O aborto é considerado um problema complexo de saúde pública, impactando diretamente nos aspectos psicossociais de mulheres que vivenciam essa condição, bem como causa elevados índices de mortalidade e gastos no setor público. As implicações psicológicas do pós-aborto evidenciam-se por sentimentos de tristeza, remorso e culpa. Assim objetivou-se descrever as repercussões psicossociais vivenciadas por mulheres no pós-aborto. Tratou-se de uma revisão integrativa com delineamento qualitativo, desenvolvida entre fevereiro e março de 2022, utilizando-se de artigos indexados nas bases de dados Lilacs (BVS), SciELO e Pubmed. Incluíram-se artigos publicados no período de 2012 a 2021, em português, inglês e espanhol, gratuitos e disponíveis na íntegra que respondiam a questão norteadora e ao objetivo proposto. Excluíram-se monografias; cartas ao editor; artigos científicos incompletos; teses de dissertação de mestrado e doutorado, fichamentos, e estudos duplicados. Os estudos evidenciaram que existem múltiplos impactos no pós-aborto para a saúde emocional e nas relações sociais da mulher, destacando: estresse traumático crônico, ansiedade, depressão, comportamentos neuróticos e depreciativos, pensamentos suicidas, sensação de remorso, dificuldades de trabalhar, sair de casa, além de fobias sociais. A vivência do luto foi marcada por sofrimento intenso maximizado pelas crenças religiosas e culturais. Os fatores associados compreenderam crenças, nível de escolaridade, estado conjugal, faixa etária e condições de saúde. O enfermeiro mostra-se essencial no atendimento às mulheres no pós-aborto garantindo uma assistência sistemática e individual. Desse modo, os impactos psicossociais pós-aborto fomentam a criação de estratégias de saúde que visem à informação, orientação e tratamento de mulheres que experimentam a perda gestacional.
