Resumo: Nos contos de Jorge Luis Borges, encontram-se inúmeros exemplos da figura do duplo. Neste trabalho são estabelecidas considerações gerais sobre a ideia de alteridade presente neste processo, além de análises de contos em que se faz presente a fragmentação do eu, bem como o confronto do eu com o outro. O objetivo é verificar como se opera a relação entre o eu e o outro, assim como aquela que se estabelece entre o eu e o mesmo ao duplicarse. Nesse contexto, fazemos uso dos conceitos bakhtinianos excedente de visão e autoconsciência, como suporte teórico. A cisão do ser perceptível nas personagens dos contos analisados parece se configurar como uma tentativa conseguida pelo autor para refletir sua visão acerca da subjetividade, em seu sentido universal: é esse eu cindido entre o eu e o outro que Borges busca retratar. Palavras-chave: duplo, Borges, autoconsciência, relação eu-outro. Considerações IniciaisNeste trabalho estabeleceremos como a ideia de duplicidade subjetivada é abordada nos seguintes contos de Jorge Luis Borges, a saber: "O outro", "O sul", "O inverossímil impostor Tom Castro" e "O morto". O objetivo é verificar como o duplicado se comporta em relação ao eu, isto é, como se opera a relação do duplo com aquele que lhe deu origem, bem como a do eu consigo mesmo, no processo de sua duplicação. A partir desse momento, e a Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
RESUMO A partir de dois romances de Moacyr Scliar, Cenas da vida minúscula e A Majestade do Xingu, podemos propor um percurso de risco e reconhecimento da palavra alheia em permanente trânsito, para uma suposta afirmação do imaginário judaico tendo a região amazônica como cenário do percurso de enredos altamente inventivos do autor gaúcho. Em ambos os romances, há vozes orquestradoras e poderosas capazes de produzir linhas sinuosas de escavações dialógicas e que se remetem a produzir várias possibilidades de afirmação da voz do outro assimilada, por meio da evocação da própria força projetiva do processo de devoração do veio literário proposto. A compreensão da assimilação da palavra alheia torna-se instrumento essencial para entrar em contato com a complexidade de formação e fundação de tantas etnias que se cruzaram em terras brasileiras.
By analyzing two of Moacyr Scliar’s novels, Cenas da vida minúscula [Scenes of a Minuscule Life] and A Majestade do Xingu [Xingu’s Magesty], this paper proposes a trajectory of risk and acknowledgment of the word of the other in permanent transit, for possibly affirming the Jewish imaginary, with the Amazon as background for highly inventive plots by the “gaucho” (from Rio Grande do Sul) writer. In both novels, there are powerful orchestrating voices, capable of producing labyrinthine dialogical excavations.1 Such voices refer to the production of several possibilities of affirming the assimilated voice of the other, evoking the projective force of devouring the literary perspective proposed. Understanding the assimilation of the word of the other becomes an essential instrument to contact the complexity of the formation and foundation of many ethnicities that intersected in Brazil.
This study analyzes Milton Hatoum’s narrative using the crônicas Um sonhador [A Dreamer] and Margens secas da cidade [Dry Riverbanks of the City] as corpus. It aims to ascertain the discursive and aesthetic characteristics of Hatoum’s literary creation from the dialogical perspective proposed by Mikhail Bakhtin, exploring the artistic-literary discourse of the Amazonian writer, the axiological positions refracted in his narrative. It also relates Boaventura Santos’ epistemological perspective about the waste of social experience in modernity/post-modernity, discussing the criticism of the paradigm of current rationality called by the author as indolent reason. Initial analysis based on these theoretical-methodological approaches show evidence in Hatoum’s cronistic narrative that brings it closer to a counter-hegemonic and responsive perspective of literary representation. Thus, with this inter-relationship among literature, dialogism and theory of knowledge, we intend to highlight the existing overlaps between the socio-historical and economic discourse produced by the critique of modernity / postmodernity and literary discourse of Milton Hatoum.
Este artigo tem como objetivo refletir sobre narrativas de viajantes de ciência pela Amazônia do século XIX tendo como referência as questões sobre autoria desenvolvidas por Michel Foucault. Dividido em duas partes, busca-se primeiro apresentar o pensamento de Foucault, cuja análise de textos pretende ir além do recorte de autor e obra. Em um segundo momento, apresenta-se uma breve discussão sobre percursos historiográficos de publicações de narrativas de viajantes de ciência enfatizando não a autoria, mas a “função autor” que age como instância discursiva ou instrumento de regramentos de discursividade sobre o quê e o como pode ser dito. Do mesmo modo, em se tratando de discursos de ciência, os elementos da técnica, especialmente a catalogação de espécimes da fauna e flora amazônica, bem como o papel das instituições de pesquisa na produção e circulação de relatos de viajantes de ciência são apresentados como princípios norteadores de uma análise dos mecanismos que produzem e legitimam um discurso de autoridade.
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