Na confluência entre Linguística Textual e Linguística Cognitiva, numa perspectiva sociocognitiva, este estudo exploratório, de natureza qualitativa, apresenta uma visão sobre a detecção de aspectos referentes à intertextualidade e à interdiscursividade como resultantes de uma competência cognitiva, a recursividade, análogo ao que ocorre na linkagem semântica a termos (simples ou oracionais), elementos linguísticos que funcionam como “gatilhos”. Como os discursos se (re)constroem na troca entre sujeitos-autores e sujeitos-leitores / ouvintes (BAKHTIN, 2003; VOLÓCHINOV, 2018), por meio de processos de referenciação e recategorização (MONDADA; DUBOIS, 2003; LIMA; CAVALCANTE, 2015, entre outros), a discursivização se constrói em uma relação cognitiva baseada em processos recursivos, do ponto de vista sintático-semântico, e numa relação sócio-interacionista, de uma perspectiva pragmática. Como resultado, apresentamos um expediente didático que poderá contribuir para orientação do ensino de interpretação de diferentes gêneros, a partir do mapeamento de “sintagmas-gatilho” centrais ao processamento textual.
Analisamos, a luz de abordagens que explicam o processo de aquisição da escrita e de considerações sobre aspectos sociolinguísticos, desvios de grafias encontrados em cinquenta textos produzidos por alunos dos ciclos inicial e final do ensino fundamental, de escolas públicas da Grande BH. Os resultados indicam distintas causas dos ‘erros” de ortografia e evidenciam maior frequência dos desvios provocados por interferências do dialeto dos aprendizes.
Este artigo discute a profissionalização docente enfocando algumas dastensões, disputas, avanços e recuos historicamente presentes na formação inicialde professores, a partir da apresentação e discussão de resultados de uma pesquisa qualitativa desenvolvida com 103 egressos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de quatro universidades mineiras. Dialogando com depoimentos desses jovens professores, busca-se entender o papel e a atuação de diferentes sujeitos na formação inicial docente, perscrutando a importância do compartilhamento de saberes e experiências para o enfrentamento de alguns dos dilemas vivenciados em início da carreira de magistério. Os achados da pesquisa confirmam a importância de se investir em diálogos universidades-escolas de educação básica e a potencialidade de comunidades de aprendizagem e outros espaços de partilha de saberes para o enfrentamento de desafios e entraves históricos aos processos de formação docente.
Embora a demanda pelo ensino de Língua Portuguesa a falantes de outro idioma (sob a designação de língua de herança, de acolhida, entre outras) venha se intensificando, poucas universidades brasileiras oferecem graduação específica para esta modalidade. Assim, as ofertas de cursos a não nativos se dão no bojo de ações de extensão, com menor grau de institucionalização (de registro acadêmico, certificação, etc.), mas com resultados satisfatórios. Neste artigo, discute-se o trabalho desenvolvido durante cinco semestres, numa universidade comunitária mineira, em cursos de LP para estrangeiros (PLE), a turmas constituídas por intercambistas (como uma das ações de internacionalização da instituição) e para imigrantes residentes no entorno do campus. Tais ações constituem o tema dos relatos de dez monitores (7 da graduação e 3 do Programa de Pós-graduação) do curso de Letras, sobre os impactos a sua formação profissional e pessoal neste curso (cf. Furtoso, 2015; Ribeiro, 2020). Na análise dos relatos, explicita-se a discursivização, feita por essas jovens vozes, das representações sociais (cf. Moscovici, 2003) sobre identidade docente em construção e do valor da formação teórico-prática em trabalho coletivo e orientado. Conclui-se que, apesar dos desafios encontrados, o curso de PLE mobilizou e ajudou a desenvolver, nos envolvidos, uma série de competências – éticas e políticas, mas também técnicas e práticas – referentes ao métier docente.
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