ResumoOs estudos sobre a expressão da sexualidade das pessoas surdas são diminutos e muitas vezes não problematizam assuntos voltados às orientações afetivo-sexuais destoantes do padrão heteronormativo. A fi m de preencher a carência de pesquisas nessa área, o presente trabalho investiga as narrativas de sujeitos surdos sobre as suas primeiras experiências homossexuais e o enfrentamento do duplo preconceito; ser surdo e homossexual. Esta pesquisa se insere em uma abordagem qualitativa, tendo como instrumento metodológico a condução de entrevistas semiestruturadas. Os dados revelam que a condição homossexual entre os surdos ainda é pouco compreendida, pois há dúvidas, preconceitos e mitos acerca das experiências afetivo-eróticas. Além disso, as narrativas dos entrevistados evidenciam que a primeira relação sexual com pares de mesmo sexo, ocorrida em um ambiente próximo e relacional (doméstico e escolar) sem a anuência dos mesmos, é um marco que desencadeia os processos de constituição da sexualidade. Tais questões apontam para a necessidade de ampliação de investigações que considerem as relações entre emoção, linguagem e constituição da identidade sexual. Para além, sugere uma atenção 1 Endereço para correspondência:
O presente trabalho problematiza narrativas de surdos (participantes de atendimento em grupo com enfoque psicoeducacional) sobre seus processos de escolarização. A partir da análise dos dados, destacamos duas categorias analíticas – especificidades da trajetória escolar dos surdos (oralismo X bilinguismo) e sentimentos sobre a escola: contradições discursivas. De modo geral, os dados revelam que: a) as lembranças dos sujeitos sobre o período escolar remetem a um passado oralista, em que a proibição do uso da Língua Brasileira de Sinais marca fortemente as suas experiências institucionais; e b) a escola é um espaço descrito de forma conflitante e excludente.
Ao ler teses e dissertações, sempre tive uma especial predileção em iniciar pelos agradecimentos. Era como se naquela parte o autor se mostrasse integralmente em essencialidade e amorosidade. O texto rígido e métrico ali se transmudava e dava lugar a emergência de afetos e humanidades carregados de sentidos e significados. Agora é minha vez de regraciar aqueles que, de diversas formas, me sustentaram ao longo do mestrado. Louvo ter a quem agradecer e o que agradecer! Exalto aquele que, no seio de sua infinita misericórdia, me gerou e, na materialidade da dor do outro, me ensina a ser humano; E que na nossa relação me mostra que "Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava. Ele é o humano que é natural. Ele é o divino que sorri e que brinca" (Pessoa, 2014, p. 86). A Arlete e Bernardino, que, nos laços do amor, me fortalecem e me mostram a essencialidade da vida. A vocês, meu amor mais verdadeiro. A Thiago, por deixar tudo menos solitário e ter me dado a oportunidade de ter um irmão que, além de sangue, é de alma. Àquela que, entre tantas outras coisas, me ensinou a arte de contestar e inquietar. No labor da pesquisa e da escrita acadêmica, pacientemente, tal como uma tecelã no seu ofício, me formou a partir de sua generosidade, firmeza amorosa e competência. Ao vê-la professora, me fiz professor! À Daniele Nunes, minha eterna admiração e gratidão pela companhia segura nas travessias. viii Ao Geovanni Guilherme Timbó, meu Gui, amigo-irmão que, com seu espírito sem limites, muito me ensina; e que, em cada (re)encontro, fortalece as afinidades e faz com que as águas do Rio de Janeiro se banhem em afetos e sentidos. À Marina Costa, amiga-parceira, pelas inspirações que sustentam, pelo privilégio da convivência, por ter deixado o samba menos solitário e, principalmente, pelo dom de deixar "tudo aceso em mim (...), tudo assim tão claro (...), tudo brilhando em mim". Aos amigos Beatriz Pinho, Remy Santos, Getúlio Alves, Taís Duarte, Patrícia Osadón e Martita Ghirlanda, pelas palavras que desanuviam e o cuidado que sereniza.
Na busca de compreender o fenômeno da sexualidade de pessoas com deficiência intelectual em intersecção com aspectos educacionais, este artigo analisa as pesquisas realizadas sobre essa temática no âmbito da pós-graduação brasileira entre os anos 2000 e 2018. Foram identificados 14 trabalhos de mestrado categorizados e analisados a partir de seis eixos: 1) confecção de material didático; 2) intervenções com jovens e adolescentes; 3) percepção/formações de/com familiares e professores; 4) contextos institucionais; 5) revisão de literatura; e, 6) violência sexual e reprodutiva contra mulheres. Os materiais examinados apontam para a dificuldade de organização de espaços formativas sobre as sexualidades com pessoas com deficiência intelectual. As raras iniciativas mostram-se esvaziadas de princípios epistemológicos que potencializem a máxima expressão do desenvolvimento humano. O cerne é o currículo prescrito, fortemente impregnado pela noção de que sexualidade se vincula exclusivamente as dimensões preventivas e anatômicas/fisiológicas.
RESUMO A Perspectiva Histórico-Cultural tem defendido a centralidade da imaginação para o desenvolvimento infantil e a necessidade de se entender a deficiência por uma via mais positiva, social e inclusiva. Neste trabalho teórico-argumentativo nosso objetivo foi problematizar como as atividades criadoras se desenvolvem em crianças com deficiência visual. Partindo do pressuposto de que essas crianças apresentam particularidades no modo de percepção e produção de imagens e configuram formas alternativas de organização da atividade criadora, realizou-se um levantamento bibliográfico sobre a produção científica de matriz Histórico-Cultural que envolve essas temáticas entre os anos de 2007-2017, nas bases de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, PROQUEST e B-ON (Portugal). Identificamos que os estudos sobre essas temáticas são reduzidos, mas avançam no sentido de defenderem que as situações de brincadeira, a atividade criadora e a autoria são espaços privilegiados para as crianças com deficiência visual interagirem com o ambiente, os objetos e os pares sociais.
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