Este texto busca entrelaçar os temas de Cultura Visual, Artes Visuais e Gênero, com o objetivo de argumentar a favor de uma educação crítica das imagens, ampliando a compreensão das visualidades cotidianas. A presença feminina na cultura e nas artes visuais não tem merecido destaque, pois em toda história da arte ocidental, as mulheres não têm sido vistas como protagonistas dos fazeres artísticos. Assim, o conhecimento das artistas mulheres, em especial, pode favorecer uma nova apreensão das visualidades contemporâneas, buscando superar as desigualdades de gênero. Portanto, verifica-se a necessidade dos estudos sobre as pedagogias culturais, visando ampliar os entendimentos sobre os espaços e as maneiras como a cultura se torna visível e o visível se torna cultura.
Visualidades são formas de relação e produção de identidades individuais e pertencimento coletivo, onde escolhas e/ou determinação – maior ou menor autonomia – são motivadas, entre outros fatores, pelo excesso de telas e processos de ubiquidade digital, especialmente em tempos de pandemia, necropolítica (MBEMBE, 2018) e fake news presentes na dadosfera. No texto, destacam-se os trabalhos da artista contemporânea Ana Teixeira, que reivindica o “direito de olhar” e não apenas “ver a realidade” (MIRZOEFF, 2011; 2016), visto que por meio das contravisualidades emergem práticas de resistência que se opõem ao poder e ao controle imposto pelas necropolíticas, permitindo-nos um novo olhar sobre a história recente do Brasil.
O artigo reflete sobre os smartphones e sua utilização nas aulas de Artes Visuais por meio de um projeto de ensino para turmas do ensino fundamental que contextualiza a fotografia na contemporaneidade e apresenta imagens digitais com efeitos de ilusão de ótica (perspectiva forçada). A pesquisa qualitativa buscou compreender as estratégias utilizadas pelos alunos para a produção de fotografias e as contribuições desta proposta para a ampliação de seus repertórios imagéticos. Para tanto, foram utilizadas fotografias produzidas pelos alunos, aporte teórico e posterior reflexão sobre as produções. Observou-se, por meio deste projeto, a possibilidade de novas práticas pedagógicas que motivam à participação e promovem a inserção dos atores escolares em meio às transformações tecnológicas e contemporâneas, para que possam se relacionar com o mundo não apenas aos modos instrumentais e cientificistas, mas, também, adquirir os modos sensíveis de captação do real.
O presente estudo é parte de uma pesquisa em andamento, advinda dos questionamentos acerca da docência e das vivências profissionais e pessoais dos professores de Artes Visuais, em relação às visualidades contemporâneas. Os meios de comunicação de massa e o universo visual invadem nossas vivências cotidianas, influenciando-nos e definindo/desconstruindo identidades, num processo de transitoriedade e fluidez. Conforme aponta Martins (2005), a cultura visual é um campo novo de investigação proveniente dos Estudos Culturais que tem foco no visual e na experiência cotidiana, e abrange “[...] espaços e maneiras como a cultura se torna visível e o visível se torna cultura. Corpus de conhecimento emergente […]”. Este recorte visa discutir as produções científicas que entrelaçam as temáticas da cultura visual e da formação docente em Artes Visuais. A partir do levantamento documental em bases de busca com as palavras-chave: Cultura Visual, Ensino de Artes Visuais e Formação de Professores buscou-se conhecer as produções científicas da área e os entendimentos acerca da cultura visual no ensino e formação de professores. O trabalho é de cunho quali-quantitativo, buscando compreender a relevância e a quantidade de produções divulgadas. O método utilizado conta com a coleta de dados, efetuado em plataforma virtual, em meios de divulgação científica das universidades e redes acadêmicas.
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