One of the main dilemmas faced by small-scale farmers’ movements advocating for agroecology in Latin America lies in the trade-offs between the economic opportunities arising from the organic food market expansion, and the political principles at the core of their action. To provide insights on this issue, a survey was performed in Brazil and Chile. Between March 2016 and December 2018, data were collected through direct and participant observation, documentary analysis, and interviews conducted to peasant organizations’ leaders, technicians and policymakers. In Brazil, the research focused on the Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (The Landless Movement); while in Chile, due to the absence of such a national social movement, it considered a wider set of actors, including the Instituto Nacional de Desarrollo Agropecuario (National Institute for Agricultural Development). The results show how social movements are navigating between the mainstreaming pressures of the conventional markets, dominated by the leading agri-food corporations, and the political efforts they have been doing to build civic food markets as alternatives to conventionalization patterns. Finally, we argue that social scientists should better explain the tensions and compromises the social movements go through in order to coordinate different and complementary marketing strategies.
As consequências da expansão do "regime alimentar corporativo" (McMichael, 2016) têm suscitado contramovimentos que conjugam uma crítica cívica, cujo fundamento encontra-se nas demandas societárias por equidade, justiça, participação social e sustentabilidade. Estes valores têm legitimado a ação de diferentes movimentos sociais que se orientam pelas bandeiras da agroecologia e da soberania alimentar. O presente artigo analisa as estratégias de construção de mercados alternativos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no município de Porto Alegre, Brasil. A pesquisa foi realizada em 2016 e 2017, por meio de entrevistas e observação direta. Os resultados apontam, por um lado, para a expansão de inúmeras “redes alimentares cívicas” e, por outro, para a endogeneização desta crítica pelos atores dominantes, o que implica em uma complexa dinâmica de hibridização entre mercados convencionais e alternativos.
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Este artigo apresenta uma análise institucional comparada do ativismo de movimentos sociais das agriculturas familiares e camponesas do Brasil e do Chile na construção de novos mercados alimentares. Os dados foram coletados entre março de 2016 e dezembro de 2018 por meio de entrevistas com lideranças desses movimentos, gestores públicos e observação direta de diferentes iniciativas de comercialização. Os resultados revelam que a trajetória institucional brasileira abriu maior espaço para o protagonismo de movimentos sociais agrários, tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na construção de mercados que incorporam valores associados aos princípios da agroecologia e soberania alimentar. De outro modo, no Chile, esse tipo de ativismo se revelou menos presente no repertório de ação dos movimentos sociais campesinos. Nesse país, em virtude da fragmentação desses movimentos como efeito da forte repressão do regime militar, as principais experiências estão associadas a políticas públicas pontuais e, por conseguinte, encontram dificuldades para ganhar escala.
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