Resumo Este artigo tem por objetivo mostrar uma recriação de uma situação em sala de aula na qual o professor distribui o poder do saber com os alunos em uma estratégia que liga os saberes espontâneos, ou prévios, aos saberes abordados, de forma a fomentar a singularidade dos sujeitos. Para tanto, usaremos as noções de Bakhtin de zona de contato, a fim de defender a ideia da comunicação criativa como possibilidade de apropriação do conhecimento pelo aluno, através do discurso interno persuasivo, oriundo desse diálogo. Mostraremos como, dessa forma, o aluno se torna o que Lave e Wenger chamam membro periférico legítimo de uma comunidade de prática, aqui considerada a sala de aula. Em seguida, passaremos a considerar a dinâmica da sala de aula através do que Costa chama de problematização, subvertendo a tradição secular e/ou cultural do professor em posição central e os alunos em posições periféricas. Por fim, consideraremos essa dinâmica do ponto de vista psicológico, mostrando, a partir da ideia de Valsiner de internalização-externalização, como o conhecimento pronto e construído passa a possuir um sentido pessoal e afetivo para o aluno, a partir do uso de um exemplo ilustrativo em sala de aula sobre geometria.
ResumoEste artigo tem como objetivo discutir uma possível distinção entre o termo apropriação e internalização. O primeiro termo tem por base as contribuições de Bakhtin e o segundo as contribuições de Vigotski. O primeiro termo é defendido como o processo no qual o conhecimento é produzido a partir de uma perspectiva dialógico-argumentativa; o segundo é defendido como o resultado das problematizações correntes no discurso. Para tanto, fizemos uso de um modelo argumentativo a fim de consubstanciar nossa análise, de cunho predominantemente qualitativa. O conteúdo alvo do discurso se constituiu de um fragmento sobre álgebra elementar em sala de aula. Os resultados mostraram que essa distinção é pertinente e pode encontrar eco no trabalho dos dois autores citados.Palavras-chave: Apropriação. Internalização. Dialogismo. Argumentação. Álgebra Elementar. AbstractThis article aims to discuss a possible distinction between the term appropriation and internalization. The first term is based on the contributions of Bakhtin and the second on Vigotski's contributions. The first term is advocated as the process in which knowledge is produced from a dialogical perspective; the second is defended as the result of problematization of the current discourse. To this end, we used an argumentative model of predominantly analytical nature. The target content of the speech consisted of a fragment on elementary algebra in the classroom. The results showed that this distinction is relevant and can find an echo in the work of two authors.
ResumoOpondo-se à idéia de um ensino baseado na memorização mecânica sem compreensão das estratégias utilizadas para a resolução de problemas em sala de aula, este trabalho mostra uma experiência com alunos da sétima série do ensino fundamental no qual foi utilizada uma sequência didática com balança de dois pratos, tendo como respaldo o aporte teórico da escola francesa da didática da matemática. Nele traçamos um panorama geral dos aspectos relevantes desta escola e estabelecemos critérios para julgar os trabalhos de elaboração dos alunos, a fim de avaliar se eles chegaram ou não a compreender o sentido das estratégias aprendidas. Por fim fazemos uma avaliação da utilidade deste artefato cultural aqui utilizado como artefato instrucional. Palavras-chaves: Didática da Matemática; Sequência didática; Balança de dois pratos. AbstractDespite the fact that in Brazil, schools rarely give attention to the importance of properly using strategies applied for mathematics in classroom, there are many works to show the importance of the ability in understanding them. One area of interest related to this issue is the didactic of mathematics in France. Here we give a panoramic vision of this area of study. This paper also analyzes a study of elementary algebra using a didactic sequence with balance scale to see if students make sense of the strategies learned. At the same time the usefulness of this cultural artifact used as an instructional aim is verified. Keywords: Didactic of Mathematics; Didactic sequence; Balance scale.Este trabalho tem por objetivo relatar uma pesquisa baseado em da Rocha Falcão (1993, 1995, 1996). Nele, foi criada uma sequência didática que em sua primeira etapa fez uso de uma balança de dois pratos usada na feira, contendo pesos de valores variados e sacos de alimentos de pesos diversos, como arroz, feijão, açúcar, farinha, etc. O objetivo de lidar com a balança real não foi a suposição de que os alunos eram equitativamente familiarizados com este artefato cultural, mas levar o aluno a utilizar seu conhecimento de torque e equilíbrio a fim de fazê-lo compreender posteriormente, a equivalência algébrica e a operação com incógnitas.Empreendido sob o enfoque da educação matemática francesa, este trabalho fez uso de todo um aporte teórico peculiar. A pesquisa na área da educação matemática na França é chamada didática da matemática. No Brasil, a didática da matemática é confundida com a disciplina pedagógica de didática aplicada ao ensino da matemática.Pais (2001) produz uma definição própria para significar a tendência francesa da educação matemática no Brasil: a didática da matemática é considerada uma área específica dentro da educação matemática que se prende tanto aos saberes escolares usados na prática pedagógi-ca, quanto aos saberes produzidos na pesquisa acadê-mica. Tal área se preocupa com a conexão entre a produção do saber matemático na academia e na sala de aula, vendo o fenômeno educacional como um sistema didá-tico onde interatuam o aluno, o professor e o saber. Brousseau (1996) considera ...
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