O presente estudo visou descrever algumas das variáveis relacionadas às contingências estabelecidas pelo Programa Bolsa Família (PBF), e fazer uma análise do efeito do estabelecimento de regras/leis sobre o comportamento de “ir à escola” de crianças, adolescentes e jovens, com base em princípios da Análise do Comportamento. Para isso, realizou-se uma revisão sobre o conceito de regras e sobre as características do PBF. O Governo, enquanto agência controladora, faz uso de leis que visam determinar os comportamentos dos cidadãos: o PBF é uma estratégia do Governo brasileiro para extinguir os comportamentos da população, como o de não ir à escola, dentre outros. Concluiu-se que o comportamento de “ir à escola” pode tornar-se insensível às contingências quando as pessoas passam a seguir a regra independentemente das consequências naturais desses comportamentos, e que variáveis motivacionais devem ser cuidadosamente analisadas e manejadas.

O objetivo deste estudo foi implementar e avaliar um programa de habilidades parentais em famílias em descumprimento de condicionalidades junto ao Programa Bolsa Família, por abandono escolar entre filhos adolescentes e alta incidência de conflito familiar. O delineamento utilizado foi o estudo de caso. Participaram duas famílias, avaliadas por meio do Inventário de Estilos Parentais – IEP na condição pré e pós-intervenção e no follow up de três  meses. A intervenção foi realizada no domicílio e consistiu de oito sessões nas quais se discutiu: autocontrole e manejo do estresse; práticas parentais positivas e negativas; análise de contingências; limites e disciplina. Os resultados mostraram que em ambas as famílias houve o acréscimo de repertório comportamental nas mães quanto ao estabelecimento e cumprimento de regras, instalação do diálogo como forma de negociação e resolução de conflitos, do fortalecimento de vínculos através do afeto, das atividades conjuntas e do reforço positivo.