A aposentadoria é um momento almejado por qualquer trabalhador e trabalhadora, que vislumbra nessa fase a oportunidade de envelhecer com tranquilidade, de desfrutar de um período de descanso e lazer, ou ainda, de realizar desejos e sonhos adiados pela necessidade de se dedicar uma vida inteira ao trabalho. Mas esse propósito não parece se aplicar à realidade do nosso país, quando se realiza uma análise minuciosa dos dados.Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2 , existem, no Brasil, 34 milhões de pessoas idosas 3 , o que corresponde a 16,2% da população brasileira. No final de 2019, 22,9% da população com 60 anos ou mais de idade continuava trabalhando, representando 8,2% dos ocupados. Os dados mostram, ainda, que parte dos idosos colabora com o sustento dos lares onde vivem com outras pessoas. De acordo com o levantamento, 24,9% dos domicílios no Brasil têm pessoas de 60 anos ou mais que contribuem com mais de 50% da renda domiciliar, com aposentadorias, pensões, rendimento do trabalho ou de outro tipo. Isso significa que 24,9% dos domicílios teriam mais de 50% da renda afetada pela ausência dos familiares mais velhos.
Este livro resulta das discussões realizadas na disciplina "Tópicos Especiais em Trabalho, Sociedade e Educação II: Reestruturação Produtiva e Educação" da linha de pesquisa "Trabalho, Sociedade e Educação" pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no primeiro semestre de 2021, em caráter remoto devido à pandemia Covid-19 sob minha responsabilidade. A disciplina teve como objetivo problematizar a relação trabalho e educação em seus aspectos ontológicos e históricos, as relações de produção no capitalismo e sua interface com a educação em um sentindo amplo e a educação escolar no bojo da reestruturação produtiva, do avanço do Neoliberalismo e da Nova Gestão Pública, inaugurando uma nova fase de subsunção do trabalho às determinações do capital. Os artigos ora apresentados são concernentes aos trabalhos de final de curso apresentados pelos/as estudantes e trazem à luz as trajetórias formativas desses/as estudantes e sua interação com abordagem teórico-metodológica desenvolvida na disciplina e representam um esforço analítico significativo Fabiane Santana Previtali é responsável pelo primeiro capítulo do livro, "A Centralidade do Trabalho: alguns apontamentos", fruto da primeira aula do curso. Nele é problematizada a categoria trabalho tendo como referência obras as obras de Marx, em particular os "Manuscritos Econômico-Filosóficos" de 1844 e no livro "O Capital", livro 1. A abordagem é ainda fortemente influenciada pelas análises de Lukács e de Mészáros e, portanto, na perspectiva da centralidade do trabalho. São referências importantes para as argumentações e hipóteses, as análises de Ricardo Antunes, em especial na obra "Os Sentidos do Trabalho" ( 2000), o "Caracol e sua Concha" (2005) o mais recentemente publicado, "O Privilégio da Servidão" (2018), "Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil IV" (2019) e Coronavíru (2020). Boitempo Editorial.O segundo capítulo é de Heber Júnio Pereira Brasão e Sérgio Paulo Morais e tem como título "Educação e Trabalho no Brasil: contradições existentes". Tem como objetivo apresentar as contradições existentes na relação do trabalho e educação na sociedade brasileira. A relação entre educação e trabalho reflete as contradições factuais entre as classes sociais. O conhecimento, embora seja produzido socialmente, é apropriado pela classe que tem a propriedade dos meios materiais e intelectuais, o que significa que esse saber, ao ser elaborado, traduz a concepção dessa classe social e que consequentemente será utilizado em seu próprio benefício. A relação entre educação e trabalho está relacionada à oposição entre dominantes e dominados, burguesia e proletariado, o que acabou levando a um processo de alienação, gerando uma nova morfologia do trabalho, bem como *
1 O nome Covid é a junção de letras que se referem a (co)rona (vi)rus (d)isease, o que na tradução para o português seria "doença do coronavírus". Já o número 19 está ligado a 2019, quando os primeiros casos foram publicamente divulgados (FIOCRUZ, 2021).
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