O Mar do Sul da China assumiu um papel proeminente na geopolítica mundial no século XXI em decorrência dos recorrentes tensionamentos na área desde 2009, quando a China passou a se projetar veementemente na região por meio de patrulhas, treinamentos militares e construção de ilhas artificiais. O artigo analisa a geopolítica e os interesses chineses para e na região, considerando os objetivos de segurança política, econômica e militar do Estado. A hipótese do artigo é apesar de narrativas de desenvolvimento pacífico e de cooperação em nível internacional por parte do governo chinês, quando se trata de áreas circunscritas ao seu perímetro de segurança estratégico, como o MSC por exemplo, a China deixa de lado os esforços de acomodamento político e militar com outras nações e, de forma realista, preza pela garantia de seus interesses nacionais e de segurança sobre os dos demais entes estatais. Nesse sentido, a atuação chinesa no Sudeste Asiático em questões que toquem o MSC será guiada por um claro discernimento de suas prioridades, estando em primeiro lugar os objetivos de segurança política, econômica e militar do Estado.
O objeto deste artigo é o Mar do Sul da China, tendo como argumento central que este se constitui em um espaço estratégico para a consecução dos interesses da China em termos políticos, econômicos e militares. O artigo averigua que esse espaço é estratégico para a China por conta de seus recursos naturais e de sua posição estratégica para a segurança e a projeção econômica e militar chinesa. Ainda, o texto aborda como se dá a expansão chinesa, sua geoestratégia para esse espaço. O artigo se apoia em uma revisão bibliográfica dos teóricos da geopolítica clássica e da conjuntura geopolítica atual, além de autores especialistas sobre o tema – como Robert Kaplan, Ian Storey, Clive Schofield e Yoji Koda – e da análise de documentos como a Convenção sobre o Direito do Mar, a Lei de Águas Territoriais, o Código de Conduta no Mar do Sul da China.
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