Um dos problemas da medicina reprodutiva é a incapacidade da preservação de oócitos em candidatas a tratamento quimio ou radioterápico e/ou cirurgia. O transplante de tecido ovariano criopreservado poderia, além de recuperar a capacidade fértil, ser alternativa à terapia de reposição hormonal. Objetivo: verificar a viabilidade funcional do transplante ovariano autólogo para o peritônio, após congelamento e descongelamento. Métodos: Estudo experimental descritivo com 67 ratas Holtzman: grupo 1 (20), submetido a ooforectomia bilateral; grupo 2 (24), submetido a laparotomia e inspeção ovariana e grupo 3 (23), ooforectomia bilateral seguida de congelamento de um dos ovários e posterior descongelamento e transplante peritoneal, à esquerda do feixe vásculo-nervoso epigástrico esquerdo. Foi realizada citologia vaginal funcional por 10 dias nos três grupos e análise histopatológica dos ovários transplantados para avaliação da função ovariana. Resultados: Todas as 20 ratas ooforectomizadas apresentaram padrão persistente de atrofia na citologia vaginal, compatível com ausência de ciclo estral. No grupo controle, todas apresentaram citologia vaginal típica de estro. No grupo transplante, 21 animais (91,3%) apresentaram alterações citológicas compatíveis com ciclo estral. Aplicado modelo de regressão logística, não se verificou efeito significativo do tipo de intervenção cirúrgica na probabilidade da ocorrência de ciclos irregulares. Após 40 dias do transplante, todos os 23 ovários apresentavam folículos em todas as fases de desenvolvimento, além de corpos lúteos. Conclusão: o transplante ovariano autólogo, sem reanastomose vascular, em peritônio de ratas, após congelamento e descongelamento, é capaz de restaurar o desenvolvimento folicular adequado, havendo até mesmo evidências da ocorrência de ovulação nos implantes.
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