RESUMOO objetivo deste artigo é analisar o processo de constituição da Sociedade Termoelétrica de Capivari e da construção e expansão da Usina Termoelétrica de Capivari, no bojo da industrialização pesada, durante a década perdida e na era neoliberal. Busca-se também compreender como o Estado vai condensando materialmente os diversos interesses e contradições que havia em torno do carvão nacional, no tocante à questão energética. O texto está dividido em cinco partes. Inicialmente, dá-se um panorama do sistema nacional de geração e transmissão de energia; em segundo lugar, apresenta-se um breve relato do complexo carbonífero catarinense; em seguida, fazse uma reconstituição dos discursos, das leis e dos projetos que a antecederam e deram condições concretas para a criação da SOTELCA; em quarto lugar, relata-se sua evolução, desde a constituição até a incorporação feita pela Eletrosul; e, por último, analisa-se o período que vai desta incorporação à privatização.Palavras-chave: usina termoelétrica, Santa Catarina, geração e transmissão de energia ABSTRACT This article presents a historical boarding of the Thermoelectrial Complex Jorge Lacerda since its state conception in 1956 until the privatization in 1997. The text is divided in five parts. Initially, it is made a panorama of the national system of generation and transmission of energy; in according to place, a brief story of the catarinense carboniferous complex is presented; after that, an reconstitution of the speeches, the laws and the projects is made that had preceded and given concrete conditions for the creation of the SOTELCA; in forth place, an evolution of the SOTELCA since the constitution to the incorporation made for the Eletrosul is presented; and finally, is analyzed the period that goes of this incorporation to the privatization.
É com imensa satisfação que apresentamos à comunidade acadêmica mais um número da Revista Catarinense de Economia (RCE). O volume é composto por sete artigos que abordam temas diversos relacionados às esferas estadual, regional, nacional e mesmo internacional da economia. No último semestre, a RCE passou por uma remodelação: está com novo visual, tem depósito de DOI em todos os artigos, possui novos indexadores e conta com o sistema V Libras de acessibilidade. Além disso, a RCE está listada no sistema Qualis e segue as recomendações de boas práticas editoriais da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC). Nesta edição, no primeiro artigo, “Diálogo social e neoliberalismo: um estudo comparado da origem dos Conselhos Econômicos e Sociais na Espanha, em Portugal e no Brasil”, André Pereira Carneiro e Thiago Fontelas Rosado Gambi discutem a formação dos Conselhos Econômicos e Sociais nos referidos países, a fim de comparar suas experiências, identificar elementos comuns e compreender melhor a promoção do diálogo social nesse tipo de arranjo institucional. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, os autores apresentam análises de natureza qualitativa para cada um dos casos estudados e avaliações de caráter histórico e comparado de suas origens e funcionamento inicial. O estudo aponta que, apesar das diferenças em cada caso, a reconstituição da origem dos referidos conselhos revela a tentativa comum de estabelecer um diálogo social, mas também a necessidade dos respectivos governos de legitimar a adoção de políticas econômicas neoliberais.O segundo artigo, intitulado “Crise econômico-financeira mundial de 2008: contexto e efeitos sobre o setor da construção civil no Brasil (2003-2011)”, de autoria de Juliano Vargas e Marcus Elany Gomes de Oliveira, apresenta uma investigação acerca da atuação do Estado na contenção de efeitos da crise econômico-financeira mundial de 2008, especificamente sobre o setor da construção civil, contextualizado os períodos pré e pós-crise. O objetivo central do estudo é compreender o panorama no qual a crise surgiu, sua amplitude e as políticas públicas instituídas para minimizar seus efeitos no setor da construção civil. Os resultados apontam que a construção civil esteve entre os setores mais afetados pela crise, no entanto, a implementação pelo Estado de um conjunto de políticas públicas voltadas para o setor foram fundamentais para sua recuperação e impulsionamento nos anos seguintes à eclosão da crise.No terceiro artigo, “Economia catarinense no cenário da pandemia: perspectivas, oportunidades e evidências do ano de 2020”, Gueibi Peres Souza busca identificar os principais impactos da pandemia do Coronavírus e do programa de auxílio emergencial do governo federal na economia catarinense. Os resultados indicam a necessidade de ampliação de políticas de gastos governamentais e de