Este estudo parte da avaliação dos materiais existentes sobre as línguas Chané, Guaná e Kinikinau, usualmente apresentadas, juntamente com o Terena, como línguas distintas do ramo meridional da família Arawak, e propõe uma avaliação do grau de distanciamento entre essas variedades. Argumento que a evidência existente – em muitos casos restrita a poucos itens vocabulares – não permite considerar esses rótulos como denotando línguas distintas da língua Terena. Motivado por essa conclusão, e pelo fato adicional de que rótulos como Guaná e Kinikinau são ambíguos, uma vez que se referem também a outras línguas não-Arawak, proponho que os rótulos Chané, Guaná e Kinikinau sejam eliminados de classificações linguísticas da família Arawak e de trabalhos de referência sobre as línguas do Chaco-Pantanal, por sugerirem a existência de maior diversidade linguística regional do que de fato existe. Tal proposta encontra-se de acordo com algumas classificações referenciais, as quais incluem Chané, Guaná e Kinikinau, seja como denominações alternativas da língua Terena, seja como dialetos pouco diferenciados da mesma. Por fim, apresento uma breve discussão de questões ainda pouco exploradas quanto ao processo e os resultados da diferenciação entre essas variedades, como aquela relacionada ao papel que o contato com variedades do Guaraní, com línguas da família Guaicurú e com outras línguas da região do Chaco-Pantanal teve na produção das diferenças atestadas.
A proposta de relação genética entre a língua Tikúna, atualmente considerada como uma língua isolada, e a já extinta língua Yurí é analisada aqui de forma mais sistemática do que se encontra na literatura publicada. Nossa conclusão é de que as evidências de um grupo Yurí-Tikúna foram subestimadas e que se configuram como um forte indício de relação genética. Subsidiariamente, este artigo pretende expor de forma condensada as propostas já elaboradas de classificação genética da língua Tikúna.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.