O presente artigo aborda os pontos de intersecções entre o pensamento ocidental e a concepção dos povos originários em relação ao significado que atribuem à doença e à cura. À vista disso, nosso objetivo central é estabelecer relações entre esses dois saberes sinalizando suas dissonâncias e simetrias. Por se tratar de práticas que envolvem uma multiplicidade de questões e agentes, foi necessário um recorte, e nesta pesquisa nossa análise se refere à figura do xamã na prática de cura xamânica, e a figura do médico nas sociedades ocidentais. Para tal empenho analítico nosso referencial se volta ao cabedal teórico da antropologia, história, filosofia e linguística. A pesquisa rompe com qualquer perspectiva de uma hierarquia epistemológica entre esses dois saberes (xamanismo e medicina ocidental) tendo como pano de fundo os dilemas éticos, culturais, históricos, sociais e políticos inerentes a concepções ontológicas de conhecimentos distintos que acompanham o processo histórico de formação dessas práticas.
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