Insegurança alimentar em comunidades rurais no Nordeste brasileiro: faz diferença ser quilombola?Food insecurity in rural communities in Northeast Brazil: does belonging to a slave-descendent community make a difference?Inseguridad alimentaria en comunidades rurales en el nordeste brasileño: ¿marca la diferencia ser quilombola? Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
Resumo Este estudo avaliou os hábitos de higiene bucal e sua associação com fatores socioculturais, ambientais e relacionados à utilização de serviços odontológicos entre adolescentes rurais quilombolas e não quilombolas do interior da Bahia. Foi um estudo transversal realizado em 2015. Estimaram-se prevalências e razões de prevalências para os desfechos e foi conduzida análise múltipla por regressão de Poisson com variância robusta. Foram entrevistados 390 adolescentes, 42,8% quilombolas. Escovação dentária insatisfatória e não uso do fio dental foram encontrados em 33,3% e 46,7% dos adolescentes, respectivamente. Mostraram aumentar a escovação dentária insatisfatória: sexo masculino (RP = 1,45), não morar com ambos os pais (RP = 1,45), menor hábito de lavar as mãos (RP = 1,72) e pior autoavaliação da saúde bucal (RP = 1,38). Com o não uso de fio dental, mostraram-se associados: nível econômico E (RP = 1,54), maior idade (RP = 0,91) menor hábito de lavar as mãos (RP = 1,53) e pior autoavaliação da saúde bucal (RP = 1,33). Distintos fatores associados foram observados entre quilombolas e não quilombolas. Ressalta-se a necessidade de se considerar as especificidades das populações para a promoção da saúde bucal dos adolescentes e a importância da intersetorialidade entre educação e saúde e a atenção às famílias.
Resumo O objetivo deste artigo é descrever o consumo e o comportamento alimentar de adolescentes quilombolas e não quilombolas da zona rural do sudoeste baiano. Estudo transversal com 390 adolescentes de 10 a 19 anos em 2015, utilizando questionário adaptado da PeNSE e PNS. O consumo alimentar foi avaliado pela frequência nos últimos 7 dias de alimentos marcadores de alimentação saudável e não saudável. Realizar o desjejum foi marcador de comportamento saudável e, realizar refeição enquanto assistia TV, de não saudável. Foi realizada distribuição de frequências e as diferenças entre os grupos quilombola e não quilombola foram testadas com qui-quadrado. A razão de prevalência (RP) estimou a associação do consumo e comportamento alimentar e as variáveis de interesse. Observou-se baixo consumo de frutas (30,8%), hortaliças (44,3%) e leite (24,4%). Quando comparados, os quilombolas tiveram consumo de feijão maior (RP = 1,11), entretanto, o consumo de hortaliças (RP = 0,73), frutas (RP = 0,67) e leite (RP = 0,68) foi inferior ao dos não quilombolas. Recomendam-se políticas públicas voltadas à assistência nutricional, específicas aos adolescentes rurais, uma vez que os maus hábitos alimentares podem permanecer ao longo da vida e levar a condições precárias de saúde.
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