crédito, visando torná-las mais universalistas e com caráter desenvolvimentista mais ostensivo do que as medidas adotadas, verificadas insuficientes.O quarto artigo, de autoria de Marieli Vieira e Yasmine Candida da Mata Mendonça, intitulado “Desmatamento da Mata Atlântica paranaense: análise espacial para o período 2014 e 2019”, é uma investigação acerca da existência de autocorrelação espacial entre o remanescente de Mata Atlântica e as atividades agropecuárias nos municípios do estado do Paraná, que ocupa a terceira posição no ranking de estados com maior nível de desmatamento. O estudo aponta que a redução da área remanescente no período analisado (aumento do desmatamento) ocorreu com maior predominância nos municípios das mesorregiões Metropolitana de Curitiba, Sudeste e Centro Sul Paranaense. A indicação do avanço do desmatamento nessas regiões acende um sinal de alerta.No quinto artigo, “Entrada em mercados estrangeiros: análise de viabilidade de uma pequena empresa do setor da construção civil”, Ilda Cristina Vasquez, Caroline Goncalves e Fernando Thiago analisam a viabilidade de uma empresa do setor da construção civil para ingressar no mercado estrangeiro. Os resultados apontaram, por meio da avaliação comparativa dos principais modelos de internacionalização de empresas, o modelo mais adequado para o caso analisado.No sexto artigo, intitulado “Resultados do Plano Nacional de Aviação Civil (PNAC) em Santa Catarina (2009 a 2015)”, o autor Walter Arthur Fensterseifer Antunes analisa os efeitos da Política Nacional de Aviação Civil (PNAC) em Santa Catarina, buscando compreender seus impactos sobre o transporte aéreo comercial no estado e sobre a economia catarinense de forma mais ampla. Os resultados apontam que a PNAC permitiu grandes melhorias estruturais nos aeroportos, tornando-os mais bem preparados para atender as demandas.O sétimo texto, “Apontamentos teóricos acerca da existência de uma etapa feudal: um olhar para três interpretações do Brasil”, de Ana Paula Klaumann, constitui-se uma análise do debate teórico, a partir das contribuições de autores ligados ao marxismo oficial e dos intérpretes do Brasil, Caio Prado Júnior e Raymundo Faoro, acerca da possível existência de um modo de produção feudal no país. O estudo aponta que, ainda que tenham partido de argumentos e matrizes teóricas distintas, os autores Caio Prado Júnior e Raymundo Faoro contribuem para o debate, contestando a ideia acerca da existência de uma etapa feudal no Brasil, opondo-se aos argumentos apontados pelos representantes do marxismo oficial.A RCE também inaugura neste número a sessão “Clássicos da Economia Catarinense”, que reúne textos relevantes, que contribuíram para o debate sobre a economia catarinense ou que serviram de base para a formulação de políticas econômicas voltadas ao desenvolvimento da economia catarinense. Iniciamos com o texto de abertura do intitulado “Documento Básico”, escrito por Celso Ramos. O Documento é resultado do Seminário Socioeconômico, organizado pela FIESC, realizado em Florianópolis em dezembro de 1960. O texto final serviu de plataforma para a elaboração do Plano de Metas do Governo (PLAMEG), 1961-1965, um marco na história do planejamento em Santa Catarina.Desejamos uma boa leitura!Alcides Goularti FilhoFábio Farias de MoraesLiara Darabas RonzaniEditores/a
Com a habitual satisfação, apresentamos à comunidade acadêmica e a sociedade um novo número da Revista Catarinense de Economia (RCE). Este volume é composto por sete artigos e um texto clássico, que comportam temas relacionados à economia, sejam de alcance regional e mesmo nacional. Com isso, a RCE continua seu intento de promover a produção científica no campo da economia no estado de Santa Catarina. Segue firme nossa busca pela excelência e pelas melhores práticas editoriais. Nesta edição que ora apresentamos, sobre a “Reestruturação econômica-financeira e organizacional do futebol catarinense: o caso do Figueirense Futebol Clube’’, escrevem Patrícia Volk Schatz e Carlos José Espíndola, em instigante artigo sobre a exploração econômica do esporte. O texto discute três etapas de reestruturação administrativa e econômico-financeira do Figueirense F.C.: desde o final dos anos de 1990, com a criação da Figueirense Participações e Gestão Desportiva S.A., decorrente da Lei Pelé; a constituição do Figueirense Futebol Clube Ltda e seu posterior controle pela empresa Elephant Participações Societárias S/A. até 2020, período marcado pelo decesso do clube para terceira divisão do Campeonato Brasileiro, e; na última etapa, com a formação da Figueirense F.C. SAF, em 2021, quando houve retorno dos gestores da Figueirense Participações e Gestão Desportiva S.A.De Andrea