A toxoplasmose congênita (TC) possui um alto impacto na saúde do binômio mãe-filho, devido ao fato de estar associada a sequelas graves para o feto, como surdez, cegueira e atraso no desenvolvimento neurocognitivo. Acerca do agente etiológico, a TC advém da infecção pelo Toxoplasma Gondii (T. gondii), um protozoário intracelular obrigatório, com ciclo de vida heteroxeno, em que os felinos caracterizam-se como hospedeiros definitivos e os mamíferos consistem nos hospedeiros intermediários. Devido à gama extensa de hospedeiros, o T. gondii caracteriza-se como um importante problema de saúde pública em todo mundo, principalmente em países tropicais, como o Brasil. Epidemiologicamente, tal doença afeta um terço da população mundial e apresenta uma distribuição heterogênea entre os países e regiões. Em relação à fisiopatologia da TC, sabe-se que em casos de infecção materna aguda durante a gestação, há risco da transmissão transplacentária, o que pode culminar em infecção fetal e diversas comorbidades para o feto, sendo que as manifestações clínicas e o prognóstico são diferentes a depender de cada caso. No que tange ao diagnóstico, esse é realizado através da anamnese detalhada e, indispensavelmente, através dos exames sorológicos baseados na detecção de anticorpos específicos para o T. gondii realizados no pré-natal. O diagnóstico diferencial é imprescindível, uma vez que outras patologias com apresentações semelhantes devem ser descartadas, no intuito de se estabelecer o tratamento correto e eficaz. O manejo terapêutico é feito farmacologicamente por meio da profilaxia com Espiramicina ou o tratamento com o esquema tríplice (Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido Folínico) em caso de infecção fetal confirmada por meio da amniocentese diagnóstica.
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