A redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD+)tem sido abordada no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidassobre a Mudança do Clima como instrumento central para mitigar alteraçõesclimáticas. O Brasil é um país-chave nesse assunto, pois tem compromissosinternacionais de redução do desmatamento, iniciativas de REDD+ emandamento e a questão fundiária como fator crítico de desmatamento.Esta pesquisa teve como objetivo analisar iniciativas de REDD+ segundo oregime fundiário, com ênfase nos fatores de responsabilização (detentor dodireito) e de permanência dos recursos florestais. Cinquenta e seis iniciativasde REDD+ foram consideradas e analisadas por meio de 17 variáveis. Para oprimeiro fator, foram mapeadas iniciativas em propriedades públicas, privadase mistas que apresentaram diferenças entre proponentes do projeto, porémcom características geográficas equiparadas. Em relação à permanência, asiniciativas, independentemente do tipo de propriedade, estão em áreas deconflitos fundiários e direcionaram ações para o monitoramento florestal,porém foram identificadas variações entre os agentes do desmatamento ea presença de moradores que não detêm a propriedade. Esses resultadosapontam diferentes lacunas nas questões fundiárias, o que demanda umaabordagem diferenciada, de acordo com o tipo de propriedade, para garantiros resultados de REDD+.
A adoção de ações para reduzir o desmatamento tem sido discutida, no âmbito Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, há mais de uma década com o estabelecimento do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), que busca recompensar, voluntária e monetariamente, países em desenvolvimento que mantiverem ou aumentarem seus estoques florestais. O Brasil apresentou na COP-21 a Estratégia Nacional para REDD+ (ENREDD+) e, no mesmo ano, ratificou o Acordo de Paris, em que se comprometeu a reduzir as emissões de gases e efeito estufa (GEE) por meio de ações no setor de mudança do uso da terra e florestas. A partir desse contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar a implementação da ENREDD+. É utilizado o modelo de cinco agrupamentos. São identificadas oportunidades de atuação em todos os tópicos analisados: aprimoramento
Júnior-CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
O mecanismo de REDD+ tem sido abordado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima como instrumento central para mitigar a mudança do clima. Ao mesmo tempo, o mecanismo tem sido alvo de questionamentos que envolvem os direitos de propriedade da terra. O Brasil é um país-chave nesta questão, pois possui quase a metade da floresta tropical remanescente no mundo e lidera o ranking de mortes registradas por conflitos de terra. Nesse contexto, o trabalho objetiva analisar as iniciativas de REDD+ implementadas no Brasil, sob distintos tipos de propriedade, considerando três elementos: segurança fundiária, permanência dos recursos florestais e a distribuição de benefícios. Para as 56 iniciativas de REDD+ selecionadas, os dados foram coletados em bases de dados de acesso público e foram definidas 34 variáveis de análise. A análise dos dados contou com estatística descritiva e testes de hipótese. Verifica-se que as iniciativas em andamento possuem características similares, como tamanho da área e região geográfica, porém há diferenças, estatisticamente significativas, entre os agentes do desmatamento, modalidade de financiamento, população morando na área e proponente do projeto, o que demanda diferentes estruturas de governança e abordagens de monitoramento. O mecanismo prioriza áreas com regularização fundiária como condição prévia para aprovação, porém todos os tipos de propriedade estão sujeitos a insegurança fundiária. Na permanência salienta-se que as ações de monitoramento florestal independem do tipo de propriedade, porém outras ações não são amplamente adotadas. A distribuição de benefícios aponta o estabelecimento de novos arranjos sociais e de responsabilidades, bem como a ausência de mecanismos que permitem maior engajamento social. Argumenta-se em favor da consideração dos diferentes tipos de propriedade nas iniciativas, adoção de ações locais que aprimorem a permanência e distribuição justa e equitativa dos benefícios, bem como a necessidade de articulação entre as iniciativas e as instituições responsáveis, de forma a garantir a regularização fundiária e o direito de exclusão. Palavras-chave: REDD+. Mitigação das mudanças climáticas. Florestas. Direitos de propriedade. Segurança fundiária.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.