Felippe Cabello e Ivan Colangelo Salomão é o segundo artigo da edição, “Da Economia Política ao Ministério da Fazenda: a profissionalização dos economistas no Brasil”. Os pesquisadores focam sua atenção numa perspectiva histórica da formação dos economistas. Esses profissionais estão, sabidamente, envolvidos no debate acerca do desenvolvimento nacional, pelo menos desde o início do século XX. Com o surgimento dos primeiros cursos de economia, formou-se uma série de pessoas na área, que tiveram relevante atuação na burocracia estatal, consolidada a partir da década de 1930. O reflexo desse movimento é percebido na estrutura do Ministério da Fazenda, diretamente impactado pela profissionalização dos economistas no Brasil.No terceiro artigo, “O comportamento do PIB catarinense durante o período de descentralização político-administrativa”, Maria Eduarda Munaro e Lauro Mattei analisam a estratégia de descentralização político-administrativa no governo estadual, vigente de 2003 a 2018, centrados no comportamento do Produto Interno Bruto das mesorregiões e microrregiões. Com isso, a autoria constata a ineficácia de tal estratégia, cujo objetivo seria reduzir as desigualdades regionais do estado, ao passo que houve aprofundamento da concentração do Produto Interno Bruto em regiões específicas.O quarto artigo, intitulado “A pandemia da covid-19 e os novos paradigmas do ensino superior brasileiro”, de Vanuzia Pereira da Silva, tem como problema central as transformações não efêmeras pelas quais passa a educação superior brasileira, como desdobramento da pandemia da COVID-19. Na adaptação à realidade pandêmica as Instituições de Ensino Superior (IES) ampliaram o uso de ambientes virtuais, especialmente, para introdução de ferramentas tecnológicas para o Ensino Remoto Emergencial (ERE) e a súbta migração para um ambiente de aprendizado à distância. Ficam os efeitos sobre as universidades e o ensino, pesquisa e extensão, como a ampliação da Educação à Distância (EAD).No quinto artigo, novamente, o impacto da pandemia na vida cotidiana é evidenciado, como retratam Woodroow Richardson Santiago de Oliveira e Alícia Cechin, em “Efeitos da pandemia da covid-19 nos preços dos alimentos no Brasil”, com o emprego de revisão bibliográfica e estatística descritiva. Conforme os autores, a pandemia da Covid-19, somada à desvalorização cambial, mas também associada à política fiscal, teve considerável impacto na alta de preços, especialmente sobre os alimentos, que acumularam alta superior à média da inflação brasileira no período analisado. O sexto artigo é de autoria de Mohamed Amal, Júlia Ropelato Floriani e Glaucia Grellmann. Nele, os pesquisadores relacionam as atividades de dezenas de filiais de empresas multinacionais e o desenvolvimento regional. O efeito moderador dos clusters em tal dinâmica é, então, posto em evidência. Sob o título de “O efeito moderador das vantagens de aglomeração sobre a relação entre investimentos de empresas multinacionais e desenvolvimento regional”, os pesquisadores concluem que pela mediação de clusters (concentração industrial) há influência positiva na relação entre importações das filiais de multinacionais e o desenvolvimento regional. Em relação às exportações, a influência foi positiva no PIB, mas negativa para IDHM.O sétimo texto, “Os impactos do Pronaf sobre o crescimento econômico dos municípios de Santa Catarina, de 2000 a 2015”, de Cristian Rafael Pelizza e Cristiano Spier, avalia efeitos dos créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) na variação do PIB per capita e do PIB agrícola dos municípios catarinenses. O trabalho recorre à inferência estatística para estimação de dados em painel, com cuidados específicos na obtenção dos regressores. As conclusões evidenciam que houve forte impacto positivo do PRONAF sobre a variação do PIB per capita dos municípios, mas sem resultado estatisticamente significativo sobre o PIB agrícola. Fechando esta edição e dando seguimento à sessão “Clássicos da Economia Catarinense”, que objetiva a (re)publicação de textos de significativa relevância para o debate sobre a economia catarinense, trazemos aos leitores um texto extraído da dissertação de mestrado de Etienne Luiz Silva, defendida em 1978 na UFRGS, “O desenvolvimento econômico periférico e a formação da rede urbana de Santa Catarina”. O texto que selecionamos é a conclusão de Silva, sob o título de “Santa Catarina: uma rede urbana em definição”, tendo grande valor aos estudos multidisciplinares sobre o estado.Desejamos uma boa leitura!Criciúma, 15 de dezembro de 2022.Alcides Goularti FilhoFábio Farias de MoraesLiara Darabas RonzaniEquipe Editorial
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