RESUMO: A partir da correlação do cenário de negacionismo científico evidenciado na pandemia da COVID-19 com a trajetória eurocêntrica da ciência ocidental, bem como do estabelecimento de verdades, parâmetros e premissas conduzidos e legitimados pela mesma, são refletidos alguns aspectos a serem deslocados no modelo cognitivo vigente, no sentido de sua vivificação e de sua ligação com a vida e com outros saberes. Nessa direção, apostando em perspectivas e métodos outros, o trabalho objetiva tecer aproximações entre a educação em ciências e o método da cartografia, por meio de uma revisão bibliográfica, nas seguintes bases de dados: Redalyc, SciElo e DOAJ, tendo sido encontrados somente seis trabalhos que atendessem aos critérios de inclusão. Assim, são investigadas e discutidas as contribuições possíveis dessa metodologia à pesquisa e educação em ciências, especialmente no que diz respeito às políticas de cognição, interpelando o entendimento corrente de conhecimento - considerado uma representação da realidade ou da verdade. Entendemos que uma perspectiva inventiva e emancipadora de ciência, que encarna o conhecer no acesso à experiência, amplia-se nas singularidades e multiplicidades, construindo territórios comuns - não unívocos -, cultivando confiança e pertencimento.
O contexto pandêmico impôs muitos desafios à Educação: acesso a aulas remotas, estratégias pedagógicas envolvendo docentes, discentes e família e, certamente, a urgência em abordar conteúdos que problematizem as dificuldades no enfrentamento da pandemia. Diante disso, este artigo se propõe a discutir, a partir de uma abordagem teórica, de que forma questões sociais agravadas pela chegada da COVID-19, como o acesso ao saneamento básico e à água, podem vir à tona na sala de aula de Ciências a partir de narrativas que emergem do cotidiano dos grupos mais atingidos pelo novo coronavírus. Acreditamos, assim, ser possível tecer uma Educação em Ciências comprometida com seu papel social e engajada ao enfrentamento das desigualdades sociais acentuadas na pandemia. Para isso, partimos das contribuições intelectuais de Paulo Freire, bell hooks, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo a fim de tecer reflexões acerca da importância da ressignificação dos conteúdos da Educação em Ciências.
Na pedagogia freiriana há o comprometimento com a emancipação dos sujeitos a partir do constante incentivo da construção compartilhada da capacidade crítica do educando. Esse movimento tem o diálogo como força motriz, pois busca proporcionar uma relação horizontalizada e problematizadora no contexto educacional. O diálogo freiriano não é um privilégio de um certo grupo de pessoas, ela é inerente à existência humana. Entendendo a importância desse diálogo na pedagogia freiriana e para a educação, o presente artigo buscará discutir, a partir de uma pesquisa teórica nas obras do autor, o conceito de dialogicidade freiriana e trazer a construção dessa definição em algumas das obras do autor. Traremos também um debate de autores que postulam a importância desse referencial para o Ensino de Ciências.
A Lei 10.639/03 completa 16 anos de existência, e com isto, 16 anos de obrigatoriedade do ensino de História e da Cultura Afro-brasileira e Africana em todas as escolas do Brasil. Com base nisto, este trabalho se estrutura, então, a partir da provocação decolonial ao currículo de Química, a fim de estudar os desdobramentos da colonialidade no contexto educacional. Para isso, são tecidas considerações acerca da implementação da lei citada nos livros didáticos, principais ferramentas didáticas dos professores, através de uma análise qualitativa da abordagem da temática por esses livros. Diante dos resultados desta análise, buscamos compreender a relação entre livros, currículo e colonialidade. Ao nos depararmos com livros baseados em um currículo predominantemente eurocêntrico, realizamos, como disposição final, uma proposta de currículo decolonial contextualizado que contemple as culturas tradicionais, em particular, a afro-brasileira. Neste sentido, esperamos que, a partir do desenvolvimento de um currículo afrocentrado seja possível atingir a efetivação da Lei 10.639/03 e combater os perversos efeitos do racismo na sociedade brasileira. Palavras-chave: Lei 10.630/03. Decolonialidade. Ensino de Química.
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