INTRODUÇÃOAs cerâmicas são, sem dúvida, um dos materiais odontológicos de grande expressão na odontologia moderna. São biocompatíveis, apresentam alta resistência à compressão, estabilidade química, e grande potencial estético, pois permitem reconstruir artifi cialmente as particularidades das estruturas dentais, características importantes na reabilitação estética e funcional. São compostas de elementos metálicos (Al, Ca, Li, Mg, K.Na, Zr, Ti) e não metálicos (O, Si, B, F ). A combinação destes pelos fabricantes resulta em duas fases distintas. Fase vítrea ou amorfa e fase cristalina ou mineral [1]. A fase vítrea confere propriedades de transmissão de luz, o que possibilita a reprodução de características óticas de translucidez em vários níveis. A fase cristalina é responsável pela resistência, pois funciona como uma barreira impedindo a propagação de trincas. O percentual cristalino bem como o tipo de cristal presente na microestrutura, infl uenciará diretamente na translucidez e opacidade da cerâmica, sendo a fl uorescência e opalescência garantidas pela inserção de óxidos metálicos na composição da cerâmica. Então, para obter boas características estéticas, o fabricante mantém um percentual signifi cativo de fase amorfa, e um menor percentual de fase mineral. Esta diminuição, no entanto, leva a uma menor resistência intrínseca do material, tornando-o mais propenso a fratura [2]. A baixa tenacidade a fratura é reconhecidamente uma das maiores desvantagens do material cerâmico. A tentativa de minimizar ou mesmo solucionar tal problema baseia-se atualmente em dois pontos chaves: alteração estrutural da cerâmica e cimentação resinosa.Para melhor entendimento deste contexto, quatro grupos cerâmicos serão considerados: porcelanas, vitro-cerâmicas, compositos e cerâmicas policristalinas [3] (Tabela I).As três primeiras conferem resultado estético e permitem cimentação resinosa adesiva, pois as partículas de reforço inseridas na composição ou mesmo criada a partir da forma de processamento da cerâmica, na sua maioria, não comprometem o condicionamento ácido. Diferente do último grupo que basicamente é composto por cristais, particularidade que aumenta em muito a resistência, em contra partida, acentua a opacidade e impede o condicionamento ácido, sendo por isto ditas ácido-resistentes [4].Idealmente as restaurações cerâmicas devem ser cimentadas ao pilar por meio de cimento resinoso, que apresenta excelente selamento interfacial, é praticamente insolúvel, e permite a transferência da tensão gerada sobre a cerâmica à estrutura de suporte (esmalte, dentina, núcleos), o que confere uma maior resistência extrínseca da cerâmica. A cimentação resinosa adesiva também melhora o prognóstico em casos de pilares curtos ou muito convergentes ou mesmo preparos que são, naturalmente, expulsivos (facetas), pois garante a retenção pela adesão. A adesão cerâmica-cimentopilar de suporte, até o então aparecimento das policristalinas, estava bem defi nida. Basicamente condiciona-se com ácido tanto a parte interna da restauração cerâmic...
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