Fabrício Magalhães de Souza RESUMO:Desde seu início (1998), o Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) tornou-se um dos primeiros centros de formação acadêmica no Amazonas a se debruçar, entre outros temas (dado seu caráter inter e transdisciplinar), sobre a produção literária amazônica, abrigando pesquisadores tanto da área de Letras quanto de outros ramos das Ciências Humanas e Sociais que têm em comum o interesse pela abordagem interdisciplinar do texto literário. Isso possibilitou a continuidade de formação de uma crítica literária acadêmica no Amazonas (que se iniciava por volta da década de 1980), além de alguns dentre os primeiros trabalhos de teoria e crítica na chamada literatura amazonense. Em vista desses aspectos, nosso objetivo geral é apresentar, a partir do Resumo e da Introdução das dissertações (entre 2000 a 2018) e teses (entre 2014 a 2018), um panorama das principais propostas de leitura do texto literário (considerados pela crítica especializada como integrantes da literatura amazônica) realizadas no âmbito do PPGSCA, e como objetivos específicos: a) identificar as relações interdisciplinares propostas; b) organizar esses trabalhos científicos a partir de aproximações temáticas ou teóricas; e c) fornecer, assim, um apêndice de consulta para pesquisadores que se debrucem nas relações entre literatura e departamentos da socioantropologia e demais áreas afins. Este levantamento é uma pesquisa de caráter bibliográfico e, como referencial teórico, lançamos mão dos estudos sobre a formação da crítica literária brasileira em Rachel Esteves (1997), a história de formação do PPGSCA em Nelson Matos de Noronha ( 2006) e o processo de pesquisa acadêmica em Nálbia de Araújo Santos & Manuel Raimundo Santana Farias (2016).
Da leitura de Grande sertão:veredas, este trabalho faz uma análise do duplo a partir do narrador-protagonista e o seu interlocutor. Tem como sustentação teórica o estudo realizado por Nicole Bravo (1998), que analisa o duplo como um mito literário característico da literatura ocidental e defende seu surgimento atrelado à experiência subjetiva; assim como o estudo do sistema pronominal de Émile Benveniste (1989; 1991): verificaremos como a presença do duplo no um é a sustentação para configuração da subjetividade do eu-protagonista a partir de sua relação intersubjetiva com os outros personagens inseridos no ambiente narrativo/enunciativo.
O presente artigo elege como objeto de investigação a formação da crítica literária acadêmica amazonense e seus itinerários pela poesia lírica do Amazonas, tendo em vista a necessidade de realizar um inventário sobre sua história e compreendê-la como um processo sociocultural. A pesquisa é de caráter bibliográfico, documental e interpretativo, e parte de uma questão: pode-se falar que se formou ou está em formação uma crítica literária acadêmica no Amazonas?
Este artigo parte da hipótese de que a representação lírica da cidade de Manaus aparece primeira vez nas obras de Luiz Bacellar (Frauta de barro), Astrid Cabral (Visgo da terra) e Aldísio Figueiras (Malária & outras canções malignas). Para isso, foram selecionadas as dissertações de críticos literários que atuam em universidades locais e que fazem a leitura crítico-teórica de como esses poetas criaram a Manaus que aparece nos respectivos livros, selecionando recortes de poemas para ilustrar suas análises, quais sejam: Tradição e memória: a poesia de Luiz Bacellar em três movimentos (1997), de Gabriel Albuquerque; Manaus de águas passadas: a reconstrução poética de Manaus em Visgo de terra, de Astrid Cabral (2001), de Antônio Carlos Guedelha; e A cidade que existe em nós: a marca do urbano na poesia de Aldísio Filgueiras (2002), de Allison Leão. O objetivo desse itinerário é entender como as obras iniciais, quer na poesia, quer na crítica acadêmica universitária, lidam com a representação da cidade, no contexto amazônico, em diálogo com perspectivas socio-históricas e geográficas. Lida-se, assim, com uma segunda hipótese: como esses autores lidaram e superaram os discursos correntes sobre a representação da cidade?
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