, que fortaleceu as ações de cuidado aos trabalhadores e usuários nas unidades da Sesab. Considera-se necessária a continuidade dessas práticas e a concretização da rede para além do momento de pandemia, sendo fundamental a inerência de tais práticas humanizadas para a potencialização do SUS.
A Estratégia Saúde da Família é o eixo orientador do modelo assistencial brasileiro. Uma das responsabilidades dos Estados, estabelecida na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), é prestar apoio institucional aos municípios no processo de implantação, acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família. Na Bahia, a Diretoria da Atenção Básica (DAB) da Secretaria da Saúde do Estado é responsável por prestar apoio institucional aos municípios, por meio dos Colegiados dos Coordenadores de Atenção Básica e de visitas técnicas às cidades. Entretanto, o estado da Bahia enfrenta escassez de recursos humanos e financeiros, em especial para acompanhar os municípios in loco cumprindo suas responsabilidades. Dessa maneira, identificou-se a necessidade de priorizar os municípios, a partir de indicadores de saúde, para o acompanhamento presencial pelos apoiadores institucionais dos níveis central e regional. Assim, este trabalho tem como objetivo descrever o processo de elaboração de ferramenta informatizada para priorização de municípios para a intervenção presencial do apoio institucional da DAB e dos Núcleos Regionais de Saúde (NRS). Para compor a ferramenta, foram selecionados 13 indicadores, organizados em planilha no Microsoft Excel (2007), distribuindo os 417 municípios nas linhas e os indicadores e seus valores nas colunas. Os valores alcançados pelos municípios em cada um dos indicadores foram estratificados e ponderados de acordo com parâmetros definidos pela literatura e/ou área técnica responsável. Ao final, foi atribuída uma nota por município, sendo cinquenta a pontuação máxima possível. Assim, a partir do Instrumento de Priorização de Municípios, as cidades que apresentaram as maiores pontuações foram definidas como prioritárias para atuação dos apoiadores institucionais.
Os trabalhadores da saúde se tornaram vítimas da contaminação pelo novo coronavírus, reafirmando a propensão do ambiente e dos processos de trabalho à propagação e disseminação do vírus. A sistematização de informações sobre esse segmento é fundamental, posto que os trabalhadores estão no enfrentamento direto à pandemia. Instrumentos de comunicação, como boletins informativos, contribuem para o conhecimento da situação de saúde, bem como da evolução da contaminação de trabalhadores no ambiente de trabalho. Relatar a experiência de elaboração do Boletim Informativo Covid-19 para Trabalhadores da Saúde do estado da Bahia configura-se como uma estratégia de difusão de informações adequadas e oportunas que colaboram para a proteção e promoção da saúde dos trabalhadores. O boletim apresenta informações referentes à atenção à saúde, ao acolhimento psicológico e ações de humanização desenvolvidas para os trabalhadores. Entre março de 2020 e fevereiro de 2021, foram realizados 69.134 testes para detecção da Covid-19 em 48.894 trabalhadores, o que corresponde a 89,1% da força de trabalho ativa, sendo detectados 9.561 resultados positivos para o Sars-CoV-2. Foram também realizados 2.419 atendimentos psicológicos/psiquiátricos e implantadas inúmeras ações de valorização da dimensão subjetiva, de fomento à grupalidade, promoção do autocuidado, ampliação do diálogo e autonomia dos sujeitos. Compreende-se, portanto, o boletim como uma ferramenta essencial que organiza e publiciza o processo de monitoramento e acompanhamento dos eventos relacionados à gestão do trabalho e dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia.
A produção científica em saúde é direcionada às pesquisas que geram benefícios para a população. O objetivo geral deste estudo foi descrever a construção da rede de cuidados para acolhimento psicológico aos trabalhadores da saúde em sofrimento psíquico durante a pandemia da Covid-19. Do ponto de vista da metodologia, trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, associado à técnica de observação participante, com coleta de dados empíricos na pesquisa qualitativa. Foram levantados os principais caminhos e fluxos da construção da rede de acolhimento psicológico aos trabalhadores da saúde em um cenário que impôs desafios inéditos. Os resultados apontam para a composição estratégica, ativa, dialógica e interativa da rede de cuidado e acolhimento psicológico a esse grupo. Destaca-se a necessidade de investimento e dedicação contínuos nos dispositivos que compõem o itinerário de serviços e cuidados, com vistas a fomentar a robustez da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), seu alcance, capilaridade e efetividade.
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