Este estudo buscou investigar, em mães primíparas portadoras do HIV/AIDS, percepções e sentimentos sobre maternidade, desenvolvimento do bebê e relação mãe-bebê, na gestação e no terceiro mês de vida do bebê. Participaram cinco mães soropositivas com idade entre 19 e 37 anos. Utilizaram-se entrevistas para investigar diversos aspectos da gestação e da maternidade. As respostas foram examinadas por análise de conteúdo qualitativa com base em três categorias: vivência da maternidade; desenvolvimento do bebê; relação mãe-bebê. As mães relataram preocupação com a possível infecção do bebê, medo do preconceito e frustração pela não amamentação. Prevaleceram, entretanto, satisfações com a maternidade, com a interação mãe-bebê e com o desenvolvimento infantil. Os resultados revelaram que o HIV/AIDS não tem necessariamente um impacto negativo para a maternidade e para a relação mãe-bebê, principalmente quando há presença de apoio familiar, relacionamento positivo com a figura materna e acesso o tratamento especializado. Discute-se a importância de intervenções psicológicas diante da ansiedade associada ao HIV/AIDS na gestação e maternidade.
RESUMO:No contexto atual da epidemia de HIV/aIdS, temáticas como a reprodução e a transmissão maternoinfantil tornaram-se frequentes e têm suscitado diversos posicionamentos por parte de pessoas portadoras e das equipes de saúde. O presente artigo teve por objetivo examinar o impacto da infecção por HIV/AIDS na vida reprodutiva de pessoas portadoras, considerando o direito à maternidade e à paternidade. Foi realizada uma revisão da literatura acerca de aspectos biológicos, psíquicos e sociais que compõem o cenário da assistência em saúde reprodutiva. Constatou-se que a prevalência da lógica biomédica e o impacto social da epidemia restringem o exercício do direito à maternidade e à paternidade dos indivíduos portadores de HIV/aIdS. diante disso, entendese que as políticas públicas e as ações em saúde devem ser direcionadas pelo respeito ao princípio da integralidade e pelo respeito à autonomia individual, dentro de um contexto de apoio e orientação psicossocial. PALAVRAS-CHAVE: reprodução humana; HIV/aIdS; direitos reprodutivos; transmissão vertical do HIV, sexualidade. REPROdUCtIVE lIFE OF PEOPlE WHO lIVE WItH HIV: a lItERatURE REVIEWABSTRACT: Considering the current context of the HIV epidemic, issues like reproduction and mother-to-child HIV transmission became frequent. They have led to different opinions from infected people and healthcare professionals. the present study aimed to identify the impact of the HIV infection on the reproductive life of those affected, considering motherhood and fatherhood rights. an extensive literature review on biological, psychological and social aspects that are part of the reproductive health assistance was conducted. We identified that the predominance of a biological logic and the social impact of the epidemic restrict the reproductive experiences of motherhood and fatherhood of people infected with HIV. We believe that health policies should be oriented by principles of integrality and individual autonomy, in a context of a psychosocial support and orientation.
Este estudo avaliou adesão ao tratamento em gestantes vivendo com HIV. Foram entrevistadas 89 gestantes com HIV, no último trimestre gestacional, que forneceram informações sobre dados sociodemográficos, apoio social, pré-natal e tratamento, além de exames laboratoriais. Constatou-se que 51,7% das gestantes aderiam à medicação. Essas gestantes eram mais escolarizadas, começaram o pré-natal antes, realizaram mais consultas e referiram maior apoio emocional. No modelo de regressão logística, o número de consultas realizadas e a presença de maior apoio emocional foram preditores da adesão. Adesão em gestantes vivendo com HIV ainda é um desafio, mesmo quando há acesso e disponibilidade de tratamento. Início precoce do pré-natal e fortalecimento da rede de apoio social são cruciais para a promoção da adesão em gestantes.
RESUMO.O estudo investigou a relação mãe-bebê no contexto do HIV, da gestação ao segundo ano da criança, a partir das representações maternas. Participaram quatro mães soropositivas, entre 19 e 39 anos, entrevistadas na gestação e aos 3, 12 e 24 meses da criança. Análise de conteúdo qualitativa examinou os relatos maternos com base em duas categorias de representações: sobre si mesma e sobre o bebê. Os resultados indicaram que a relação mãe-bebê foi acompanhada de satisfações e desafios associados à maternidade, ao desenvolvimento infantil e à convivência com HIV. As representações sugeriram, inicialmente, um bebê vulnerável e uma mãe com sentimentos de culpa, temendo o preconceito e o estigma associado à infecção. Ao longo do tempo, as representações indicaram uma criança fortalecida e uma mãe mais segura frente à infecção e à maternidade. Preocupações com o HIV foram menos enfatizadas diante dos desafios impostos pelo desenvolvimento infantil, sobretudo entre mães que aceitavam o diagnóstico e focavam o seu enfrentamento. Palavras-chave:HIV; relações mãe-criança; maternidade. MATERNAL REPRESENTATIONS IN THE CONTEXT OF HIV: FROM PREGNANCY UNTIL THE CHILD'S SECOND YEARABSTRACT. This study investigated the mother-child relationship in the context of HIV, from pregnancy until the infant's second year, based on maternal representations. Four HIV-positive mothers aged between 19 and 39 years old participated and were interviewed during their pregnancy and when their babies were 3, 12 and 24 months old. Content analysis was carried out based on two categories of maternal representations: of herself, and of the baby. Results indicated that the mother-child relationship was a mix of satisfactions and challenges related to motherhood, child development and living with HIV. At first, the maternal representations showed a vulnerable infant and a guilty mother who feared the prejudice and social stigma linked to the infection. Over time, the representations indicated a healthier and stronger child, and a less anxious and more secure mother. Concerns about HIV were secondary compared with the challenges posed by child development, especially among mothers who accepted the diagnosis and actively coped with HIV.Keywords: Human Immunodeficiency Virus; mother-child relationship; motherhood. REPRESENTACIONES MATERNAS EN EL CONTEXTO DEL VIH: EMBARAZO HASTA EL SEGUNDO AÑO DEL NIÑORESUMEN. Este estudio investigó la relación madre-hijo en el contexto del VIH desde el embarazo hasta el segundo año del niño, basado en representaciones maternas. Cuatro madres seropositivas participaron, con edades comprendidas entre 19 y 39 años, entrevistadas en el embarazo y en el 3, 12 y 24 meses del bebé. El análisis de contenido se llevó a cabo sobre la base de dos categorías de representaciones maternas: sobre sí misma y sobre el bebé. Los resultados indicaron la relación madre-hijo fue acompañado por las satisfacciones y desafíos relacionados con la maternidad, el desarrollo del niño y con el VIH. Inicialmente, las representaciones
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