CDD 301 Elaborado por Maurício Amormino Júnior-CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. www.atenaeditora.com.br APRESENTAÇÃO Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma Tem mil faces secretas sobre a face neutra E te pergunta, sem interesse pela resposta, Pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? Carlos Drummond de Andrade O livro faz parte da publicação em três volumes na qual reúne trabalhos e pesquisas realizadas por acadêmicos de universidades de diversas regiões do Brasil. O rigor metodológico e científico presentes na elaboração do livro revela a seriedade e a profundidade com que os temas foram tratados. Por isso, trata-se de uma leitura necessária e obrigatória para quem pretende fazer ciência no Brasil. Meu primeiro desafio é em relação à escolha do discurso que irei adotar para tratar sobre o tema deste livro, já que a comunicação não pode ficar dúbia, tampouco simplória ou demasiadamente complexa, independentemente de quem venha a ser o interlocutor, seja filósofo, educador, mestre ou aluno. Neste processo que aqui início, permito-me devanear sobre a provocativa questão: afinal, qual a importância dos conhecimentos produzidos por nós na área das ciências humanas? Contudo, como reconheceu Foucault, o começo de qualquer discurso é angustiante. Ele, que tratou o tema com seriedade e rigor, confessou o peso do início do discurso em sua aula inaugural no Collège de France, e em sua fragilidade humana, confessou: "Ao invés de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado bem além de todo o começo possível" (p. 5). Escrever é como falar: uma captação de palavras, a busca, com a obstinação de um arqueólogo, pelas mais apropriadas para dar forma ao pensamento. Percebo que a língua é uma matéria-prima indócil. Em primeiro lugar, porque quem escreve luta com palavras, como escreveu Drummond (O lutador). Em segundo, porque força o autor ao confronto com a própria solidão, o embate com lacunas de algo que poderia estar ali e que, por isso mesmo, pode levar à confusão. Isso me faz refletir sobre a produção de conhecimento. Quase sempre nos referimos à construção de saberes sob a forma escrita. Nos meios acadêmicos, essa é, ao mesmo tempo, uma exigência das agências de fomento e uma forma de controle institucional de produção. Somos impelidos a escrever, e por consequência, cada vez mais nos mantemos em solidão. E assim corremos o risco de nos afastarmos do mundo e dos papéis que, nas ruas, nas esquinas e em nossas casas e classes, tornam a vida um movimento coletivo de fazer, desfazer e compreender o cotidiano. Meio da cultura viva, que pulsa, lateja, vibra e produz conhecimentos. Alguns podem apontar que a fala de alguém não escolarizado compartilha e participa de uma produção carente, grosseira, desden...
O presente artigo aborda os pontos de intersecções entre o pensamento ocidental e a concepção dos povos originários em relação ao significado que atribuem à doença e à cura. À vista disso, nosso objetivo central é estabelecer relações entre esses dois saberes sinalizando suas dissonâncias e simetrias. Por se tratar de práticas que envolvem uma multiplicidade de questões e agentes, foi necessário um recorte, e nesta pesquisa nossa análise se refere à figura do xamã na prática de cura xamânica, e a figura do médico nas sociedades ocidentais. Para tal empenho analítico nosso referencial se volta ao cabedal teórico da antropologia, história, filosofia e linguística. A pesquisa rompe com qualquer perspectiva de uma hierarquia epistemológica entre esses dois saberes (xamanismo e medicina ocidental) tendo como pano de fundo os dilemas éticos, culturais, históricos, sociais e políticos inerentes a concepções ontológicas de conhecimentos distintos que acompanham o processo histórico de formação dessas práticas.
No ano de 2018 realizaram-se no Brasil as eleições gerais. A população brasileira votou para presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. O primeiro turno aconteceu no dia 7 de outubro e o segundo turno no dia 28 do mesmo mês. O período pré-eleitoral foi marcado por profusos acontecimentos: manifestações, assassinatos, agressões, insultos, entre outras ocorrências. Grande parte motivadas por desavenças políticas. Essas ocorrências hostis apresentam algo em comum: um circuito de sentimentos e exaltações sanhas que estavam sendo agenciadas nas redes sociais. Diante disso, nos interessa o estudo do agenciamento dessas ações (fala/escrita/ações dos corpos) durante a pré-eleição política no Brasil. Analisamos como as redes sociais e as informações que lá circulavam, sobre os candidatos à presidência, contribuíram para uma mudança cognitiva, nos padrões fenomenológicos de atenção, consciência política e história. Para tal empenho analítico utilizamos o cabedal teórico das ciências sociais (antropologia, sociologia e política), alguns conceitos de Michel Foucault, a biopolítica, assim como agenciamos outros conceitos de áreas de outras áreas do conhecimento, por exemplo: literatura, linguística e psicanálise, criando uma análise aberta, em rede, ou seja, rizomática.
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